Vitima 01

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Posso ser verdadeiro... Ou não! Talvez seja só uma lenda. Isso você mesmo decide!

Hoje esta frio... Não está? Sente-se e preste atenção, tenho algo a lhe dizer!

 Diga-me quantas vezes feriu alguém, quantas vezes suas palavras foram capazes de rasgar a alma de uma pessoa... Foram muitas, não foram?

  Até certo modo, eu sempre fui a vitima, as pessoas me feriam e nem se importavam, me deixava com o coração sangrando. Por isso sempre fui sozinho.  Não completamente, minha sombra sempre foi minha maior companhia.

 Não vou me apresentar de forma descente pois não quero deixar pistas, mas podem me chamar de Led ( o que não tem nada a ver com meu verdadeiro nome acreditem), e bem podemos ser amigos?  Isso você também decide.

 Eu só quero chamar atenção a uma coisa. Eu não tive culpa de nada, tudo foi uma triste consequência dos atos das pessoas, e para falar a verdade, nunca me arrependi.

  Assassinatos, sim é disso que estou falando. Quer saber como tudo começou?

Eu estava na escola, ultimo ano de colegial, eu sempre me afastava de todos. Para ser mais exato ficava atrás da biblioteca porque lá não ia ninguém nunca. Chegava a ser assustador. E eu ficava lá sozinho sem fazer nada, apenas pensando, todos os dias.

Quando:

_Olá Led_ Tentei parecer simpático.

_Oi Emmah_ Aqui deixo bem claro que esse não é o verdadeiro nome dela. A garota estudava comigo fazia dois anos, eu a conhecia pouco.

_Esta ocupado?

_Não, pode falar.

_Eu estava pensando... Você é bem distante de todos, por quê?

_ Pessoas são mesquinhas demais, só ligam para si mesmo, são os piores seres que existem.

_Bem, tenho que concordar que isso é verdade_ Ela sorriu.

Eu fiquei em silencio, imaginando que a conversa tinha acabado.

_Led... Você é bem, é como posso dizer... Diferente, fico aqui me perguntando se você já matou alguém_ Ela riu _Não me leve a mal, mas você me assusta um pouco.

_Então o que faz aqui?_ Perguntei curioso.

_Oh sinto muito estar incomodando.

“Não está”.

“Você não respondeu a minha pergunta.”

“Não, eu nunca matei ninguém” Sorri.

“E teria coragem?” Ela pareceu interessada.

“Não sei, nunca pensei nisso. Aonde quer chegar?”

“Eu fico aqui me imaginando se você faria um favor pra mim.”

“Quer que eu mate alguém?” Gargalhei.

“Na verdade sim” Ela abaixou a cabeça.

“Oh” Me assustei “ E posso saber quem seria?”

“Eu”

Pisquei duas vezes não entendendo se ela estava brincando comigo.

“Tudo bem, eu explico, eu preciso disso sabe? Preciso descansar, to exausta de tudo isso, só que não tenho coragem de por um fim na minha vida, e bem... você me parece corajoso, no fim será um favor.”

“Certo, se é assim...”.

“Só me faça um favor ok? Quero ser morta com muito sangue, gosto dessa ideia”.

Combinamos de ir até o lugar mais afastado que ela conhecia, ela me passou as instruções de chegar lá, cada um iria por conta, para depois ninguém suspeitar de mim.  Esperaria três dias após a conversa, nesse período ela agiria normal e faria tudo o que tivesse pra fazer antes de partir. Deixo bem claro que a única coisa que eu quis fazer foi ajuda-la, acho que se uma pessoa quer morrer, você deve ajuda-la, viver  e ir morrendo por dentro só piora as coisas, então eu me senti um herói e não o famoso vilão.

 Chegado ao dia e a hora combinada, ao crepúsculo, eu cheguei com 15 minutos de atraso.

“Pensei que não viria.”

“Tem certeza?”

“Sim.”

“Como você quer que eu faça? Isso é não tenho a menor ideia.”

“Só faça.”

 Eu comecei a tremer muito, ela fechou os olhos e respirou fundo. Perguntei-me se tinha o direito de fazer isso com alguém, por o fim na vida, depois percebi que só estaria ajudando.

“Você trouxe algo que eu possa usar?”

“Sim, tem uma faca em minha bolsa, tire a camiseta para não deixar suas digitais. Ei você está fazendo o certo ok? Obrigada por isso, obrigada mesmo.”

“Tudo bem.”

Comecei a suar com a tensão, tirei minha camiseta e peguei uma faca média, a qual parecia muito amolada. Segurei a faca firme, enrolada em minha camiseta para que não escapasse, depois fiz um pequeno risco com a faca em seu pulso, o sangue começou.

“Acaba logo com isso.”

E eu acabei de fato, juntei uma quantidade significativa de minhas forças dei uma facada em seu coração, ou eu espero que tenha sido seu coração. Pude assistir seu olhar de pânico, enquanto ela ia perdendo a consciência e caia no chão. Eu me perguntei se aquilo seria suficiente para mata-la, mas não podia cometer o erro de falhar.  Por isso dei mais duas facadas na mesma região, e o sangue inundou o local. Quando olhei para seu rosto, um leve sorriso tinha se formado, seus olhos já estavam fechados. Coloquei a mão próximo ao seu nariz para ver se respirava. Nada!

 Eu tinha feito a minha parte por isso um sorriso involuntário escapou em meus lábios.

Não sei se posso explicar o quão difícil e fácil foi para mim, difícil, pois eu estava tenso e com medo, mas me senti realizado com tudo isso, com um prazer de ter feito o que era certo, e acredite se quiser o olhar dela de pânico me deu um certo ar de poder, o que foi muito bom.  Não acho que farei isso novamente, matarei. Mas eu não me arrependo!

 Sai daquele lugar abandonado deixando tudo para traz, Emmah e a faca.

 Infelizmente, ou felizmente, esta não foi à única vez. 

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