Ɣ 04 - Julieta López

1.9K 270 1.4K
                                    

"O amor é a única loucura de um sábio e a única sabedoria de um tolo". — William Shakespeare

Escrever histórias que usem das emoções das leitoras, é o primeiro passo para a autora de romances água com açúcar Julieta López narrar histórias tórridas e picantes. É fã do amor incondicional dos outros. Para si, acredita que o namoro longo que ainda sobrevive ao tempo deve ser suficiente. Sente-se dentro da normalidade e ter a carreira bem-sucedida a tranquiliza. Sorte no jogo, azar no amor.

Julie, como gosta de ser chamada, é uma linda mexicana com traços latinos fortes e marcantes. Alta, pele morena, olhos castanhos como duas esferas na cor de chocolate, rosto harmonioso, sorriso com covinhas e traz um pequeno furo no queixo que tinha a capacidade de fazer o universo sorrir.

Virou escritora por mero acaso do destino, necessitava ter um Plano B. Queria ser atriz, mas viver da indecisão de uma carreira artística lhe causava pânico, ou acabar por ser conhecida pela fama de produtor que o pai conquistou com anos de trabalho. Então quando terminou a escola, decidiu entrar na Universidad Nacional Autónoma de México para cursar Língua e Literatura Hispânicas, e estudava dramaturgia na esperança de um dia se tornar uma atriz reconhecida.

A vida levou-a a escrever, criar sentimentos que extravasassem além do papel, e de certa forma se encontrou na literatura, deixou que os anos na faculdade fluíssem livres e as conquistas viessem por mérito.

De fato, aconteceu, já é autora de cinco livros aclamados pelo público, mas o estopim para tudo isso ocorrer quando um ano antes da formatura, escreveu um livro diferente. A narrativa ocorria pelas desenvolturas da internet, todo e qualquer diálogo acontecia por e-mail, trocas de mensagens e mídias sociais. Divertido, leve e romântico, assim como a sua autora.

Julie viaja por New Orleans buscando informações e características para ambientar seu novo conto, fica encantada quando assiste um documentário sobre a forte tradição do jazz. Quer um romance regado à música. Ali, porém, não sente qualquer inspiração, a criatividade passa longe. Não há nada que lhe tire o fôlego, quer transbordar e mergulhar nos olhos de alguém.

Decide voltar para casa alguns dias antes, buscar uma nova solução e quem sabe resgatar qualquer vestígio de sentimento ao lado do namorado, Juan Pablo Escobar. Ao retornar para o hotel em que estava hospedada, pega seu celular e liga para a irmã:

— Oi Magá!

— Oi Julie. Como está sendo a viagem?

— Um saco, não consegui me inspirar e mal escrevi algumas palavras.

Hum, você sabe que o problema não é o lugar.

— Não comece, por favor.

— Querida irmã, vou começar sim — diz ao fechar o notebook em que trabalha. — Seu problema para a falta de inspiração é simplesmente esse namoro ridículo que você se meteu.

— Não Magali... por favor! — bufa e a irmã dá uma risada. — Meu namoro é... é...

— Isso mesmo... sem graça, sem emoção e sem sal.

— Você também está num relacionamento sem graça!

— Quando foi o seu último orgasmo com o Juan? Qual foi a última vez que transaram? Vamos, vamos... diga para a sua irmã mais velha! — sentencia ao encostar as costas na cadeira de escritório.

VINDICTAOnde histórias criam vida. Descubra agora