Amélia

8 2 0
                                    

Mais uma tarde com meus pais, saímos para tomar sorvete neste calor, mas não estava animado para nada, só queria chegar em casa e ir para meu quarto, ficar quieto, e quem sabe, ler algum capitulo de um livro.
Tinha acabado de trocar de uniforme. Na escola não tinha aprendido nada que já não sabia. Este quarto ano está muito repetitivo, apenas os mesmos conteúdos, nem presto atenção na aula, apenas durmo.
Chegando em casa, fui ao meu quarto, deitei na minha cama, e comecei a dormir. Só acordei de noite mesmo, jantei, e fui ao meu quarto novamente, dessa vez eu apaguei a luz, deitei na minha cama, mas não para dormir, apenas para poder ficar pensando sobre o que faria amanhã, ou pelo menos o que eu gostaria de fazer.

"Que depre é essa?"

Ouço uma voz calma, tranquila e serena, porém não consigo ver nada, meu quarto está um breu, tento ir até o interruptor. Minha vontade mesmo era sair gritando que tinha gente em casa, mas essa voz, ela me acalmou.

"Cuidado, a parede está bem perto"

Apalpo e acendo a luz, quando olho para trás, vejo uma menina com cabelo preto, meio emo igual a mim, do meu tamanho, magra, e muito fofa.

"O que foi? Aconteceu algo?"

Ela se aproxima de mim, bem devagar, sua voz ecoa na minha cabeça, não como alguém qualquer falando, como se fosse uma voz dentro da minha mente. Logo que ela chega perto, eu me esquivo, e logo pergunto:

- Quem é você?

"Você não sabe meu nome?"

Me respondendo com uma pergunta, bem, é claro que eu não sei seu nome, nunca a vi antes, olho bem para os olhos castanhos que estavam na minha frente:

- Como saberia?

"Hummm"

Olho mais fundo ainda para seus olhos, aquele castanho escuro, e de repente, como se fosse um déjà vu

- Amélia?

Minha mãe abre a porta que estava do lado do interruptor, e logo me indaga:

- Esta a falar sozinho?

- É claro que não, olha mãe, tem uma pessoa aqui!

- Skott, estou o deixando muito tempo no seu celular! Está delirando!

Quando olhei de volta para onde ela estava, nao a vi mais. Minha mãe voltou à sala, e eu fui dormir desta vez.

Assim que acordei, cedo, já que estudo de manhã, fui ao banheiro lavei meu rosto, escovei os dentes, escovei meu cabelo, enfim, tudo o que precisava. Como era longe, meu pai me leva no seu carro. Como demorava um tempo, fiquei pensando sobre o que tinha acontecido ontem, seria real? Uma ilusão?

Pensei sobre isso a manhã toda, na hora do almoço e de tarde, no meu quarto de noite, estava intrigado com isso, parecia tão real

* Acho que foi só um sonho acordado... Essa é a única explicação

"Fale por si só"

Desta vez, o quarto estava acesso, estava na cama, quase dormindo, olho para o lado e ela estava lá

* Então é real? Mas como?

"Não importa, apenas estou aqui..."

* Espera, você lê meu pensamento?

"É, acho que sim"

Quando me levanto, conversando com ela, vou para apagar a luz, mas ela entra na minha frente:

"Você não parece estar muito bem"

Ela fala sorrindo, meio que contagia

* Mais ou menos, acho que apenas estou com sono

E de repente ela me abraça, o estranho é que não sentia o abraço em si, mas a sensação de ser abraçado era a mesma, talvez ainda melhor, tão reconfortante, parecia que jogava minha solidão e tristeza para o lado.

E esse foi o início de uma grande amizade, ou algo assim.

VTOnde histórias criam vida. Descubra agora