03- abestado

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O pequeno escândalo de Doralice me deixou mais aflita se eu teria feito ou não a escolha certa, seu comportamento impulsivo demonstrou que ela sentia algo por João, o qu me fez duvidar de sua bia vontade novamente. Meire me chamou para dentro do escritório onde ele estava sentado, com aquela postura impecável que mais parecia ser um imperador.

— Sente-se minha flor. — Diz ela apontando uma cadeira ao lado dele.

E do outro lado de sua mesa ela se sentou em uma grande cadeira que parecia ser bastante confortável.

— Agora, que estamos todos aqui. Explica esse negócio direito. Tu vai levar a menina pra onde? — Pergunta Meire usando seu leque.

— Vou leva-la para minha casa. Tem muitos quartos ela pode ficar lá, trabalhar com a limpeza e cozinhando. Pagarei uma boa quantia e quando for possível ela pode ir para onde quiser. — Diz João e um tom sério.

— Eu lhe conheço João. Sei que é um homem bom. Mas nunca imaginei que tu fosse besta nesse ponto de levar uma desconhecida pra morar na tua casa.

— Se for para ela não acabar sendo uma garota daqui, não me importa.

— Juliana, tu já falaste sua situação? Que está fugida de um fazendeiro.

— Contei. — Digo cabeça baixa.

— Está indo por vontade própria?

— Sim.

— Quer mesmo ir pra casa desse moço? Aqui você poderia fazer muito dinheiro e...

— Minta pra mim não. — Digo levantando a cabeça. — A senhora já mentiu me fazendo passar essa vergonha. Mente mais não, faz favor.

— Está bem então. — Diz ela se relaxando na cadeira — A menina não me deve nada. Se perguntarem pra mim, eu não vi, eu não sei, e nem quero saber.

Ao abrir uma gaveta de sua mesa ela pegou algumas notas do pacote do dinheiro que havia recebido pela minha virgindade e entregou.— É a porcentagem que ia ganhar. Tome, é teu. Economize junto com o pagamento pelo trabalho que vai fazer na casa do doutor. Depois cê faz o que quiser. Boa sorte menina,. E seu João, a casa tá sempre aberta pro senhor. Seja pra beber ou pra raparigar.

Antes de sair fui no quarto onde dormi boa parte do dia, e então peguei minha bolsinha. O revólver ainda estava lá. E a quantia em dinheiro que meu irmão também, embora restasse pouco. Juntei todo o dinheiro e decidi embarcar novamente nas mãos de outro desconhecido.

Saímos pela porta dos fundos para não chamar atenção de quem estava pelo salão, ele me levou para seu automóvel e como um perfeito lorde abriu a porta para mim. Sorri um pouco mas ainda não parava de me perguntar a relação dele com Doralice, para ela ter me tratando com agressão.

— Como você ta? — Ele pergunta.

— Só vou saber quando tiver certeza que o sinhor não ta enganando eu .

— Errada cê não tá. — Diz ele ligando o carro.

Saímos então em silêncio. Eu esperava nunca mais ter que pisar novamente naquele lugar. E que minha inocência novamente não tivesse me colocado em uma furada.  Embora perdida em meus pensamentos, eu ficava me perguntando como Bento estava, se meus irmãos estavam bem. E se painho de preocupava de verdade comigo ou estava querendo me matar.

Por distração nesses pensamentos, quando chegamos em uma bela rua bem formada, de casas em tons claros e portões com pequenos muros em frente. Casas vizinhas com seus pequenos jardins e arbustos. Eram casas lindas e de classe, quem morava ali certamente não eram pobres. Ele saiu do carro e foi abrir o portão, e quando voltou entramos com o carro.

Querida Juliana Livro na DREAMEOnde histórias criam vida. Descubra agora