Meus pais me obrigaram a passar uns dias na casa deles durante minhas férias do trabalho, e como o ótimo filho que eu sou, estou aqui.
Busan tem uns festivais de verão nas praias, as pessoas se juntam para ficar nas pedras enquanto o sol quente queima seus juízos. Bom, era isso que meu avô dizia, eu sempre adorei, porque na minha adolescência era o momento perfeito de beijar mais de uma menina e colocar a culpa da euforia do festival. Sem falar que, longe dos olhos dos adultos, alguns de nós roubava umas garrafinhas de soju dos armários de casa.
Era bem divertido.
Na parte arenosa da praia, as pessoas fazem barraquinhas de comida, nas pedras, os casais dançam e brincam.
Hoje estou sozinho, acompanhando minha mãe que quis vir às feiras de artesanato ou algo assim. Mas como rondar atrás de peixes de cerâmica para enfeitar a parede dela não é exatamente algo muito interessante, eu propositalmente me perdi dela e estou sentado em uma pedra mais afastada das outras, olhando como o tempo parece não passar aqui.
Eu acabei de ser promovido no emprego, então minha vida entrou em um momento muito calmo e entediante, digamos que ter 23 anos, um emprego estável é algo realmente invejável e eu não sei se preciso conquistar muita coisa depois disso. Balanço a cabeça, parando de encarar a linha do horizonte no mar, porque ela me faz ficar muito pensativo.
Volto a assistir as pessoas, um casal de meninas me chama atenção, quer dizer, elas são obviamente um casal, mas estão provavelmente camufladas como melhores amigas para um grupo de velhinhas no limite da zona das barraquinhas. É engraçado supor isso. Meus olhos passeiam sobre grupos e mais grupos, até que uma pessoa em especial me chama atenção.
Ele está usando uma coroa de flores, pessoas usando essas tiaras sempre me chamam atenção, porque me lembram um certo alguém.
Sorrio, demorando o olhar nele, que está de costas para mim, vestindo uma regata branca e uma bermuda jeans clara.
Ele conversa com um garoto mais baixo, saltitando animadamente, e então se vira na minha direção.
E eu quase tenho um ataque na mesma hora.
Talvez minha reação tenha sido exagerada, porque imediatamente ele gruda os olhos em mim, e um sorriso de reconhecimento ilumina seu rosto.
Merda, ele parece ainda mais bonito, como isso é humanamente possível?
Primeiro, acho que nossa interação vai se limitar a isso, mas novamente, quase tenho outro ataque contido quando ele começa a andar na minha direção.
Quando está chegando perto, diz;
— Eu conheço você! — Aponta.
Sua voz é linda também, eu não lembrava dela.
— Eu também conheço você — digo. Nossos olhos se encontram e algo parecido com o que eu senti naquele dia começa a me deixar meio atordoado. — O garoto que me roubou um beijo no aniversário do Namjoon.
Ele ri, se aproximando mais, e então senta em uma pedra quase em frente a minha.
— Era o aniversário do seu amigo? — perguntou animado. — Eu estava ajudando minha tia com as flores dela naquela festa, era a única forma de fugir da escola!
Escola?!
Levanto uma mão, parando de sorrir — Espera aí, quantos anos você tinha?
Ele parece assustado por alguns segundos, mas logo volta à sua expressão brincalhona.
— Achei que quisesse saber meu nome antes — diz, fazendo um leve biquinho nos lábios rosados. — Eu tinha dezessete, relaxa, não é como se você parecesse um velho na época.
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flor de verão ; taekook
FanfictionHá três anos Taehyung foi beijado por um garoto na festa de aniversário do seu melhor amigo, ele não lembra muito bem o que aconteceu, mas lembra do rosto belíssimo e da coroa de flores que ele usava. Agora, em um festival local de verão, ele se sur...