- E porque raio é que eu haveria de perder esta delícia? - ela parou de sugar o meu sangue e olhou para cima.
- Porque ela é minha! - reconheci a voz dele mas estava demasiado fraca para olhar para ele.
- Ah, desculpa... Não sabia que ela era tua Stephen. - ela levantou-se e logo senti ser levantada, olhei para a pessoa que me estava a pegar e lá vi ele, com os seus braços fortes a agarrar-me e a olhar para aquela horrorosa que acabara de me sugar quase até à morte.
- Este é o meu território Betty e espero não te voltar a ver aqui tão cedo. - ela desapareceu num piscar de olhos e o Stephen começou a andar.
- Onde me levas? - olhei para ele e ele pousou-me numa cama - Onde estou?
- Melanie vais ter de beber do meu sangue. Perdeste muito sangue...
- Estou cansada... - os meus olhos começaram a fechar-se.
O Stephen deitou as suas presas para fora e trincou o seu próprio braço que começou logo a sangrar. Meteu-o à beira da minha boca e comecei a sentir o seu sangue no meu corpo. Abri os olhos e ele olhava para mim com pena.
- Estás melhor? - ele tirou o braço de cima de mim e a sua ferida começou a curar-se.
- O teu braço... - ele olhou para mim e sorriu.
- Ele cura. Eu disse para não andar sozinha principalmente à noite. - ele foi até a uma porta e entrou - Não é seguro.
- Eu não estava na rua, eu estava em minha casa a apanhar ar... - ele saiu da porta com uma roupa lavada na mão e pousou-a em cima da cama.
- Aquela vampira é de duas cidades de distância daqui. Ela é de muito longe e veio atraída pelo seu cheiro. És um isco para todos os vampiros.
- Uau... Nem sei se me deva sentir lisongeada ou zangada. E já agora que conversa é aquela de eu ser tua?
- Isso não é nada bom Melanie. Eu não poderei estar sempre a proteger-te. - ele sorriu - Dizer que um humano é meu é como se já tivesses dono e mais ninguém se pode alimentar de ti a não ser eu...
- Que nojo! Nunca na vida me vais sugar o sangue! E já agora... Não preciso que ninguém me proteja. - levantei-me da cama e dirigi-me à porta.
- Onde vai Miss Hamby? - ele olhou para mim e depois para a roupa em cima da cama - Trouxe-te roupa lavada das amigas do Alexander.
- Foi muito gentil da tua parte mas não preciso de nada disso... Eu vou para casa.
- Ainda é de noite... É melhor não ir sozinha. Eu vou consigo. - ele veio até mim e eu ri-me na cara dele.
- Não preciso dum cão atrás de mim! - virei-lhe costas e comecei a descer as escadas, a casa estava deserta e eu abri a porta e saí.
Comecei a andar e notei logo que estava frio. Passei pelo cemitério e arrepiei-me, não gostava nada de estar sozinha no meio do cemitério a uma hora destas. Principalmente porque nestas últimas horas o que mais vi foram coisas absurdas e que até à um dia atrás era tudo uma fantasia para mim. Atravessei-o e senti a presença de alguém, parei e olhei para trás.
- Quem estiver aí que apareça. - um vento passou por mim e à minha frente apareceu o Stephen - Que raio estás aqui a fazer? - virei costas e continuei a andar, ele pôs-se ao meu lado e acompanhou-me.
- Vim ver se estavas bem. Senti que estavas com medo.
- O que estás praí a dizer? - olhei para ele e ele sorriu-me.
- Bebeste do meu sangue... É normal eu sentir quando estás em perigo ou com medo.
- Hum... Que fascinante... - revirei os olhos.
- Estavas com medo do quê?
- De andar no cemitério... Com tanta coisa esquisita que vi nas últimas 24h já não sei do que mais virá. E o teu sangue tem mais alguma contra partida? - respirei fundo.
- O teu apetite sexual vai aumentar... - ele coçou a cabeça e eu olhei para ele confusa.
- Como assim?
- Vais sentir uma enorme atração sexual por mim... E sonhos eróticos também...
- Eu estou bem neste momento... Continuas a meter-me nojo por ter acabado de te ver a ferrar o teu próprio braço... - chegamos a minha casa e começamos a subir as escadas - Quanto aos sonhos - abri a porta - Não é algo que eu já não tenha tido mas se tu apareceres neles vão ser de certeza pesadelos.
Olhei para o vandarim cheio de sangue e meteu-me nojo, entrei em casa e segurei a porta.
- Se quiseres eu limpo! - ele olhou para a poça de sangue e fechou os olhos.
- Não obrigada. Tenho que me distraír um bocado, preciso de ficar a marinar toda a informação que recebi e preciso de estar sozinha.
- Sim... - ele virou-se e começou a descer as escadas - Não te metas em confusões. - ele sorriu e eu fechei a porta, subi as escadas e tomei um longo e demorado banho.
Tirei todo o sangue que havia no meu corpo e vesti um pijama, fui até à cozinha e peguei num pano e numa bacia com água. Fui até ao vandarim e a cena de à umas horas atrás reviveu-se na minha cabeça, comecei a limpar o chão. "E se o Stephen não tivesse aparecido?" Aquela vampira tinha-me drenado até à última gota do meu sangue. Porquê que eu não sou o raio de uma pessoa normal? Estúpidez de ser fada... Respirei fundo e continuei a limpar.
Depois de tudo limpo, subi as escdas, deitei-me na cama e olhei para o teto. Juntei as mãos de novo e formou-se uma bola sem eu precisar de me esforçar muito. Acho que estou a melhorar, talvez deve-se ir falar outra vez com Rutger para aprender a fazer algo com o que tenho dentro de mim. Fechei as mãos e a bola desapareceu, virei-me de lado e fechei os olhos.
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Mordida final
Science FictionNuma nova era de evolução científica, os vampiros conseguiram deixar de ser monstros lendários para se tornarem cidadãos comuns. Essa mudança, que aconteceu do dia para a noite, deve-se a cientistas japoneses, que inventaram um sangue sintético, faz...