1. O início do amor

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Eu vivo com a minha mãe, Kemi, e com a minha irmã mais nova, Aida. O meu pai morreu quando eu tinha 5 anos.

Sendo eu a mais velha, tenho que ajudar a minha mãe nas coisas da casa enquanto a minha irmã estuda. 

Eu costumava ser uma rapariga animada até que há 6 meses atrás algo me mudou...

- Amaya, chega aqui! - Gritou a minha mãe, acabando com os meus pensamentos.

- Já vou mãe! - Dito isto, levantei-me da cama e fui até à cozinha.

- Preciso que vás à aldeia comprar umas coisas para o jantar. - Disse ela.

- Tudo bem mãe. Eu vou. - Respondi eu com muito pouca vontade de ser alvo dos olhares da aldeia.

Por ser uma das poucas raparigas solteiras na aldeia, sou cobiçada por muitos rapazes e até mesmo homens, que nunca me interessaram.

Além de solteira, e bonita, tenho um dom muito diferente, conseguir ver a verdade nas pessoas.

Na aldeia onde eu nasci a maior parte das pessoas  tem um dom: pode ter uma grande habilidade para lutar; pode ter do seu lado a força de um elemento da natureza; ou como eu, conseguir ver a verdade e até mesmo adivinhar o futuro.

Saí de casa com um vestido acima do joelho, todo florido e com o cabelo solto a cair-me pelos ombros e pelas costas.

Percorri o caminho até à aldeia e assim que cheguei à entrada da pequena feira de produtos locais, todos os olhares se puseram em mim, mas eu nem parei e fiz as minhas compras.

Por onde passava todos me cumprimentavam e me perguntavam como eu estava, eu respondia mas tentava sempre despachar-me.

Quando acabei de fazer as compras, percorri o mesmo caminho para casa e foi aí que eu o vi.

Um lindo rapaz de cabelo preto e olhar intraduzível. Olhei-o de cima a baixo e uma sensação estranha percorreu todo o meu corpo.

Ele olhou-me e o seu olhar prendeu-se no meu fazendo me corar. 

Devagar aproximou-se de mim.

- Olá! Eu sou o Hyura. - E ao dizer isto o seu sorriso tornou-se lindo e radiante, o que me derreteu.

- Eu... Eu sou a Amaya...

- Lindo nome para uma linda rapariga! - Disse ele, deixando-me completamente sem jeito.

- Não és da aldeia! O que fazes por aqui? - Perguntei eu, tentando desviar a conversa para ele.

- Ando à procura de uns "amigos"... - E ao dizer isto, eu soube que ele estava a mentir, mas nem tive tempo de responder.

- Precisas de ajuda com isso? - Perguntou ele, apontando para os sacos que eu trazia.

- Hum... Pode ser. Obrigada! - Respondi eu com um sorriso.

Ele aproximou-se de mim e tirou-me os sacos das compras que trazia nos braços, pousou-os no chão, ficando a olhar-me de uma maneira intensa.

- És tão bonita, Amaya... - Ao dizer isto, pegou numa madeixa do meu cabelo e pôs atrás da minha orelha, roçando a mão dele no meu pescoço, fazendo-me arrepiar.

- Eu... Eu tenho de voltar para casa. A minha mãe está à minha espera. - Disse eu rapidamente.

Ele aproximou-se ainda mais de mim, ficando a dois centímetros do meu corpo e beijou-me a face.

- Eu deixo-te ir mas em troca amanhã tens que te encontrar comigo na floresta. - Disse ele sorrindo.

- Prometo que lá estarei. Até amanhã! - Sorri, tornei a pegar nos sacos e fui para casa a pensar naquele anjo que me tinha aparecido, Hyura...

Quando cheguei a casa já tinha escurecido, abri a porta e entrei.

- Amaya!! Porque demoras-te tanto? Já estava preocupada! - Disse a minha mãe chateada.

- Estive a conversar... - Disse eu perdida nos pensamentos.

- Com quem? - Perguntou ela intrigada.

Mas eu não respondi e fui-me deitar e sonhar com aqueles olhos escuros...

A Love StoryOnde histórias criam vida. Descubra agora