Capítulo 3 - O Início Parte Final.

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- Tu vai ficar com falta mermão... - Avisou Mauricio.

Gabriel ainda olhava para Alanna ainda cabisbaixa e se vira ao seus amigos.

- Uma falta a menos não vai mudar nada. - Afirmou

- Bom...Você quem sabe... - Mauricio disse se virando.

- Até o intervalo seu louco. - Rafael dizia o acompanhando.

- Falou. - Gabriel se despediu.

Os dois subiram. 

- Por que se importa comigo? - Alanna levantou a cabeça. - O que você ganha?

- Simples,não gosto de ver ninguém triste,quando eu estava triste ninguém me ajudava,eu ficava apenas em um canto escutando música,só quero que sinta que não está sozinha. - Gabriel dizia se aproximando de Alanna.

- Você acabou de deixar seus amigos de lado por uma pessoa que acaba de conhecer,por que? - Alanna o encarava.

- Converso com eles todos os dias,eu te vi triste aqui então no momento acho que você precisa mais de atenção do que eles. - Ele a respondeu seriamente.

- Mas vai perder a aula... - Ela dizia com uma voz fina.

- E qual o problema?...Eu não ligo. - Afirmou

A garota sorria de canto.

- Quer me contar alguma coisa? - Ele perguntou.

- Eu não sei se devo...tipo...é uma longa história sabe? - Alanna respondeu se esquivando.

- Eu tenho tempo de sobra,pode me contar se quiser...- Ele se virou totalmente para ela.

- Eu...tá bom,ok eu vou contar...mais é um pouco longa...- Ela dizia com um sorriso torto.

- Independente, sem problemas. - Gabriel complementou com um sorriso forçado.

- Ok. - Alanna finalizou. - Vou contar então...

Allana começou a contar sobre os problemas de adaptação da nova escola e da saudade que tinha dos velos amigos que eram da outra cidade,ela sofria de depressão por conta do falecimento de sua avó alguns meses atrás e também sobre as brigas que o pai dela e a mãe,ela me contou que diversas vezes a mãe apanhava por defender a filha,ela dizia que em dias de jogos de futebol o pai saia cedo de casa e volta quase que de madrugada e quando era perguntado ele gritava e agredia ela e a mãe...ele já foi demitido diversas vezes dos empregos por causa de seu comportamento e por chegar bêbado em serviço. A avó de Alanna quem dava comida e roupas para ela por um tempo mas por sua idade avançada acabou falecendo. Depois disso a vida dela começou a desmoronar, a mãe entrou em depressão e tomava remédios controlados que custavam uma fortuna,Alanna comentou que um dia o pai dela descobriu que ela gastava o dinheiro com os remédios e deu uma baita surra nela,bateu tanto que ela foi levada para o hospital as presses e ficou em coma por exatos 3 dias, uma história pior que a outra...Ela resaltou também que o pai em briga disse que sempre teve o sonho de ter um filho homem e que a esposa não foi capaz de dar a ele esse desejo...A mãe dela dizia que era um homem bom antes que ela nascesse mas ai ele foi com más influências que resultaram nessas ações...Ele está foragido a 2 anos...

- E essa é minha história... - Alanna abriu os braços terminando.

- Você é muito forte alanna...eu estou surpreso. - Gabriel dizia.

- Obrigada,mas sinto que tive culpa nesse processo... - Ela volta a defensiva. - Maldita hora que eu nasci. - Ela deu um soco fraco no chão e abaixou a cabeça.

- Não diga isso nunca Alanna,você não tem culpa de nada,Sei que está sofrendo mas está sendo forte e tem que continuar assim. - Gabriel passou a mão sobre os cabelos de Alanna. - Muita gente não teve a coragem que você teve em contar sua história...Você é muito importante.

- Você...realmente acha isso? - Ela levantava a cabeça aos poucos...dava para ver algumas lagrimas descendo de seu rosto.

- Eu não acho...tenho certeza. - Ele a abraçou. - Espera aqui que eu já volto. - Gabriel se levantou.

- Aonde você vai? - Ela disse enxugando as lagrimas.

- Ali,Já volto. - Ele não disse mais nada.

Alguns minutos depois ele retorna com uma lata de refrigerante e a entrega.

- Tome um pouco,isso vai te acalmar. - Ele sentou-se ao lado de Alanna.

- Obrigada. - Ela aceita e lhe agradece com um sorriso.

- De nada. - Gabriel sorriu também.

O sinal começa a tocar.

- Hora de voltar para a sala. - Ela revira os olhos.

- Que pena,eu estava gostando de conversar com você. - Gabriel dizia.

- Sim,estava. - Ela se levantou e logo depois Gabriel fez o mesmo.

- Vamos então. - Gabriel andava até as escadas.

- Sim,vamos. - Alanna o acompanha.

Os dois andavam até as salas,a sala de Alanna era uma das primeiras.

- Vou ter que entrar... - Ela dava um sorriso bobo.

- Então a gente se vê depois? - Ele pergunta.

- Mas é claro. - Ela sorriu animada.

- Tá...então até mais. - Gabriel se despediu.

- Até. - Alanna o abraçou forte e ele fez o mesmo. - Obrigado por me ouvir e ficar comigo por todo esse tempo.

- Não tem o porque de agradecer,sempre que precisar eu vou estarei aqui. - Ele beijou a cabeça de Alanna.

Os dois sorriram e retornaram a sala de aula.

The NightfallOnde histórias criam vida. Descubra agora