Bakugo olhou para o lado.
Midoriya olhava para si sem ao menos piscar.
Franziu o celho.
Por que o coelho estava tão obstinado em si daquele jeito?
Depois daquele “beijo” os dois saíram da enfermaria e por fim copiaram o exercício.
E no dia depois desse Midoriya devolveu seu assento.
Mas depois daquilo o coelho verde não parava de o olhar.
E aquilo era estranho e ao mesmo tempo incômodo.
Talvez tivesse feito algo que não tivesse agradado o menor.
Talvez as cócegas?
A mordida de leve na orelha (não maliciem) ou talvez fosse na hora que tinha o jogado no chão de brincadeira...
Mas então por que Midoriya havia devolvido o seu lugar?
Por que sempre corava e virava o rosto com uma cara raivosa?
Por que as vezes sentia o menor o seguindo?
E por que quando virava para trás a procura do mesmo,ele se escondia?
O lobo não entendia.
E isso estava acontecendo naquele mesmo momento.
Midoriya o olhava por trás de si.
Sentia como se estivesse sendo perfurado por facas.
O olhar o coelho era tão penetrante.
Queria virar e perguntar o por quê daquilo.
Mas o professor provavelmente iria brigar consigo.
Suspirou cansado quando o sinal do intervalo tocou.
Se espreguiçou e esticou as pernas.
Hoje ainda tinha educação física...
Suspirou pesado.
Levantou da cadeira e passou pela porta.
Mas sentiu uma pequena presença atrás de si o seguindo novamente.
Grunhiu.
Andou mais uns dois metros.
E num movimento rápido agarrou pelos ombros o coelho.
Midoriya foi imprensado na parede.
Assustado.
-O que foi?-perguntou o lobo.
-Q-quê?-Disse assustado.
-Eu estou perguntando o porquê de estar me seguindo a mais de um mês e meio e não parar de me olhar.-disse sério.
-Ah! Isso...-exclamou nervoso.
-Eu fiz alguma coisa de errado?-perguntou o loiro.
-N-não é isso...
-Então o que é?
-É q-que...-o menor se encolheu.
Bakugo se perguntou o porquê.
-É que o quê?-perguntou.
-Eu estava...querendo...-suspirou.-Pedir obrigado...-Mdoriya cuspiu e olhou para Bakugo vermelho.
O menor era tão fofo corado!
-Ah!-Suspirou-Era só isso?
-Não...
-Então?
-É...é...que...-corou mais forte.
Bakugo o olhou com os seus olhos vermelhos.
-Não é nada...-suspirou o menor.
O maior o olhou confuso mas apenas deu de ombros.
-Você vai fazer alguma coisa?
-O quê?
-No intervalo...
-Ah! Eu estava pensando em ir no refeitório comer alguma coisa.
-Não estaria interessado em comer comigo?-perguntou e deu um sorriso.
-E você sabe cozinhar?
-Hey! Não seja mau!-Fez uma cara de ofendido.-É claro que eu sei cozinhar!
-Hum...eu humildemente aceito o seu pedido...-fez biquinho.–no qual Bakugo achou adorável.–e continuou. -Só porque eu estou com fome hoje e não quero gastar meu dinheirinho.
-Nossa...-Piscou.-Sem comentários...é assim que me agradece?
-Já te agradeci...
Bakugo rolou os olhos.
-Tá...tá...vamos...-Então pegou a mão do menor e o puxou.
Midoriya corou envergonhado.
E então eles andaram em direção à cobertura.
Bakugo pegou a chave da cobertura e abriu a porta.
-Hey...a cobertura não é um local privado?-Midoriya perguntou.-Como você tem a chave daqui?
-Hehe...como eu sou um alfa filho do amigo do diretor eles me deixaram entrar sem problemas.-disse e sorriu.
-O QUÊ?!-gritou o menor.
-Xiu!-colocou o indicador sobre a boca do menor.-Se os outros ouvirem isso vai arrumar confusão.
-Você é um alfa influente?-sussurrou.
-Nããoooo...-grunhiu.-Eu não sou filhinho de papai...meu pai apenas é amigo do diretor...
-Ah...
-Você realmente pensou que eu fosse um daqueles idiotas que acham que podem ter tudo que querem?-Perguntou.-Isso chega a doer sabia?
-Ué...tão convencido e pervertido do jeito que é...-fez biquinho e olhou para o lado.
-Ok...ok...eu não deveria ter feito aquelas coisas...mas é que você estava tão fofo!-Sorriu.-Não resisti.
Midoriya corou de novo.
-I-idiota!
-Vamos comer...-Pegou uma caixa na qual estava a comida.
Abriu.
Os olhos de Midoriya chegaram a brilharem.
-Você fez isso tudo?-Perguntou o esverdeado maravilhado.-Quanta coisa!
-É que bem...eu como muito...-Riu baixinho.-E dessa vez eu acabei por fazer demais...
Midoriya o olhou maravilhado.
Parecia tão gostoso!
Havia tanta coisa!
Bakugo deu um par de hashis* e sentou ao seu lado.
-O-o que você está fazendo?-perguntou ao sentir seus ombros se encostarem.
-Ué...só tem uma caixa...-Disse confuso.
-Ah é...-suspirou.
Pegou um camarão frito e pôs na boca.
-QUE DELICIA!-Exclamou e sorriu.
-Que bom que gostou...-mordeu um pedaço de sanduíche.
-Você cozinha bem...
-É...a maluca da minha mãe me faz fazer a comida dela desde oito anos.
Midoriya sorriu.
-Está muito bom...-disse feliz.
-E agora mesmo estava duvidando de mim.-Bakugo resmungou.
-Ora! Eu achei muito estranho alguém como você cozinhar.-disse mordendo um onigiri.
-Alguém como eu?-perguntou confuso o lobo.
-É...
-Como assim?
O coelho suspirou.
-Não é nada...
Bakugo olhou para Midoriya e viu grãos de arroz em seu rosto.
-Hahahahaha!
-Por que está rindo?-Disse confuso.
-É que...hahahaha! Tem comida no seu rosto!-riu.
-Hã?! Aonde?!-apalpou o rosto sem achar.
-Aqui...
Abaixou e lambeu o rosto do menor ao lado da boca dele aonde estava o primeiro grão de arroz.
-Aqui...
Lambeu no queixo dele.
-E aqui...
Beijou seus lábios gentilmente.
Num gesto carinhoso.
Sem nenhuma intenção além daquilo.
Claro que não havia esquecido daquele “beijo” no qual haviam trocado em suas formas animais.
E nem esqueceria.
E como havia gostado daquele beijo...
O menor era tão fofo...
Tão cheiroso!
Midoriya estava corado e com os olhos fechados.
Estava retribuindo...
Bakugo riu internamente por ver que o menor provavelmente também havia gostado do beijo.
Então se afastou e olhou o menor abrir os olhos verdes e o olhar inocentemente.
Ah!
Aquele olhar o enlouquecia.
Então lembrou de um detalhe.
-Ah...é mesmo!-Exclamou.-Você queria me dizer algo além de obrigado mais cedo não foi?
Midoriya estava vermelho como um tomate.
-F-foi...
-Pode dizer...sou todo a ouvidos.
-Eu queria dizer que... Que...
-...?
-Que você não é tão chato como eu pensava...-disse o coelho orgulhoso.
Não queria dizer aquilo mas o que iria dizer era embaraçoso demais e seu orgulho o impedia de fazer isso.
-Oh...nossa... Acho que isso é um elogio não,é?-perguntou com a cabeça de lado como um cachorro confuso.-Então que bom que não sou tão chato assim pra você...
Midoriya deu um tapa em sua testa.
-Hey...por que fez isso?
-Não é nada...
Bakugo fungou o ar.
-Você é cheiroso...-abaixou-se e cheirou o cabelo do menor.
Um cheiro de lavanda invadiu seu nariz.
Mas uma coisa estava diferente.
Além do aroma de lavanda de sempre um cheiro de canela se almiscarava com o cheiro do menor.
Um cheiro realmente delicioso.
Midoriya olhou para Bakugo vermelho.
-PERVERTIDO!-grunhiu.-Eu retiro o que disse.VOCÊ É TÃO IDIOTA QUANTO EU PENSEI!-exclamou.-Cachorro...cheio de pulgas!
-Ah...vai começar.
-Crápula! Fedido! Idiota! Imbecil!
-Por favor...tente ficar pelo menos meia hora sem me xingar...-Suspirou.-Eu só disse que você é cheiroso...
-Lobo mau!-Brigou infantil.
-Você ainda não viu o meu lado mau,coelho...-grunhiu.
Estava começando a ficar sem paciência...
-Você é um covarde...nunca faria nad-
Foi interrompido.
Bakugo o beijou ferozmente.
Agressivo.
Mas ao mesmo tempo gentil.
Era como se estivesse brincando com sua presa,que no momento era Midoriya.
Midoriya se encolheu.
Mas retribuiu.
Então Bakugo se afastou e deu um beijo em sua testa e sorriu.
-Ainda bem que eu sou um lobo do bem...-Piscou.
-Idiota...-Midoriya pôs a língua para fora infantilmente.
Seu coração estava acelerado.
-Mas ao menos é gentil e engraçado...-Disse baixo o esverdeado
-O quê?-Bakugo perguntou não acreditando no que ouvira.
Maldita audição lupina.
-Eu disse que apesar de ser um idiota você é legal...-repetiu.
Bakugo arregalou os olhos e se deitou no chão como se estivesse morrido.
-Eu morri?
-Quem dera...
-Você não deixa escapar um jeito de me deixar pra baixo né?-perguntou ainda deitado.
-Hum...-colocou a mão no queixo...-é verdade...-Sorriu diabolicamente e se levantou.-Isso é por ter feito cócegas em mim!-Deu chute na barriga do loiro.
-Ah!-gemeu de dor.
Apesar do coelho ser um ômega ele havia feito um força forte o bastante para machucar realmente o loiro.
Talvez fosse pelos coelhos terem pernas fortes...
-Isso é por me cheirar...-deu pisou em sua perna forte.
-Ai!
-Isso é por me lamber.-Se agachou e deu um tapa na cara do maior.
-Grrr!
-Isso é por me morder...-Chutou o meio das pernas do maior que apenas se encolheu e gemeu de dor.
-E isso...-se agachou do seu lado.-É por me fazer me apaixonar por você fazendo tudo isso...
E beijou a boca do maior que apenas arregalou os olhos e esqueceu da dor.
Agora sua atenção estava em Midoriya.
Apenas nele.
Apesar de querer se vingar...
Havia ouvido bem?
Apaixonar?
O menor estava apaixonado por si?
Midoriya então começou a se afastar mas foi impedido por Bakugo que o segurou no último instante.
-Você gosta de mim?-perguntou o maior com seus olhos vermelhos lupinos grudados no dos orbes verdes do menor.
Midoriya assentiu corando.
Então Bakugo o beijou novamente.
E de novo.
E de novo.
E de novo.
-Eu também gosto de você Izuku...-disse com um sorriso.
Midoriya corou mais por ouvir seu primeiro nome sair dos lábios do maior.
E logo depois sentiu sua orelha ser mordida.
Fraco mas mesmo assim doera um pouco.
-Revanche...-Riu Bakugo.
-I-idiota...
Bakugo era um idiota...
Mas...
Era gentil e Midoriya sentiu algo ao ficar com ele que ninguém antes havia sentido...
Felicidade.
E precisava só disso em sua vida pacata e chata.
Mas Bakugo era um idiota...
Ah sim! Isso ele sempre seria...
Mas era isso que Midoriya mais gostava nele.
~Fim~
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O Lobo e o Coelho
FanfictionBakugo era um Híbrido de lobo que não era muito social e Midoriya um híbrido de coelho verde que sempre o perturbava o respondendo. Mas não sabia Bakugo que naquele dia de páscoa o coelho fosse ficar tão fofo e frágil daquele jeito... "Por que você...