A Love Story

2. O sonho

Ele estava ali perante mim, a olhar-me com os seus olhos penetrantes e quentes. Aproximou-se mais de mim, até ficar com o corpo colado ao meu, ergueu as mãos para segurar a minha cabeça... E no momento em que ele ia pôr os seus lábios nos meus...

- Amaya, acorda filha! - Disse a minha mãe, interrompendo aquele sonho maravilhoso.

- Hum, mãe? Porque me acordas-te?? Estava a ter um sonho tão bom... - Disse eu completamente frustrada por não ter conseguido sentir aqueles lábios, mesmo que fosse só em sonho.

- Com o que estavas a sonhar, para não quereres acordar? - Perguntou a minha mãe curiosa.

- Com um anjo... - Disse eu a corar.

- Conta-me tudo, Amaya! - Disse a minha mãe empolgada.

- Ontem ao vir das compras conheci um rapaz. Chama-se Hyura e parece um Deus. É lindíssimo e fiquei de me encontrar com ele hoje na floresta! - Respondi e levantei-me para me ir arranjar.

- Ui ui, isso ainda vai dar casamento! - Disse a minha mãe.

- Vá não exageres! Agora vou tomar banho.

Tomei um longo banho e de seguida penteei delicadamente o cabelo fazendo-o cair pelos ombros e seios. Vesti uma camisola roxa com um decote acentuado e uns calções brancos. Acabei de me arranjar e saí do quarto.

- Uau filha! Estás espantosa! - Exclamou a minha mãe boquiaberta.

- Obrigada mãe! Eu vou indo ter com o Hyura! Até logo! Adoro-te! - Gritei eu ao sair porta fora.

Ainda demorei um bocado para chegar á floresta mas não me importei. O dia estava lindo! Um sol brilhante, um céu azul perfeito, estava calor, mas corria uma aragem que fazia baloiçar as flores e folhas das árvores.

Ao chegar perto de um prado, tornei a vê-lo. Aquele Homem-Deus, estava à minha espera! De repente o meu coração disparou, a minha respiração alterou e eu parei. Ele virou-se, viu que eu tinha parado e logo a seguir dirigiu-se a mim.

- Amaya! Vieste! Por momentos pensei que não me quisesses ver. - Disse ele com um olhar triste.

- Claro que vim, Hyura! - Disse eu, tentando acalmar-me.

- Vem comigo! - Disse Hyura agarrando-me gentilmente na mão.

Eu segui-o até chegarmos a uma espécie de muro feito só de arbustos.

- Onde vamos? Por aqui não tem passagem. - Disse eu ansiosa.

Mal disse isto, ele guiou-me por um caminho secreto por trás das árvores que nos conduziu a um prado com um lago e uma pequena casa de madeira, muito simples mas muito bonita. Fiquei deslumbrada com aquela paisagem. Era de cortar a respiração.

- Isto é lindo... - Disse eu, ainda sem conseguir falar muito bem.

- É aqui que eu moro. É o meu pequeno canto e nunca o tinha mostrado a ninguém. - Disse ele com uma expressão de felicidade estampado no rosto.

Eu não respondi mas fiquei a pensar naquilo.

- Anda, vamos para o prado conversar um bocado. - Disse ele, encaminhando-me para um sitio cheio de flores, com um cheiro tão doce e inebriante que nos intoxicava.

- Hyura... Porque me trouxeste aqui? - Perguntei eu nervosa.

- Queres saber a verdade? - Perguntou ele com um ar sério.

- Sim, por favor. - Respondi eu.

- Ontem quando te vi pela primeira vez, senti uma coisa que já não sentia há muito tempo... Senti amor... Sim, eu apaixonei-me por ti à primeira vista e trouxe-te aqui para te conhecer melhor e tentar perceber se sentes o mesmo... Se não sentires nada, podes levantar-te e ires embora neste momento e nunca mais irás saber de mim... - Disse ele com um tom de voz tão triste e frio que me gelou o coração.

- Ei, eu não me vou embora... Eu também me apaixonei por ti a partir do momento em que te vi... - Disse eu nervosa e ansiosa por ter admitido o que nunca tinha sentido.

Numa fracção de segundos tudo mudou, ele estava mesmo à minha frente a fitar-me com uns olhos brilhantes. Segurou a minha cabeça entre as suas mãos e beijou-me com uma paixão tão forte que me arrancou do mundo físico e me deixou a pairar noutra dimensão...