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Em janeiro Juliana teve um diagnóstico de transtorno de personalidade;
Em fevereiro Fernando teve uma overdose por descontar os problemas em um alívio passageiro;
Já em março Maria descobriu que tinha bipolaridade;
No mês de abril Ágata conheceu a ansiedade;
Maio fez com que Maurício procurasse em lâminas um alívio enganoso;
Em junho Júlio começou a se automedicar com tarjas pretas a procura de um modo de entorpecer a dor;
Julho veio como um sentimento de vácuo e solidão para João;
Já em agosto Amália se sentia morta por dentro e superficial por fora;
Em setembro todos vestiram a camisa amarela e ofereceram ajuda dizendo que entendiam a Juliana, o Fernando, a Maria, a Ágata, o Maurício, o Júlio, o João e até mesmo a Amália. Gritaram "NÃO AO SUICÍDIO" nas ruas e fizeram várias manifestações de ajuda e palestras... isso até dia 30 de setembro.
Em outubro Juliana não aguentava mais suas múltiplas facetas; Fernando teve outra overdose e infelizmente veio a óbito; Maria não conseguia entender as mudanças repentinas em seu interior; Ágata chorava no cantinho do seu banheiro de tão sufocante era sua ansiedade.
No mês de novembro Maurício pensava em desistir, Júlio não via mais o efeito das famosas tarjas pretas, João não via uma razão para continuar a viver e com uma carta junto com um tiro na cabeça deixou de viver, Ágata naquele mesmo dia se jogou do 15º andar de seu prédio.
Em dezembro todos comentavam o aumento nos números de mortes por suicídio, mas focaram no Natal e no Ano-Novo afinal, era mês de festa!
Em janeiro do outro ano todos falavam o quanto os adolescentes eram "fracos" por não aguentarem as mesma coisas pelo qual eles já passaram
Em fevereiro diziam que a "depressão era frescura", mas NÃO É!
Em março veio a tona a conversa de que as pessoas que tinham ansiedade, estavam apenas tentando chamar a atenção dos outros.
E assim se seguiu, bom; até setembro, porque setembro é o mês da hipocrisia, opa, da aJuda(s). Em setembro todos novamente se levantaram e gritaram "NÃO AO SUICÍDIO" em uma única voz de tom amarelado.
Em outubro, as vozes voltaram a dizer que suicídio era a "covardia" daqueles que não aguentavam a pressão da vida.
No mês de novembro todos se manifestaram com uma camiseta azul.
Em dezembro, novamente era mês de festejar!
E a cada mês mais pessoas se matavam por não aguentar mais se sentirem vazias e sozinhas, por não verem sentido na vida e por não sentirem nada, absolutamente nada além de uma dor que não se sabe de onde vem, só se sabe que demorar pra ir embora.
Novamente Julianas, Marias, Fernandos e Joãos procuraram na morte uma saída e mais e mais Aghatas, Amálias, Henriques, Talitas, Gustavos viram na morte uma fuga para tanto desespero e angústia inexplicável.
E o que nos fazemos em relação a isso? Porque não podemos fazer do ano amarelo? 365 dias de ajuda e compreensão? 30 dias não são suficientes, nem de perto!
Devemos estender a mão da ajuda todos os dias e um ombro amigo a todas as horas e também se deixar ajudar pelos outros... Porque sinceramente? Ninguém aguenta sozinho.
Falar é o primeiro passo!
Vamos levantar a bandeira amarela durante todos os meses de todos os anos!
Vamos ajudar uns aos outros em uma corrente amarela!
Vamos dar valor a vida... E a dádiva de viver mais um dia...
Vamos ser amarelos durante os 365 dias!
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Foda-se o setembro, eu quero o ano inteiro!
CasualeDurante o mês de setembro, no ano passado, vi pessoas que julgavam as pessoas com depressão durante todo o ano levantar a bandeira amarela e oferecer apoio em uma deplorável ação de hipocrisia. Vi pessoas postarem no status apenas para se destacarem...