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 Harry's POV:

 Não tinha conseguido dormir depois daquela noite. Tudo que eu conseguia pensar era que o céu estava tão bonito quanto ela naquele vestido, e, como não conseguia tirar isso da minha cabeça mandei aquela mensagem. Ela nunca me respondeu, mas não havia necessidade.

 Quando decidi me levantar da cama após horas de insônia, eu não vi os raios de sol entrando pela janela, o que indicava que aquele seria um dia frio. Decidi que daria uma volta pela cidade, porque a cada minuto que eu ficava preso em casa eu me sentia mais atraído por um único pensamento.

 Meus pais já tinham ido trabalhar então deixei um recado em cima da mesa, caso eles voltassem mais cedo, avisando que iria andar por aí.

 Coloquei um casaco de frio longo, meu cachecol e saí. Andei por mais ou menos uma hora e era isso, não havia muito o que fazer porque era uma cidade pequena. As mesmas pessoas, os mesmos lugares, mas eu me sentia tão diferente de tudo...

 Sentei-me em uma cadeira perto da estação de trem sem saber pra onde ir. Levei um tempo até sentir o tédio me consumindo. Não queria voltar pra casa e não aguentava mais andar pelo mesmo lugar.

 Levantei, decidido, e comprei uma passagem para o próximo trem. Não sabia pra onde ele iria, mas com certeza não seria longe de onde eu estava. A linha era pequena, circulava pela cidade e mesmo assim eu sentia a necessidade de entrar lá e observar tudo de novo pela janela.

 Enquanto esperava o trem chegar muitas pessoas se aproximavam da linha, o que indicava que o dia estava passando e cada uma delas tinha algum destino pra seguir. Menos eu.

 Suspirei alto e observei o espaço quando eu a vi. Ela estava parada ali, com seus cabelos soltos, diferente da noite passada, esperando o mesmo trem que eu.

 Não podia acreditar. Estava sorrindo como um idiota e decidi não me aproximar dela por enquanto, e continuei a observá-la. Ela não estava muito contente com o que estava indo fazer e puxava a manga do seu casaco pra tentar se aquecer do frio que fazia.

 O trem chegou e ela entrou, eu logo atrás, silenciosamente. Ela escolheu um lugar e colocou os fones de ouvido. Eu sentei exatamente atrás da cadeira dela e decidi que era hora de comprimentá-la.

 "Layla." - Eu chamei, mas ela não ouviu.

 Como um idiota, eu chutei a cadeira dela duas vezes, até que ela me olhou confusa.

 "Harry? O que você está fazendo aqui?" - Ela perguntou.

 "Essa é uma ótima pergunta." - Suspirei. - "Estava entediado e quando cansei de andar por aí decidi tomar um trem pra um lugar qualquer."

 "Você sabe que essa linha só vai até o fim da cidade, certo?" - Ela falou, sorrindo.

 Eu ri e tive uma ideia.

 "O que você acha de ir patinar no gelo?" - Disse ao lembrar de um lugar que ficava no final da cidade.

 Ela me olhou pensativa, considerando a proposta.

 "Eu estava indo para a minha estúpida aula de francês." - Ela disse.

 Devo ter feito aquela cara de decepcionado e, pior, eu não podia contê-la.

 "Mas..." - Ela começou. - "Eu realmente acho que elas são muito inúteis, diferente do que você está me propondo."

 "Você está dizendo sim?" - Perguntei, ansioso.

 "Sim." - Ela sorriu.

 Levantei-me e sentei ao lado dela. Naquele momento, tive certeza de que o dia seria bom.

Another ChanceOnde histórias criam vida. Descubra agora