Prometemos.

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P.O.V ANY

— Você prometeu que iria comigo Any! — Exclama uma Sina dramática— sabe que é importante para mim!

Estávamos saindo da escola quando Sina, novamente, insistiu para fosse visitar sua mãe com ela, alegando que adoraria apresentar sua "melhor amiga de toda sua vida" para sua "querida e adorável mãe". Mas, por algum motivo, não me recordo de ter prometido nada. Talvez, só talvez, porque não tenha o feito.

— Não me lembro de ter prometido visitá-la. — falo lhe lançando um olhar desconfiado. Vendo a mesma ficar levemente desconfortável.

— Se não prometeu, tenho a certeza que teve a intenção de faze-lo.— retrucou divertida, arrancando-me um pequeno sorriso vencido.

— Deixando claro que irei, mas não por vontade própria.— anunciei derrotada. Oque? Sina pode ser bem eloquente quando deseja.

— Ah vamos, vai ver que não é tão desastroso falar com alguém que não seja eu. Ou já esqueceu como se faz isso?— provocou divertida enquanto entrava no carro. Apenas revirei os olhos e, a força, repeti seu ato.

Não é como se não quisesse conhecer sua mãe, muito pelo contrário,pois parece ser uma pessoa bem agradável pelo que Sina me diz, porém ser amigável não está na  minha lista de qualidades. Vai ser um grande desastre, além do fato de que irei me sentir bastante desconfortável,  sua mãe pode não gostar de mim.

Ah meu Deus, e se ela não gostar de mim?

Não que me importe com oque as pessoas pensam de mim, mas seria muito estranho para Sina ter uma melhor amiga que sua mãe não gosta. E faço de tudo para vê-la feliz, por isso estou indo, porque sei que isso é realmente importante para ela.

— E se ela não gostar de mim?— pergunto oque estava martelando em minha cabeça.

— É claro que ela vai gostar Any!— diz me lançando um olhar confortante— Você é muito legal, só tem que mostrar isso para as pessoas.

Não. Ainda não contei aquilo para Sina. É desgastante ter esse enorme peso na consciência, de sempre está escondendo algo. Me corrói por dentro vê-la contar tudo de sua vida e não saber se, algum dia, irei ter coragem de fazer o mesmo.

— Vamos, o horário de visitas começa em 5 minutos.— a ouço dizer enquanto olha para tela do celular.— Já perdi tantos anos sem vê-la que não quero me atrasar nem um segundo.

Nessa última semana Sina vem bem mais próxima de sua mãe. Todo dia ela vai visitá-la e confesso que fico um pouco chateada quando marcamos fazer algo e a mesma esquece por está na clínica.
Mas logo passa quando a vejo chegar em casa feliz por ter a companhia de sua mãe de volta. Me deixa alegre vê-la alegre.
Com todas essas coisa de sua gravidez tento ao máximo não deixá-la triste.
Ela já sofreu demais e não merece isso.

Ligo o carro e saio do estacionamento,logo podendo observar as movimentadas ruas de Los Angeles.
Olho para o lado e a vejo sorrindo boba enquanto observa a paisagem pela janela.
Tá, eu sei que ela está feliz por sua mãe, mas, por algum motivo, as vezes penso que não é só isso.
De uns dias para cá ela vem bem aérea. Sempre sorrindo, animada por tudo, está até gostando de ir para escola, oque é bem estranho, não que esteja reclamando.

Paro de frente a enorme clínica e observo o bonito prédio. É, pelo menos para algo o imprestável do pai de Sina serve.
Na verdade, estou admirada que o mesmo paga a estadia de sua ex-mulher aqui.

Deixo os meus pensamentos de lado quando escuto batidas na minha janela, vendo Sina do outro lado, sorrindo divertida.
Abro a porta e travo o carro, ouvindo as piadinha que a platinada soltava por estar igual um mula parada dentro do carro olhando para o nada.
A sigo até a recepção e a vejo falar com uma mulher de idade, provavelmente dizendo que estraria, pois enlaça nossos braços e vai me puxando por um corredor com fedor de remédio. Já falei o quanto odeio isso? O fedor, digo.

The consequence • BeuanyOnde histórias criam vida. Descubra agora