Capítulo 6

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Oiiiiiieeeeee!!!!

Tudo bem, meus amores? Como foram de Páscoa? 

Vamos a mais um capítulo? Estou muito feliz com a repercussão de AMOR na Amazon. Primeiro lugar dos mais vendidos, mais de 370 avaliações em 48 horas. Obrigada! Muito obrigada mesmo!

Espero que gostem! Beijocas <3


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Capítulo 6


Thomaz


Nos dias seguintes Francisco Negromonte virou pó.

Após a constatação de morte natural, ocasionada pela doença que o acometia há anos, o corpo foi enviado para cremação. Depois de quatro horas era apenas cinza, que eu mandei jogar no ralo de um vaso sanitário do local e dar descarga. Não houve velório, ninguém presente, muito menos tristeza de qualquer pessoa. Deixou de existir como se um fardo terrível acabasse.

Eu gostaria que tudo fosse simples como se desfazer do corpo. Que as lembranças e aquela energia viciante da casa se dissipassem, que algo bom surgisse como milagre. Mas tudo ainda era pesado, incômodo, gerando dúvidas para o futuro.

Mandei limpar o quarto, doar os apetrechos médicos, fechar o cômodo vazio ainda com ranço e fedor impregnado pelos cantos, por mais que tivesse sido higienizado. Paguei o que devia a Irina e Judite, com bônus generoso. Aquela parte foi toda resolvida. E então veio a outra, mais aguardada, que no sábado seguinte decidiria com quem realmente a fazenda ficaria.

A leitura do testamento estava marcada e Caena foi informada. Seria feita no casarão, com a presença dela, a minha, do advogado e três testemunhas. Eu mal dormi nas noites anteriores e pensava direto naquilo, nas possibilidades e conclusões, em cada coisa que poderia dar certo ou fugir ao controle. A tensão era permanente, assim como de Marina e de Domênico.

Eu os evitava e me isolava. Durante aquele tempo, desde que Caena saiu de casa e continuava hospedada na fazenda de Carlo, agi para resolver cada coisa o mais rapidamente possível e me dediquei ao trabalho até quase a exaustão. Quando algum deles queria conversar ou reclamava do sumiço, eu dizia estar ocupado e garantia que tudo caminhava como devia ser. Domênico parecia um cachorro perdido, cada vez mais dependente de Marina. E ela me observava, mantinha suas dúvidas, aguardava.

Naquele sábado a tensão era tão forte que parecia uma presença física, tirando minha fome, deixando o estômago revirado. Antes do horário marcado, desci de banho tomado e com o emocional agitado, sabendo que a hora da verdade estava chegando.

Parei na sala bem arrumada, impecável, com as janelas abertas deixando o ar entrar. Ainda assim havia ali uma espécie de estática, de coisa parada, estagnada, incômoda. Era uma sensação vívida, que trazia sons abafados, lembranças doídas, coisas traiçoeiras que estavam sempre presentes, por mais que eu as expulsasse continuamente.

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