take me where the music ain't too loud.

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547 dias antes do fim do infinito;

Chaeyoung Point Of View

Sentada na velha escada de madeira da casa de Park Jihyo enquanto a música alta preenchia cada cômodo do local, e talvez do quarteirão, eu trajava meu melhor vestido. E, enquanto dava grandes goladas em meu refrigerante de laranja, perguntava-me por qual motivo havia insistido em ir a festa. Eu bem poderia estar em casa, segura em baixo de meus cobertores, maratonando as mesmas séries de sempre.

Não sabia dizer ao certo que horas eram, mas havia certeza de que passavam das 03:00. Ainda assim, o horário não parecia ser um incômodo para as pessoas ali presentes, visto que continuavam a pular, beber e gritar. Alguns estavam jogados ao chão, exaustos ou apenas bêbados demais para continuarem de pé.

- Vira! Vira! Vira! - Ouvi gritos exagerados vindo de algum lugar na cozinha.

Eu não me importaria com os gritos, mas a suposição de que eles talvez fossem dirigidos a alguma das minhas acompanhantes, vulgo Kim Dahyun e Minatozaki Sana, superou qualquer falta de interesse.
Me levantei em um pulo, de modo que uma tontura momentânea me invadisse, fazendo-me apoiar no corrimão da escada.

- Precisa de uma ajuda aí? - Ouvi a voz da Minatozaki.

- Não. - Sorri como podia. - Eu estava indo procurar você.

Sana deu um sorriso desajeitado e sentou-se na escada. Soltei um suspiro sôfrego, obrigando-me a sentar novamente.

- Onde está a Kim? - Perguntei, olhando ao redor.

- Não sei. - Ela fitou seus sapatos e tomou um pouco do que havia em seu copo. - Ela disse que queria dar uma volta, tomar um ar. - Riu. - Estava distante novamente. Acho que está magoada. - Sana embolava as palavras.

- Por que estaria? - Perguntei sem entender.

- Apenas sei que está. - Sorriu e deu de ombros. Eu suspirei novamente.

Eu não sabia dizer com certeza o motivo para tal mudança repentina de humor por parte de Dahyun, mas havia um palpite. E ele estava sentado ao meu lado, tomando alguma mistura de bebidas e lutando para recuperar parte de sua lucidez. Minatozaki Sana, ela era o meu palpite.
Pois, quando trata-se de Sana, Dahyun torna-se rendida. Rende-se tão facilmente as suas palavras e atos, é quase como se tirassem-lhe todos os sentidos e tornassem-na dependente apenas de Sana. Tais sentimentos foram nomeados por Dahyun como "amor".
A questão é que existem várias formas de amor. E, o amor de Dahyun por Sana, é do tipo que eu nomearia como autodestrutivo.

- Ali está. - Sana disse, despertando-me.

Demorei um pouco até notar a presença de Dahyun em um canto da sala. Estava recostada sobre a parede, degustando de sua sobriedade, com um sorriso divertido nos lábios e o olhar grudado em Sana. Esta que havia levantado-se e caminhava em passos lentos até a Kim.
Me levantei, mas mantive-me parada em meu lugar, tendo em mente que o melhor a se fazer era deixar elas conversarem sem minha presença.

Levei o copo a boca e dei uma última golada no que restava do meu refrigerante.
Meu olhos vagavam ao redor, notando como o local ainda estava cheio e barulhento. O cheiro, que no começo da noite era de lavanda, fora substituído por um forte odor de álcool e sexo. A música parecia mais alta e ensurdecedora a cada segundo, não era possível entender uma palavra sequer de sua letra.

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⏰ Última atualização: Apr 17, 2021 ⏰

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