Sapão Periclão

Dezembro de 2026

10 meses depois... Férias de verão

(Sim, o período de tempo passa muito rápido na fic, pq sem tempo pra desenvolver toda uma historia)

POV NARRADOR:

As mãos dela deslizaram pelo corpo de maria e repousaram na curvinha no final das costas - engoliu a seco. - Sete dias. Samarinha teria que aguentar mais sete dias.

- caralho maluco que cara é essa? - disse larissinha.

- Nada, eu só tava pensando onde deixei meu fone de ouvido, devo te-lo esquecido em casa. - disse a primeira coisa que lhe veio em mente.

- Não, você não está realmente preocupada com o celular né? olha ao redor, olha esse verde, não tem sinal por aqui, não tem área por aqui, a gente tá literalmente no meio do nada. Pensando bem isso é um pouco assustador... Além do mais com quem você iria querer falar piranha? Todas as pessoas com quem você fala atualmente estão aqui. Maria e Gabriela estão sentadas em frente ao lago, o Viny e a Valentine estão no chalé desfazendo as malas. Eu estou aqui e o ticurinho deve estar fazendo sexting com a prima escondido ta ligado. - Larissinha falava sobre algo mas Samarinha não conseguia se concentrar, sequer tirava os olhos das duas garotas. Suspirando ela pensava em como Gabriela era envolvida pelos braços de Maria. Ela ouviu quando a mais alta falou que iria entrar pra casa, depositando um beijo rápido no canto dos lábios, mas a garota a segurou iniciando assim uma guerrinha. Maria tentou sair novamente mas a menina puxou-a mais uma vez. As suas mãos tocavam todas as partes do corpo uma da outra, sem hesitação ou pudores, em apenas uma brincadeira inocente.

Viu quando ela finalmente conseguiu se desvincilhar do corpo de Gabriela correndo em sua direção. Isso a lembrou de quando se conheceram no 7° ano do fundamental, atrasada para aula, ela corria também, do mesmo jeito fofo e desengonçado.

- Samara mano. - disse apressada quando alcançou a varanda de casa. - Que lugar de burguês, nem acredito que seus pais vem só uma vez ao ano pra cá. Ryca i phina. - disse adentrando a porta e observando o local. A casa era toda de marfim, com moveis rústicos e antiguidades, uma varanda com portas de vidro acústico de ponta a ponta e janelas grandes. Mais cedo quando chegaram, a casa estava a bastante tempo fechada, como se não a usassem durante um longo período de tempo, o que era uma pena já que era um espaço tão bonito e acolhedor. Tico e Valentine começaram a abrir as cortinas de renda Dubai deixando assim que o sol entrasse e o frescor invadisse. Foi renovador, como se cada centímetro voltasse a vida depois de um longo período de morte particular.

Samarinha olhando em silencio, desejou ter janelas em si.

x

Uma coisa de fato agradava Samara naquele fastidioso dia, o calor. Ela sempre preferiu o calor a dias frios.

- Mano os dias quentes pisam, eles tem uma caralhada de possibilidades ta ligado, e você ainda acorda mais disposto. Existe uma explicação cientifica muito confiável para acabar com seus argumentos. - força a voz imitando um locutor.- E o fator principal, a chave para o bom-humor, não poderia ser mais simples: a luz. - diz confiante.- Saca só pucta que eu vou te explicar, existe um neurotransmissor chamado melatonina taok, e ele é o responsável pelo nosso sono, significa que quando a claridade está alta faz com que sua produção pare. Em palavras mais fáceis, a gente fica mais elétrico irmão. A luz é foda, ela estimula a fabricação da serotonina, que é, em termos mais gentis, o hormônio da felicidade, o responsável principal pelo nosso bem-estar mental.

- Fodase???? Dias frios não fazem a gente suar. - Completa Maria.

- Só tomar banho sua imunda.

- Maluco eu ainda vou me liquefazer nesse chão na moral. Único calor que eu aguento é o fogo da sua mãe hehe. - Maria riu das bochechas coradas e testa suada de Larissinha.

- Qual é, nem tá tão quente assim, e a gente ta em baixo de uma figueira, aqui tem bastante sombra.

- A sombra é enganação do governo pra fazer a gente plantar árvores. - Falou descontraída e ainda um pouco ofegante.- Enfim eu vou tomar um banho no lago fodase, espero que não entre peixe no meu cu.

- Quem chegar por ultimo me paga um babão. - Falou maria correndo.

- Imunda. - balbucia samara.

A fetichista em pé acaba se distraindo com o corpo escultural de pregação e mãos e ficando pra trás, trazendo como consequência a vitória óbvia de larissão, e o segundo lugar de xuxu, que escapa veemente do auto-boquete.

Gabriela que passava ali por perto foi perseguida por uma ensopada maria em uma tentativa vitoriosa de molha-la.

Gabriela tinha todas as qualidades que uma pessoa procurava em alguém. Era espantoso o fato dela ter demorado tanto pra conquistar Maria, as garotas caiam em seus encantos em questões de horas. Ela era bonita, cabelos castanhos, feições bem desenhadas e um corpo até que bastante atlético. Carregava seu ukulele para todos o lados de um jeito charmoso. Mas acima de qualquer coisa Gabriela era repleta de uma doçura natural. Ela era amável, amável com os pais, com os amigos, com a vida.

Samarinha tentou não se sentir alheia nas brincadeiras que rolavam entre seus amigos, mas a lembrança do dia em que viu maria pela primeira vez não lhe saia do pensamento. Ela corria. A primeira vez que samara conheceu maria ela estava correndo, passou como um guepardo ao seu lado. Maria sequer a viu. Depois desse dia parecia que as duas sempre estavam correndo pra alcançar ou fugir uma da outra, e não importava o quão rápida fosse samara, maria inevitavelmente sempre ganhava. E então no primeiro dia de faculdade, naquele dia em especifico, ela corria, em direção a sala de Gabriela.

Segundo a garota de antigas madeixas rosas, foi como um anjo aterrissando em alta velocidade no meio da aula. Gabriela se encantou com a mesma, senso de humor exótico e atitudes excêntricas. Oh sim, Maria beirava a esquisitice e a garota não sabia ao certo se ela tinha algum distúrbio, a unica coisa que sabia era sobre como ela era doce e bonita. Samara viu diante dos seus olhos sua melhor amiga se apaixonar pela primeira vez, se apaixonar de verdade, e pela primeira vez batalhar pra conquistar uma garota, que parecia imune aos galanteios e agrados da mesma. Por diversas vezes samara a flagrou totalmente alheia aos esforços de Gabriela, enquanto não era raro pescar os olhos de Maria fixos aos seus, mesmo com a outra tentando arduamente chamar sua atenção. E quando isso acontecia samarinha sentia seu estomago embrulhar dentre as borboletas, mas não era como se isso importasse, era a pessoa que sua melhor amiga gostava, não havia nada que samara planejasse fazer, ela sequer gostava de garotas.