o coelho fofinho

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Bakugo estava irritado.
Odiava aquele coelho verde...
Ele era tão folgado!
Além de roubar seu lugar ainda o respondia?
Estava perdendo a paciência...
Aquilo estava passando do limite.
Mas aquele cheiro de lavanda que exalava do mesmo o acalmava mesmo que só um pouco.
O hipnotizava.
O deixava louco.
Talvez fosse pela natureza dos coelhos serem tão atraentes e fofos.
E de fato Midoriya era bem fofo e atraente.
Bakugo bufou irritado.
E falando no diabo...
Estava saindo da escola quando viu Midoriya sentado falando no telefone com alguém.
-Sim...-ele disse.-Eu sei que dia é amanhã...
Bakugo o olhou.
Com quem o coelho estaria conversando?
-Mas amanhã tem matéria de prova...Eu não posso faltar...-Ele dizia.-Não sei...Vou tentar me controlar ao máximo...se eu conseguir pegar a metade está ótimo.-ele disse e ajeitou a bolsa que carregava no ombro.-Eu sei mãe...Qualquer coisa eu vou para casa...-pausa.-Então tchau...até segunda...
Bakugo ficou um tanto curioso.
Sobre o que Midoriya estaria falando?
O que aconteceria amanhã?
Será que o menor por ser um dos representantes de classe sabia de alguma prova surpresa?
Deu de ombros.
Talvez não fosse nada...
[…]
No dia seguinte Bakugo percebeu que definitivamente era alguma coisa...

Bakugo chegou na sala de aula e sentou em seu lugar ao lado de Midoriya.
Esse que parecia não estar muito bem.
Estava encolhido e segurava o seu caderno tremulamente.
O híbrido de coelho parecia estar sentindo dor...
Bakugo estranhou ver aquele coelho daquele jeito.
Aquele garoto que sempre amava o responder e o irritar parecia estar frágil e indefeso.
-Ei...-chamou.-Está tudo bem?
O menor apenas se encolheu mais ainda e olhou para si assustado.
Bakugo sentiu um cheiro estranho vindo do mesmo.
Medo?
Bakugo o olhou surpreso.
Apesar do menor ser visivelmente mais fraco nunca havia sentido aquele cheiro tão concentrado de medo no mesmo.
Sempre esbanjava confiança e animação.
E agora aquele cheiro estranho de lavanda parecia estar concentrado demais.
Sinal de submissão.
Coisa que Bakugo nunca havia sentido antes no menor.
-Hey...-Chamou novamente.
O menor olhou para si e se forçou a falar.
-E-está tudo bem...
-Não é o que me parece...-disse.-Você parece com medo de algo...
-Não é nada tá bom?-disse o menor um tanto irritado.
Bakugo o olhou surpresa.
E então apenas assentiu e não disse mais nada.
O coelho estava estranho...
Estranho demais...
(...)
Os minutos se passaram e uma hora e meia depois o coelho ao seu lado parecia estar lutando consigo mesmo.
-Hey...-Chamou ele novamente.-Você tem certeza que está bem?
O coelho apenas concordou com a cabeça e tentou escrever no caderno.
Mas Bakugo percebeu que a mão do menor tremia e sua escrita saia toda torta.
Ele não estava nada bem.
E percebeu isso quando o menor começou a tremer.
E quebrar o lápis com a mão.
-Oe...-disse.
Foi ai que viu os olhos do menor.
Estavam maiores.
Brilhantes.
E orelhas verdes enormes de coelho começaram a brotar de sua cabeça.
-Oe Oe!-Bakugo arregalou os olhos.
O menor então soltou um grunhido de dor.
O professor olhou para os dois.
-Senhor Midoriya o que está acontecendo?-perguntou.
Foi ai que Bakugo viu um rabo de pompom rasgar a calça do menor.
Midoriya fez uma cara sofrida.
O menor estava se transformando.
-Senhor...acho que ele não está muito bem...-Disse Bakugo.-Posso levar ele até a enfermaria?
-A vontade...-disse o professor.
Bakugo então tocou o menor que se encolheu.
Suspirou.
O coelho provavelmente não aguentaria andar até a enfermaria naquele estado.
Passou a mão na nuca do menor e atrás de seus joelhos e o ergueu estilo princesa.
Os alunos o olharam.
Um tanto curiosos.
Bakugo o encostou em seu peito e o menor se encolheu.
O que estaria acontecendo?
O segurou forte e saiu da sala em direção a enfermaria.
O menor parecia cada vez menor.
Ele estava diminuindo?
Ou era só a impressão de Bakugo?
O híbrido de lobo começou a correr.
Chegou a porta da enfermaria e pôs o coelho na cama delicadamente.
Nessa hora percebeu o nariz de coelho que havia aparecido na face do menor.
Olhou ao redor.
A enfermaria não estava em lugar algum.
-Oe...-chamou o loiro.
Midoriya se remexeu.
-Você tá bem?-cutucou uma das orelhas do menor e se surpreendeu com a maciez delas.
Eram tão fofas!
Olhou para o rosto do menor.
E foi ai que o menor se transformou totalmente.
Na frente de Bakugo havia um pequeno coelho verde encolhido em meio as suas próprias roupas na cama da enfermaria.
Uma transformação deveria ser de acordo com a vontade mas parecia que Midoriya havia perdido o controle daquilo.
Será que era disso que o menor estava falando no celular?
O pequeno coelho abriu os olhos e olhou para Bakugo.
Pulou assustado.
Grunhiu algumas coisas que Bakugo não entendeu.
O coelho parecia irritado.
O olhou esperando alguma coisa.
Bakugo o olhou confuso.
-Eu não entendi...
O coelho o olhou irritado.
E sinalizou para si e depois para o loiro.
Então Bakugo entendeu o que o coelho queria dizer.
Então forçou uma transformação em si mesmo.
As suas roupas caíram no chão da enfermaria e suas mãos e pés deram lugar a quatro grandes patas.
Um lobo amarelo apareceu em seu lugar e fitou o coelho.
“Bem melhor agora” disse o coelho.“Você é muito lerdo...”
“Eu não tenho culpa de você estar desse jeito...” Grunhiu o lobo de volta.
O cheiro de lavanda do coelho aumentara significadamente agora naquela forma.
Estava quase insuportável.
Aquele cheiro era tão bom...
Balançou a cabeça.
“Por que você está assim?”perguntou o lobo.
O coelho revirou os olhos verdes.
“É porque hoje é páscoa...” Respondeu o menor.
“Hã?”
O coelho suspirou cansado.
“Na páscoa os coelhos ficam fracos e frágeis demais e por causa disso isso acontece...”apontou para si próprio.“Nós perdemos o controle de nossa parte animal e isso acontece...”explicou.
Bakugo o olhou confuso.
“Mas por quê?”
O coelho pareceu ficar um tanto inquieto.
“Bem... É que nessa época os coelhos...bem...copulam...”seu rosto pareceu ficar vermelho.
“Ah...isso...” Bakugo o olhou com vergonha.
Bakugo sabia que coelhos tinham uma época para copularem mas não sabia desse detalhe...
“Mas você vai ficar assim por quanto tempo?” Perguntou o lobo.
O coelho balançou a cabeça.
“Normalmente eu fico assim por um dia inteiro...” Disse e abaixou a cabeça suspirando.“Eu precisava copiar aquele exercício...”
“Não tem um jeito para que você volte ao normal logo?”
Midoriya o olhou assustado.
“Ter tem mas...”
“Mas...?”
“Bem...como essa é uma época na qual se escolhe o companheiro para a vida toda...” Começou Midoriya. “Então meio que...” Midoriya se encolheu. “Temos que no mínimo beijar uma pessoa até o final do dia...” Disse ele.
Bakugo o olhou.
“Só isso?” Perguntou.
“Como assim ‘Só isso’?”perguntou Midoriya irritado. 
“Ué...eu pensei que fosse algo pior...como copular ou uma marca...” Disse com um tanto de vergonha.
“Claro que não!” Exclamou Midoriya envergonhado.“Nós não somos tão sem vergonha assim!”
“Mas pensei que coelhos fossem os bichos mais pervertidos que existe.” Comentou.
“Ora seu...” Grunhiu o coelho irritado.
“Você fica tão fofinho irritado...” Disse o lobo.“Ainda mais desse jeito...”

“Grrrrr!” Grunhiu o coelho pulando em cima do lobo com raiva e mordendo o rabo peludo de Bakugo.
Bakugo o olhou com o com desdém.
A mordida do coelho não fazia nem cócegas.
Bakugo apenas balançou seu rabo e pegou o pequeno coelho com a boca delicadamente.
Sentir aquela carne fofinha em seus dentes era enlouquecedor.
O coelho ficou imóvel em sua boca.
Talvez com medo de se mover ou simplesmente com medo.
Bakugo sentiu aquele aroma de lavanda se intensificar.
Largou o coelho e grunhiu.
“Será que você pode controlar esse seu cheiro ai não?” Perguntou com raiva.
O coelho o olhou com raiva também.
“Olha quem fala!” Exclamou.“Seu cheiro também está forte demais! Esse cheiro de ágar está me deixando enjoado!” Disse contorcendo a face.
Bakugo revirou os olhos.
Olhou para o coelho que estava mais fofo do que nunca.
Talvez estivesse ficando louco.
Ou talvez fosse culpa do esverdeado e aquela natureza fofa e adorável dos coelhos.
Irresistível.
Chegou perto do menor e o cheirou.
O coelho pulou de susto.
Aquele cheiro era tão bom...
Deu outra fungada no menor.
“O-o que está fazendo?” Perguntou o menor assustado.
Bakugo apenas fungou outra vez e lambeu as bochechas do coelho.
Como era bom sentir aqueles pêlos...
O menor era muito fofo.
Nos dois jeitos.
Deu outra lambida.
“P-para...” Disse o menor grunhindo. “Isso faz c-cócegas...”
Mas Bakugo não parou.
Lambeu mais uma vez o rosto do menor e capturou as orelhas do esverdeado com os dentes.
Midoriya se estremeceu.
Aquilo era bom.
Bakugo o ergueu delicadamente do chão pelas orelhas.
Seu lado animal queria morder aquelas orelhas fortemente é ouvir um gemido de dor do menor.
Mas não queria machucar aquele coelho.
Ao contrário disso.
Largou o menor e começou a lamber o coelho na barriga.
Midoriya começou a rir.
“Hahaha! P-para!” Exclamou. “I-idiota!”
Até que ficou cansado de tanto rir.
Bakugo então deu um sorriso ladino mostrando os dentes afiados e abriu a boca pronto para abocanhar o menor.
Midoriya se encolheu e fechou os olhos.
Mas o que sentiu foi algo totalmente diferente do que pensava.
Bakugo havia beijado delicadamente seu focinho.
Abriu os olhos surpreso.
O lobo separou o focinho do focinho do coelho e deu um beijo no meio de sua cabeça.
Midoriya ficou vermelho.
E logo depois sentiu um calafrio.
Estava se transformando de volta.
Bakugo deu uma leve risada e começou a se transformar de volta também.
Talvez coelhos não fossem tão idiotas assim...
Logo depois lá estava eles dois em sua forma humana e inevitavelmente nús um de frente para o outro.
Midoriya fechou os olhos surpreso.
Bakugo apenas riu baixinho e pôs sua calça e blusa.
Quando o maior acabou o menor abriu os olhos,colocou a roupa e fez uma cara emburrada.
-Idiota...cachorro...pervertido... Imbecil...-Murmurou o coelho. -Pulguento...cara de cachorro...
Ok...retirava o que disse.
Coelhos são sim idiotas.
-Hey! Eu não sou pulguento!-exclamou o loiro.-Eu sou limpinho! 
-Babão...
-Eu não babo!
-Baba sim!-exclamou o menor.-Olha o meu estado!
-Ué...a culpa não é minha se você é tão fofo.-retrucou Bakugo.
-Pervertido!-Exclamou o coelho.-Fedido!
-Seu...-grunhiu o loiro irritado e começou a correr atrás do coelho.
-Fedido! Fedido!-dizia o coelho com um sorriso no rosto enquanto corria atrás do coelho.
Até que o capturou.
Pulou em cima do mesmo que fechou os olhos esperando algo.
Bakugo sorriu divertido.
E apenas beijou a testa do menor.
O coelho abriu os olhos e o fitou.
-Idiota...-murmurou inflando as bochechas com aquelas pequenas sardas.
Bakugo riu.
Coelhos eram idiotas...
Mas...
As vezes eram fofos...
E Midoriya era fofo até demais.
~Fim~










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