Harry sentia-se perdido.
A guerra finalmente tinha terminado e ele podia finalmente viver em paz e ser livre para fazer o que bem lhe apetecesse.
Mas e agora? Durante toda a sua vida tinha educado para derrotar Voldemort.
Todas as suas aprendizagens, todos os seus passos. Tinha agora toda a liberdade do mundo mas não sabia o que fazer.
Nunca ninguém lhe deu a escolher. Mesmo agora, era livre mas não totalmente livre.
Todos esperavam que ele casasse com Ginny Weasley e formasse uma família.
Mas ele nunca tinha tido uma família de verdade como saberia o que fazer ou como agir. Como saberia o que fazer quando tivessem filhos? O que seria considerado um castigo adequado quando o seu filho roubasse doces escondido?
Tinha medo que os anos de convivência com os seus tios tivessem danificado a sua capacidade de ser pai.
- Ninguém te obriga a casar com ela Harry. És finalmente livre! - Repetiu o quadro de Dumbledore pela milésima vez.
- Mas o que isso significa? Sou livre mas não sei o que significa. Tudo o que mais quero na vida é ter uma família a que possa chamar minha! Onde seria realmente amado e feliz! Mas como terei isso se não me casar com Ginny? Se a recusar irei perder as únicas pessoas que ainda se importam comigo. Se eu me esforçar talvez eu possa...
- Amá-la? - Interrompeu Dumbledore - E se não for possível? Acreditas que ela será feliz estando ao lado de alguém que não a ama realmente? Que não a destruirá da mesma forma que destruiu Mérope Gaunt?
Harry sabia que Dumbledore estava certo.
Mérope Gaunt tinha sido destruída pela falta de amor que Tom Riddle Sr. tinha por ela. E foi esse desamor que criou Voldemort.
E se isso voltasse a acontecer? E se ele não conseguisse amar Ginny e a história voltasse a repetir-se?
Ele amava-a, mas não da forma como ela queria ser amada, ele próprio desconfiava que nunca poderia amar alguém verdadeiramente. Era demasiado quebrado.
- Então o que devo fazer?
- Segue a família que sempre desejaste.
- Isso não é possível! - Gritou furioso. Como Dumbledore podia trazer esse assunto à conversa? Era simplesmente cruel! - A possibilidade de viver com a minha própria família foi-me tirada quando tinha apenas um ano de idade. Nada os poderá substituir! Nunca!
Dumbledore manteve-se em silêncio, esperando que ele se acalmasse.
Harry obrigou-se a respirar fundo e a controlar a explosão de magia. Se destruísse a sala do diretor, a professora McGonagall nunca mais o permitiria ir visitar o quadro.
Após um tempo, Dumbledore lançou a bomba.
- E se fosse possível?
**~*~*~*~*~**
- Qual a melhor cor? Rosa ou Pérola? - Ginny divagava perdida entre as possibilidades de cores para os convites de casamento. - Querido?
- Hm? - Perguntou tentando tomar atenção ao que ela lhe dizia. - Ah, rosa. Sem dúvida o rosa.
Já tinham passado três meses desde a estranha conversa que tinha tido Dumbledore.
Três meses desde que saíra porta fora do antigo escritório do diretor, deixando o quadro a falar sozinho.
Ela suspirou, pousou os cartões e arranjou-lhe a mão puxando-o até estarem do lado de fora da loja.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Part-Time Dad
RomanceHarry estava completamente perdido. Tinha construído o plano perfeito, voltar ao passado e evitar que Voldemort nascesse. Não havia como errar. Mas então, como é que ele acabou a adotar uma criança? Nunca ninguém o preparou para ser pai. Muito menos...