A Descoberta.

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Eu não sabia se estávamos em um bom momento.

Muito menos sabia se esta era a hora certa para aquilo.

Um bebê.

Respirei fundo e olhei para o timer que estava ligado em meu celular. Ok, mais três minutos e meio e a resposta sairia.

Cruzei meus braços em frente o enorme espelho da suíte e permiti a mim mesma, observar-me por algum tempo.

Eu, parcialmente feliz, esboçava um sorriso leve.

Sentia borboletas no estômago, só de imaginar que haviam grandes chances de carregar um mini-Can em minha barriga. Ou uma mini-Sanem.

Apoiei minhas mãos sob a peça de mármore que a pia era e deixei que uma lágrima fosse livre.

Com isso, a pressão chegava junto.

Como contar à minha família? Do jeito que meus pais são conservadores, dizer à eles que engravidei antes de me casar com Can, era como quebrar eles em diversos pedaços.

Estávamos sim, nos preparativos do casamento, mas eu havia conversado com Can, que seria melhor resolvermos as novas campanhas da agência antes de nosso casamento, para que nossa lua-de-mel não fosse interrompida por alguma crise.

Depois de muito hesitar, Can atendeu ao meu pedido. Era engraçado vê-lo todo emburrado, dizendo que queria logo me ver em um vestido de noiva, e que não aguentava mais tantas datas em mente, mas nenhuma certeza.

E eu estava no mesmo barco. Queria me casar logo com ele. Ser sua mulher. Ter seu sobrenome. Chamá-lo de "meu marido".

Calmamente, me olhei no espelho de novo.

Can.

Como ele reagiria à isso?

Meu estômago contorceu com o pensamento que o homem que adormecida ali pertinho, no quarto, pudesse não levar a notícia muito em celebração.

Já havíamos tido essa conversa sobre filhos e afins. Mas não uma data concreta. Seria tudo mais fácil se tivéssemos viajado de barco naquela época.

Tudo mudou. Tínhamos a agência de novo e problemas naquele cotidiano. Não poderíamos arriscar nos prejudicar de novo.

Meus pensamentos foram interrompidos pelo vibrar de meu celular, anunciando que o timer havia zerado.

Haviam três testes em cima da mesa. Eu estava desesperada e bem precavida.

Minha menstruação estava atrasada. Eu sentia meus seios sensíveis e meu paladar mais maluco do que nunca.

Na semana passada, obriguei Can a sair pela madrugada para comprar-me donuts sem recheio. Quando ele voltou, duas horas depois, eu mordi um pedaço e chorei porque não queria mais.

Ri com a lembrança.

Can me ama. E eu o amo. Não acho que um bebê vá nos prejudicar, muito menos assustá-lo a essa altura do campeonato.

Respirei fundo e segui até os testes que estavam lado a lado.

Fechei meus olhos e apanhei os três de uma vez em mãos, contando mentalmente para vê-los ao mesmo tempo.

E quando menos esperei, eu tinha um ponto de interrogação enorme na cabeça.

Nada.

Franzi o cenho e dei tapinhas para ver se algo saía. Nada novamente.

Li as recomendações das caixinhas e revirei meus olhos quando notei que eu havia feito tudo errado.

Ah, Sanem! Ah!

Canem - One ShotsOnde histórias criam vida. Descubra agora