Escuridão. Meus olhos somente conseguiam observar o preto diante de mim, minha cabeça doía como se eu batesse nela várias vezes contra a parede.
Eu não conseguia ouvir e nem ver nada, o máximo eu sentia era o meu corpo em cima de um edredom nem um pouco confortável e a minha cabeça com essa dor insuportável. Eu necessitava urgentemente de um analgésico.
Não sei quanto tempo fique ali dentro mas eu já tinha a noção que já tinham se passado horas ou talvez dias, já que eu fiquei desacordada. A porta começou a abrir e a luz entrou no ambiente me deixando atordoada por uns segundos tentando me acostumar, uma moça entra e me chama para fora.
Era real, eu estava com medo da realidade naquele momento – eu já tinha medo -, o ambiente do lado de fora era bem pior em comparação ao quarto imundo e mofado ao que deixaram. Era um corredor de cor cinza, com muitas portas enferrujadas e um piso sujo, tudo era sujo ali. A moça continua a nadar em direção a uma escada no final do corredor.
- Vai ficar parada ai? - Ela virou-se na minha direção.
Eu nem esperei ela falar mais alguma coisa eu andei até ela e começamos a subir e chegamos a uma porta de porão - tipo aquelas de filmes de terror aonde tem um cadeado enorme que provavelmente o personagem não vai conseguir abrir -. O lado de fora era cheio de árvores enormes cheias de folhas verdes, um gramado perfeitamente arrumado e uma placa explicando a direção de certas ruas.
Eu confirmei a minha hipótese de que não estávamos em Reading, duvidaria muito que ela houvesse árvores tão bonitas assim ou alguma placa sem estar pixada ou roubada.
Começamos a ir em direção ao portão de ferro que parecia mais uma grade enorme com dois guardas usando uniformes estilo militar, eles abriram para nossa passagem. Nem olharam para nós, melhor assim..
- Então nós vamos andar até o lugar onde você vai ficar entoa nem tende qualquer ação que posso levá-la a sair daqui com um tiro na cabeça, estamos sendo observadas a todo momento.
Estava na cara que fugir daqui não seria fácil, quem me sequestrou provavelmente era um profissional já que até agora as pessoas em volta de mim pareciam totalmente tranquilas, devem pensar que eu não seja uma ameaça ou eles tenham o controle da região.
Claro, fazia sentido eu não usava nenhuma amarra e nós estamos andando em plena luz do dia em uma rua cheia de casas bonitas e bem conservadas.
'' Eles '' mandavam na região. Agora quem era eles que eu queria saber.
-Onde estamos? – eu perguntei olhando para as costas da mulher que usava um vestido florido igual aqueles dos anos 60. Incrível o como ela não se importar com o fato que eu posso correr a qualquer momento.
-Em Desktop - Ela disse enquanto viramos outra rua. Eu comecei a avistar outros pessoas lá na frente.
- Estamos na França ainda? - eu perguntei a ela- Moça eu gostaria de dizer que quando as pessoas precisam que eu fiquei calada e não me lembrei de nada, eu diria que eu sou muito boa em fazer isso.
Ela riu e virou-se para olhar nos meu olhos.
-Aqui a única coisa que você precisa fazer e fingir que não existe e continuará sobrevivendo. - Ela disse enquanto eu passava em frente a uma casa onde tinha duas crianças no quintal brincando, eu diria mais ou menos brincando, um menino de uns oito anos observava uma menina de uns 5 anos entretida numa boneca de tranças loiras.
- Respondendo a sua pergunta sim nós estamos na França. – ela parou por um momento e em olhando com uma expressão surpresa ela disse.
- Eu nem perguntei o seu nome, então como eu posso chama-la? - aqueles olhos enormes azulados me davam um medo enorme.
Eu não poderia dizer a verdade para ela.
- Pode me chamar de-e Hayes – maldito velho que aparece até nos meus momentos de desespero.
-Bem diferente, igual a cor dos seus cabelos.
Quem sabe ser ruiva aqui não me faça ter uma vantagem? Não seja mais besta do que você é Rose.
Como eu não disse mais nada, ela continuou a me levar para um lugar que eu não tinha a mínima ideia onde poderia ser. A cidade então era totalmente assustadora, não que seja feia mais tudo parecia perfeito demais, talvez eu esteja acostumada com coisas ruins que até fico impressionada quando vejo coisas boas.
Tudo me trazia a impressão de ser um cenário, as ruas limpas, as casas pintadas de cores brilhantes, até o céu me parecia suspeito de tão azul e sem nuvens que ele aparentava naquele momento. Pronto, agora eu estou dentro do filme o Show de Truman.
Não avistei mais ninguém, eu não me considerava muito curiosa mais onde essas pessoas estariam em um belo dia desses?
Andamos muito até chegarmos numa casa – estava mais para uma mansão- onde tinha-se tudo que eu poderia falar de bom que uma mansão poderia haver. Entramos pela porta principal e ela me deixou em um quarto bem bonito por sinal e avisou que mais tarde as coisas estariam mais claras para mim.
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Foda-se
Eu ia descer por aquela janela usando aquelas cobertas nem que eu tenha que morrer tentando. Depois de muito tempo pensando e avaliando o que poderia fazer, eu cheguei na conclusão que ficar dentro desse quarto e esperar era a ação mais burra que uma pessoa que estava sequestrada poderia fazer. Por que pensem comigo, eu tinha uma janela bem alta e um monte de cobertas que poderiam aquecer umas 20 pessoas então eu juntei as peguei e bolei o plano de fuga A.
Sim, eu tinha o plano de fuga B.
Juntando toda a minha coragem eu me comecei a descer pela janela com a coberta amarrada na minha cintura – a outra ponta estava amarrada numa cômoda-, eu estava na metade do caminho quando eu ouvi um estalo e a cômoda se arrastou até a beirada na sacada que parecia de uma princesa que vivia num castelo na idade média, o cercado de pedras segurou a móvel enquanto isso eu despencava até o chão fazendo meu corpo bater no arbusto embaixo da janela.
A moça tinha me avisado que havia pessoas me observando, mas eu tinha a chance bem na minha frente, se eu morresse pelo menos seria correndo atrás da minha liberdade. Eles provavelmente iam me matar mesmo.
Latido de cachorros me despertaram do chão e eu comecei a correr como nunca nem mesmo nas aulas de educação física eu fazia isso.
Tudo não poderia ficar melhor.
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Change Of Motto
Adventure-''Uma colisão de átomos que acontece diante dos seus olhos". -Lorde