Capítulo 2 - Conselho

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Felicity sentiu seus cabelos serem segurados, vomitando tudo que havia comido no dia anterior. Sendo que não havia comido nada naquela manhã. Os olhos lacrimejaram, mas ela se impediu de chorar, aqueles hormônios estavam a matando. E agora aquela vontade súbita de vomitar. Como não? O que ouviu foi horrível, mesmo depois de tudo que passou para colocar Diaz atrás das grades, ele estava solto. E com certeza voltaria a transformar a vida deles em um inferno. Diggle disse que demoraria a encontrá-lo. Ela não acreditava naquilo. Mesmo com o chip, algo tinha dado errado. E ela só pensava em Willian e naquele bebê. No filho dela e de Oliver que ela só sabia a menos de um dia. Bateu a mão esquerda duas vezes na beirada do vaso, agoniada com o vômito irritante. Finalmente ela respirou fundo, e sentiu que a ânsia havia parado. Se sentia fraca, também pudera, não tinha tomado café da manhã, e acabará de vomitar tudo o que tinha no estômago. A voz da dra. Schwartz voltava a sua mente.

— Melhor? – Ela ouviu a voz preocupada do marido.

— Sim. – Sussurra, mesmo que não fosse verdade.

— Acho melhor se deitar, não me parece bem.

— Estou bem.

— Não. Não está. – Ele diz, pegando-a nos braços, caminhando até a cama, onde a depositou com cuidado. – Eu vou resolver isso.

— Diggle não devia ter feito o que fez.

— Não. Ele não devia, mas agora já foi. – Suspirou. – Laurel ficará com você.

— Laurel? – Ela arqueou as sobrancelhas. – Pensei que não gostasse dela.

— Eu estou aprendendo a confiar nela, e você gosta dela, então...

— Onde você vai?

— Resolver isso. – Repete. – Ficará segura com Laurel até eu voltar. Além disso, Diggle colocou homens da ARGUS para proteger você.

— Tome cuidado.

— Não se preocupe comigo. – Deu um meio sorriso, beijando sua bochecha antes de sair. Só no que Felicity pensava era na burrada em que Diggle meteu todos eles. Em especial, a pequena criança que crescia em seu ventre.

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— Você está horrível. – Felicity suspirou ao ouvir a voz de Laurel. Ela estava sentada no sofá. Ela tinha conseguido dormir um pouco depois que o marido saiu.

— Obrigada.

— Preocupada?

— Você já sabe? – Se sentou em frente à bancada. Laurel se levantou e foi até ela, sentando-se ao seu lado.

— Ele vai ser pego.

— Vai? Como das outras vezes? Nós demoramos muito para colocá-lo atrás das grades... E Diggle o deixa livre.

— Eu também não gostei, mais do que adianta reclamar?

— Quem é você e o que fez com a Laurel? – A outra riu.

— Eu estou me segurando para não socar o infeliz do seu amigo. Diaz matou meu pai. – Laurel abaixou o olhar. – Quentin era meu pai, apesar de eu não ser a Laurel de vocês. – Felicity assentiu. – E ele não ficaria feliz se eu voltasse a querer vingança.

— Eu já disse isso, mais Quentin teria orgulho de você, Laurel. – A outra sorriu, agradecida.

— Então, você não conseguiria achar o maldito mais rápido?

— Consigo. E eu ia fazer, se não tivesse vomitado as tripas. – Laurel franziu o cenho. – Esquece.

— Você está mesmo pálida.

— Não me sinto muito bem.

— Percebe-se. – Cruzou as pernas. – Quer me contar?

Felicity mordeu o lábio. Ela tinha que contar a Oliver. Mas com tudo que estava acontecendo, como faria isso? Diaz estava livre. E agora estavam todos preocupados e focados em trazer o desgraçado de volta. Suspirou. Ela tinha que contar ao marido primeiro. Era o certo a se fazer. Fechou os olhos, ouvindo mais uma vez, a voz da doutora.

— Eu descobri algo..., complicado.

— Complicado?

— Algo que pode complicar ainda mais as coisas.

— Sabe você podia falar de uma vez, ao invés de ficar com isso de adivinhar? Será que isso que você quer falar, mas não consegue, tem a ver com essa caixa de chocolate aí? – Apontou para a mesma. Felicity não soube o que dizer. Ela se perguntava se a amiga havia descoberto seu segredo

— Como assim?

— Ah, Felicity. Você está grávida.

— Está tão na cara assim?

— O que te dedurou foi a caixa de chocolate só com os plásticos dentro. – A loira suspirou. – Qual é o problema?

— É que eu... – Respirou fundo. – Tenho que contar ao Oliver, mas não sei como.

— Okay. Eu não sou de dar conselhos, mas já que estamos falando disso porque eu perguntei... –Respirou fundo. – Diga que precisa lhe contar algo, que é importante e não enrole. Enrolar é o pior a se fazer, só vai deixar você e ele mais nervosos.

— Eu já estou. – Murmurou. – Ele vai se preocupar.

— Não seria uma novidade. – Os olhos delas se encontram. – Você disse para mim uma vez, que ficou magoada quando ele escondeu sobre Willian, e não te contou.

— Eu..., o acusei de que não confiava em mim.

— Então não faça o mesmo com ele. Não seria justo. – Felicity assentiu. – Vocês dois são um casal bem meloso e estranho, mas vão saber lidar com qualquer situação. – A loira riu do jeito que a outra disse. Era a primeira vez que ria, desde a descoberta.

— Obrigada, Laurel. Eu acho.

— Ah... – Se aproximou sorrindo, e a abraçou. – Parabéns, Felicity.

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