SURVIVE - H.S

3° Capítulo - Capitão

Fanfic Survive - H.S

Alícia

''- Papai, estou com medo! - caminhei até ele procurando seus abraços.

- Do que, girassol? - ele alisou meus cabelos.

- Do escuro. - choraminguei.

- Não tem o que temer, querida. Quando sentir medo de algo, siga seu coração e procure pela luz, assim como os girassóis. Não precisa ter medo, estou bem aqui e não vou a lugar nenhum. - ele segurava meu rosto delicadamente.

- Girassóis tem coração? - perguntei confusa.

- Não. - ele sorriu. - Mas eles sempre ficam de costas para o escuro e de frente para luz. - ele apontou para o girassol que ficava no batente da janela.

- Então eu tenho que ser como um girassol? - inclinei a cabeça para o lado.

- Você já é, só está aprendendo a florescer! Seu olhar de girassol e seu sorriso, são luz para qualquer um. - depositou um beijo em minha testa. - You are my sunshine - cantarolou.

- My only sunshine

You make me happy when skies are grey

You'll never know, dear, how much I love you

Please don't take my sunshine away. - cantei juntou com ele enquanto sentia o sono chegar.''

[...]

- Já amanheceu? - a voz suave de Sophia me despertou do transe de minhas lembranças. Rapidamente enxuguei as lágrimas, e cobri o colar de girassol com o lenço vermelho, e me virei encarando ela que estava com cara de sono.

- Está quase, hora de levantar. - caminhei até ela pegando o lençol fino e dobrando-o.

- Onde vamos? - ela perguntou coçando os olhos.

- Temos que encontrar um lugar seguro e comida. - guardei o lençol na mochila. - Coma, não temos muito, vamos precisar andar um pouco e é bom economizar. - lhe entreguei um pacote de bolo pequeno.

- Eca, tá estragado. - ela fez careta ao abrir o pacote.

- É só ignorar o cheiro, o gosto é o mesmo. - dei de ombros e certifiquei se as armas estavam todas prontas. Ela fez uma cara de nojo e engoliu um pequeno pedaço fazendo careta. - Quero que fique com isso, sabe usar? - estendi a pistola de Airsoft em sua direção.

- Não! - balançou a cabeça.

- Não é tão pesada quanto uma pistola de verdade, essa possui munições de borracha, ou seja, não é letal, apenas machuca um pouco. - destravei a pistola e atirei contra a madeira fazendo um pequeno barulho. Ela prestava atenção aos meus movimentos tentando entender. - Você só vai usá-la para intimidar caso necessário, entendeu? - travei novamente a pistola e ela assentiu. - Vem cá! - chamei ela. Ela hesitou um pouco, mas caminhou até mim. Levantei a barra da sua camisa, e coloquei a pistola que não era tão grande entre suas calças.

- Isso incomoda. - ela questionou.

- É, mas é para sua proteção. A partir de agora terá que me obedecer, e não saía de perto de mim. Se eu disser para correr, não hesite em correr, ok? - disse enquanto certificava se ela estava pronta. - Você me entendeu, Sophia? - coloquei minhas mãos nos seus ombros.

- Sim, entendi! - ela assentiu meio nervosa. - Estou com medo. - fez cara de choro. Eu respirei fundo e pensei no que eu poderia dizer para ela.

- Olha... - suspirei. - Quando eu tinha sua idade e sentia medo de algo. Meu pai sempre me dizia para não temer a nada, e que era para seguir meu coração e procurar pela luz assim como os girassóis. Então seja como um girassol, fique de costas para os seus medos e de frente para luz. - sorri para ela. - Não precisa ter medo, ficarei ao seu lado. - acariciei suas mãos. Ela rapidamente me abraçou envolvendo meus cabelos com suas pequenas mãos.