CARÊNCIA • jjk + kth + jhs

Capítulo Único

Agradeço desde já à sua presença.

Boa leitura!

― Jeon Jungkook, puta que pariu, olha essas crianças. Eles estão chorando! ― Hoseok berrou do seu quarto, impaciente, segurando-se na soleira da porta firmemente quando sentiu uma náusea atingi-lo. ― Kim Taehyung, apresse-se e traga o leite deles, que demora. ― Direcionou outro grito em direção às escadas, tendo certeza que seu segundo marido o escutaria.

― Cruzes, Hoseok, que estresse é esse? Tenha um pouco de calma, somos apenas dois ― Jungkook resmungou, saindo do quarto que se instalou desde que Hoseok deu à luz e caminhando até o que ficava ao lado; o quarto dos alfinhas gêmeos. 

― Calma? Querido marido, eu pari dois alfas há apenas alguns dias, como posso ter calma? Você não sabe o quão dolorido e estressado estou, é impossível conter minha irritação ― berrou mais uma vez, mas se arrependeu logo após, pois uma tremenda dor de cabeça escureceu sua visão, fazendo-o segurar com mais força no batente. Choramingou. ― Jungkook, me ajude, eu estou tonto… Jungkook?

Jungkook, mesmo um pouco irritado pelos gritos de outrora, praticamente correu até o ômega ao vê-lo quase desmoronar, segurou-o pela cintura tentando não exercer força desmedida e machucá-lo. Hoseok estava deveras sensível desde o dia do parto, segundo os médicos, era devido ter gerado dois alfas. Normalmente, eles eram bastante agitados por todo o período da gravidez até o dia de virem ao mundo, o que causava por alguns meses um incômodo desmedido ao ômega; dor em seu estômago e estresse. Por isso, mantinha-se em uma linha tênue, dividido entre a compreensão de toda a irritação do marido e sua irritabilidade por causa dos palavrões de alto calão que ele usava. Apesar de amá-lo, não deixava de ser um alfa, feria seu orgulho ouvir aquelas palavras ofensivas de seu pequeno ômega. 

― Meu amor, você tem que se deitar, não pode fazer muito esforço ainda. ― Passou um de seus braços por debaixo das pernas de Hoseok, pondo-o em seu colo. ― Meu neném, tome cuidado com sua saúde! Você precisa estar forte para cuidar de seus três alfas e betinha ― sussurrou no ouvido do ômega, fazendo-o soltar um pequeno riso.

― Já estou me sentindo melhor. ― Suspirou pesaroso, encostando a cabeça no antigo travesseiro de Jungkook, que não tinha mais seu cheiro. ― Quando algum de vocês está perto de mim, eu me sinto muito melhor, como agora! ― sorriu sem mostrar os dentes. ― Não entendo porque vocês não querem dormir comigo, essa cama sempre acomodou todos nós… é por que eu estou feio? Por que ainda estou meio gordinho? Vocês não gostam mais de mim? ― falou baixinho, afastando seus olhos marejados do alfa, não querendo vê-lo. Estava tão inseguro. 

― Oh, meu Deus, hyung! Bata nessa sua boquinha ― Taehyung pronunciou-se, adentrando o quarto e direcionando-se à beirada da cama, onde estava os pezinhos gordinhos de seu maridinho perfeitinho.

Ele o olhou. 

― Você é uma das coisas mais preciosas em toda minha vida, Hoseok-ah ― sorriu. ― Nunca deixarei de te amar, ainda mais por essas bobagens que acabou de falar. Você é todo lindo! Na verdade, está ainda mais depois de ter engravidado. ― Massageou os pés de Hoseok, tendo um cuidado desnecessário. ― Jungkook concorda comigo, não é, querido? 

― Totalmente, Tae! Se eu já o amava antes, imagina agora que me deu o melhor presente do mundo; dois pequenos alfinhas, meus alfinhas. ― Acariciou a bochecha fofa de Hoseok, olhando-o com um sorriso enorme. 

― Nossos filhos, seu egoísta! ― Taehyung interviu. ― Lembre-se, seu alfa bobão. 

― Certo, meu betinha! Nossos alfas. De nós três. ― Caminhou até Taehyung, abraçando-o por trás e deixando um selar no topo de sua cabeça.  

― Estou me sentindo tão carente! Será que vocês poderiam voltar a dormir comigo? E poderiam se deitar um pouquinho agora, só um pouquinho? ― Hoseok exibiu a quantidade com seus dedos, olhando para os seus companheiros com um misto de tristeza e anseio, fazendo ambos derreterem ainda mais pela sua pessoa.

Não importava que Hoseok tivesse ganhado neném, ele sempre seria um verdadeiro bebê, assim eles pensavam.

― O que você quiser, meu amor! ― Taehyung engatinhou até ficar deitado ao lado do ômega, pôs a mão em sua barriga e acariciou-a levemente. ― Uma mania que adquiri graças à sua gravidez. Desculpe, mas não irei parar. 

― Para falar a verdade, mesmo que você não pedisse, eu viria de qualquer maneira. Estava morrendo sem te ter no nosso meio. ― Jungkook deitou-se do outro lado, pondo sua mão sobre a coxa proeminente de Hoseok e apertando-a levemente.  

Hoseok olhou para ambos, intercalando o olhar e sorrindo cada vez mais. Deus, como poderia amar tanto duas pessoas em sua vida? Duas não, agora quatro. Era tanto amor que sentia seu coração doer.

Eles o tinham, tanto fisicamente como emocionalmente. Eles eram donos de todo o seu amor, seu amor infindável. Ele era deles e eles eram seus. Uma inexplicável e atípica paixão. 

― As crianças estavam chorando! ― Hoseok lembrou-se, ficando um pouco inquieto. 

― Não mais, eu já dei de comer e coloquei os dois para dormir. São uns anjinhos! ― Taehyung aproximou-se mais, deixando parte de sua perna sobre as de Hoseok, depositando um selinho em seu ouvido logo após. 

― Que marido prestativo! ― Hoseok riu, virando-se para Taehyung e enterrando o rosto em seu peito. Logo sentiu Jungkook abraçá-lo por trás, cheirá-lo e também o lamber. ― Jungkook-ah, não agora, não me excite, ainda não posso fazer sexo.  

Jungkook riu anasalado. ― Não me culpe por você estar tão sensível.  

― Ai, meu Deus, parem com isso, já estou sentindo minha marca dar pontadas por causa da excitação de vocês. Parem agora! ― Taehyung cheirou as madeixas de Hoseok, estendendo seu braço até alcançar a costela de Jungkook e deixou-o por lá. ― Vamos dormir um pouco, faz dias que não tenho um sono digno. Sinto tanto sua falta, Hobi… sentimos!

― Também sinto, meu amor. Agora, vamos dormir um pouco! ― Esfregou o nariz no pescoço do beta e levou a mão livre até o quadril de Jungkook, acariciando-o preguiçosamente. Sorriu doce e fechou os olhos. ― Eu amo muito vocês, minhas preciosidades!