One Day

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E aqui estou eu novamente, nessa clinica fria esperando o atendimento, estou na sala de espera, sentado lendo meu livro favorito.... Meu livro fala sobre uma anja que desceu para terra, ela tinha uma missão, que era salvar a terra das trevas do mal, ela deveria se fingir de humana, frequentar a escola, ninguém poderia saber que ela era um ser celestial, só que algo aconteceu, ela se apaixonou por um humano e botou em risco a sua missão. Eu adoraria ter uma paixão assim, mas quem olharia para mim?

Passou 30 minutos e ainda assim não me chamaram, estava distraido com o livro quando sinto alguém tocar em meu ombro, levanto a cabeça e me deparo com um homem baixinho de cabelos pretos, ele me parece meio sério, ao seu lado está uma senhora.

- Você poderia ceder o assento para minha avó? Todas as outras cadeiras estão ocupadas e pelo que vejo, você é o mais jovem ocupando elas - diz o moço dos cabelos negros, sua voz é bem grossa.

- Ah, sinto muito, infelizmente não tem como eu me levantar - tento dar um sorriso amigável

- E porque não? - Ele me pergunta meio bravo.

- É que eu...

- É que você é igual aquele tipo de pessoa preguiçosa que não cede o assento para os idosos, o que custa? - diz após cortar a minha fala

- Eu sinto mui..

- Mas é claro que não sente, se faz tanta questão, continue ai, tomara que sofra um acidente e não consiga mais andar - Ele me corta novamente 

- Yoongi!! - sua vó o repreende - como pode dizer esse tipo de coisa? Olha moço me desculpe pelo meu neto, ele não esta num bom dia - diz a senhora ao me ver quase chorado

-Digo mesmo vó, um garoto tão jovem como ele não pode ficar em pé por apenas alguns minutos? 

Sinto uma lagrima descer pelo meu rosto, sabia que era um inútil, não consigo fazer nada sozinho desde que perdi o movimento de minhas pernas, nem mesmo ceder um assento eu seria capaz

-Hoseok, você é o próximo - ouço o médico Seokjin falar, olho para ele e vejo que esta trazendo minha cadeira de rodas - o que aconteceu? Por que esta chorando? - Ele me pergunta preocupado.

 - Nada, não foi nada - limpo meus olhos como braço - vamos?

Ele assente e me ajuda a sentar na cadeira, ajeita os meus pés e antes dele começar a empurrar a cadeira, olho para o garoto dos cabelos negros e percebo que sua expressão já não é a mesma de antes, agora ele parece estar se sentindo culpado, vejo também sua avó lhe dar um peteleco na cabeça, provavelmente está brigando com ele pelo jeito de ter me tratado. Ao chegar na sala, o médico me coloca na maca com a ajuda de um enfermeiro.

- Vamos repetir o mesmo processo de semana passada - diz Seokjin começando a dobrar uma de minhas pernas - quando tivermos resultado aqui, poderemos passar pra segunda etapa, que vai ser com você em pé.

- Não acho que teremos resultado, já estou aqui a quase um mês e nada, estou quase desistindo disso, meu pai está jogando dinheiro fora - digo meio desanimado

- Eii, não diga isso, demora um pouco pra ter resultado, mas de acordo com o exame que você fez, você tem sim, uma probabilidade de voltar a andar, não perca a esperança, todo esse esforço vai valer a pena - me da um sorriso reconfortante.

Ele continua fazendo os movimentos em minha perna, até que da o horário do fim da consulta e eu me despeço dele e do enfermeiro que esta sempre com ele. Meu pai veio me buscar, me ajudou a empurrar a cadeira e a me colocar no carro.

- E ai filho, como foi a consulta hoje? - pergunta me mostrando um enorme sorriso.

 - Normal, a mesma coisa de sempre.- digo devolvendo o sorriso - nenhum resultado até agora.

- Ah meu filho, essas coisas demoram pra ter resultado, é só questão de tempo...- diz e logo em seguida sai com o carro - o que acha de irmos naquela pizzaria que você gosta? 

- Acho uma ótima ideia - digo sorrindo - mas com qual dinheiro pai? 

- Eu recebi um aumento no trabalho, ai pensei em te levar na pizzaria que tanto gosta, já que seu aniversário está chegando e você não quer uma festa.

 - Não é melhor usar pra algo importante? - pergunto meio preocupado, aliás, ele poderia usar esse dinheiro pra comprar alguma coisinha pra si, já que todo dinheiro que ele ganha ou vai pra casa ou vai pra minha consulta.

 - E eu estou usando pra algo importante filho, você, você é a coisa mais importante que eu tenho na vida - diz enquanto faz um carinho em meus cabelos.

Meu pai é a melhor pessoa do mundo, desde o acidente de carro que levou a minha mãe e me fez um cadeirante aos 11 anos, ele vem lutando sozinho pra me criar, trabalhava duro pra ganhar pouco, agora a situação está melhorando bastante, ele conseguiu um emprego que paga mais, me sinto horrível por não poder ajuda-lo, ele está vivendo por mim e não por ele, isso me deixa mal.

Chegamos na pizzaria, meu pai me ajudou a sair do carro e me colocou na cadeira, somos bem conhecidos na pizzaria, sempre que podíamos estavamos lá.

- E ai Hong? - diz o garçom que estava levando os pratos de uns clientes que acabaram de sair

- Eai Soo, quanto tempo - diz meu pai ao comprimeta-lo com um aperto de mão com a a mão disponível do garçom.

- E você Hobi, como vai? - diz me dando um aperto de mão

- Bem e você? -pergunto lhe dando um sorriso, gosto desse cara.

 - Vou bem também, um pouco cansado mas vou bem - retribui o sorriso - aquela mesa ali esta disponível - diz apontando pra uma mesa perto da janela.

 Ao olhar, vejo alguém familiar na mesa ao lado, ele não parece estar de mal humor igual hoje cedo, pelo contrário, ele esta todo sorridente. Meu pai me leva até a mesa, me coloca no encortado na parece e se senta na minha frente, a nossa chegada atrai a atenção do garoto de cabelos negros, ele está com mais três pessoas na mesa, ele se levanta e vem até mim, parecia nervoso, suas bochechas um pouco vermelhas.

-Oi, eu queria me desculpar por hoje cedo, não sabia que não podia andar, eu fui um idiota, não estava num bom momento, me desculpe - diz o de cabelos negros

Meu pai me olha com um olhar questionador, eu não havia lhe contado sobre isso.

 -Ah é, eu.... Tudo bem, não precisa se desculpar - estava sem jeito, não sabia o que falar.

- É claro que precisa, te falei coisas horríveis, sinto muito - Sorri sem graça - Me chamo Min Yoongi, prazer - se curva em um comprimento.

- Jung Hoseok 

The wheelchair boyOnde histórias criam vida. Descubra agora