Pesadelos - 1

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Os raios solares invadiam o salão, em especial aquele cantinho onde repousava Harry. Após o fim da batalha, todos dedicaram seu tempo à reconstruir Hogwarts. O edifício tinha resistido a um grande número de feitiços, mas certos locais haviam sido totalmente destruídos. De fato, eram muitos bruxos na escola. Mas mesmo com todos dizendo "Reparo", o prédio era grande demais. Madame Pomfrey havia cuidado de muitos feridos, mas alguns em estado grave ainda se abrigavam na enfermaria, felizmente esta estava de pé. O grande salão agora não possuía nenhuma daquelas mesas onde os alunos costumavam fazer suas refeições em conjunto. Semelhante ao terceiro ano, diversos sacos de dormir estavam esparramados pelo local, que pôde ser reparado. O sol já havia nascido, mas Harry, Rony e Hermione ainda repousavam em sono profundo. Pelo menos, era o que parecia.

Harry, após derrotar Lord Voldemort, continuava a sofrer com os sonhos de seu retorno. Dessa vez, sua cicatriz já não doía, mas seu momento de sono dera lugar a um pensamento de que Tom Riddle não estava morto, mas sim vivo em algum lugar, como fizera antes. A imagem de Voldemort erguendo a varinha das varinhas contra Harry, Rony e Hermione e dizendo com um sorriso maléfico no rosto "Avada Kedavra", percorria a mente do rapaz, num sonho que ele não queria ter naquele momento.

Afinal, Voldemort estava morto. Não poderia voltar mesmo se quisesse, pois todas as horcruxes já haviam sido destruídas. Ou talvez houvesse alguma horcrux que Harry desconhecesse? E se Voldemort tivesse algum parceiro secreto escondido em algum lugar por aí? E se sua vitória sobre as forças das trevas não tivessem passado de um sonho, e o que ele via agora era nada menos que a verdade: Ele e seus amigos seriam mortos pelo mesmo homem responsável pela morte de seus pais. Não, isso não era possível. Harry apenas precisava acordar, e era isso que faria.

Agora, naquele sonho nefasto, Harry viu a imagem de Rony caindo sem vida no chão. Voldemort ria incessantemente e Hermione tinha os olhos cheios de lágrimas, enquanto os gritos da menina ecoavam pela sala. Harry apenas queria acordar. Então, seus olhos se abriram. O rapaz estava ofegante, não queria nem pensar na hipótese de Voldemort estar vivo. Apenas queria a companhia de seus melhores amigos. Uma gota de suor escorria por sua testa e por um momento pensou que seus sonhos se tornaram realidade: Hermione estava chorando.

Harry apenas pôde ouvi-la por um momento, até que se virou para o lado da menina e ergueu-se do saco de dormir. Hermione estava nos braços de Rony, que deslizava os dedos por seus cabelos castanhos dizendo algo que Harry não entendeu muito bem, mas deduziu que fosse algo como "está tudo bem". Ela respirava fundo, tentando afagar as lágrimas. Harry não sabia o quê fazer ao certo, as imagens de seu sonho ainda o perturbavam. Ele se aproximou da amiga e, na esperança de reconforta-la, segurou uma de suas mãos.

- Eu estou bem... - Hermione agora falava, se desvencilhando dos braços de Rony e enxugando as lágrimas.

- Bom, acho que essa foi a primeira vez que realmente dormi ou que pelo menos tentei desde... - Hermione não continuou. Por alguns instantes, ouviu-se silêncio, que logo fora interrompido por Harry.

- Eu também tive um sonho... Sonhei que ele voltava.

O grande salão estava em silêncio novamente. Ambos os três se entreolhavam. Pelo visto, ninguém havia tido uma noite agradável. Rony permanecia calado, mas era visível que ele também estava abalado. Harry, Rony e Hermione estavam um pouco afastados do restante, é verdade. Mas era estranho ninguém mais tê-los ouvido. Logo, perceberam que os outros sacos de dormir estavam vazios. Com um pouco de esforço, Harry pôde ouvir um "reparo" vindo do lado de fora da escola.

Ele se levantou ainda um pouco sonolento e seguiu na direção da voz. Lá, pôde ver Gina executando o feitiço, acompanhada de outros alunos de Hogwarts. A escola, a essa altura, já estava começando a se parecer mais com uma escola novamente. Agora, o feitiço de Gina fazia com que uma grande estátua se reconstruísse ali fora. Ela ainda não havia notado Harry, que surpreso por ver todos acordados, indagou à Gina o por quê daquilo.

Após o Fim - Continuando Harry PotterOnde histórias criam vida. Descubra agora