Cap 2

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Fiquei encarando a notificação por longos segundos até tela do celular apagar. No primeiro momento fiquei me perguntando quem iria me chamar assim do nada, e se fosse a Heyoon divulgando meu número de novo? Vou matar ela!
Meus pensamentos vão embora logo que meu celular vibrou sinalizando que havia recebido mais uma mensagem. Minha mãe sempre disse para não responder estranhos.

- Olá, desculpa chegar assim do nada, mas vi esse número anotado em um papelzinho no estúdio de dança. Você é a Sina, certo?

Ignorei as mensagens largando meu celular na cama e me levantei analisando minha expressão apreensiva no espelho que ficava na parede do meu quarto. Paraliso por alguns segundos ouvindo celular vibrar mais uma vez. Dessa vez era constantemente, como se alguém estivesse me ligando.

- OLHA AQUI SE ME MAN... - Ei, calma ai... A voz de Heyoon me interrompe do outro lado da linha. - O que aconteceu, Sina? - Nada. - Falo brevemente para que ela não desconfie que nossos pais andaram transando por ai. - Eu já sei. - Dei um longo suspiro, ela provavelmente esperava uma resposta, mas eu não tinha. - Se quiser passar a noite aqui em casa você sabe que é bem vinda. - Será que eu não tinha uma resposta melhor? - Acho que preciso ficar e cuidar do meu pai, inclusive, cuida da sua mãe também. Eu preciso ir, te amo! - Ela desligou sem que eu pudesse dar a resposta.

*

A última coisa que me lembro da noite passada era eu chorando assistindo as performances do Shawn Mendes pelo youtube, eu realmente o amava, ele me trazia uma paz quando mais precisava.

Fiz minhas higienes matinais e desci as escadas não esperando muito ver a tal cena, meu pai carregando as malas até a porta. Será que ele iria passar um tempo fora ou ir embora de vez? Pouco importava, não queria saber.

Me sentei no balcão da cozinha observando meu pai carregar suas malas e soltei uma risada debochada. - Fácil fazer tudo isso e ainda ir embora, né? Sem sentir nada. - Quem dera! Ele respondeu e eu fingi que não ouvi. - Se te prejudicasse você não faria isso, mas preferiu agir pensando só em você. Disse seguindo ele até a garagem, o mesmo me olhou e em seguida fechou o porta malas. - É bem mais difícil do que parece...Só quero que fique aqui e cuide da sua mãe. - Papinho furado seu. Virei as costas e subi direto pro meu quarto

Conferi se havia alguma mensagem da minha mãe e a única mensagem que tinha na barra de notificações era do mesmo número.

- Oi? Tem alguém ai?

Fiquei olhando pensativa para tela até que resolvi responder. O que poderia ser pior agora do que ser sequestrada? Ou ser algum daqueles serial killers.

- Depende, se for um assassino pode me levar agora.

Deserve - NoartOnde histórias criam vida. Descubra agora