Fear

Capítulo 4 - Nosso Filho

Oliver desviou o olhar dos olhos verdes da esposa para a barriga. Ele não tinha dito uma palavra desde que a esposa disse que estava grávida. Aquilo o deixou surpreso. Não só isso, ele sentiu medo por aquele bebê também. Ele seria pai novamente. Pai. Ele já tinha pensado nisso, mas nunca tinha conversado com a esposa sobre aquilo. Os dois nunca tinham conversado sobre filhos antes. Com tudo o que aconteceu com eles, não tiveram tempo para pensar sobre o assunto. Não que ele não estivesse feliz, ele estava, mas o medo era maior do que a felicidade. Felicity viu a preocupação nos olhos dele. Ela sabia que ele pensava em tudo que eles estavam passando, nos perigos que enfrentavam todos os dias, no fato de ele ser, publicamente, o arqueiro verde, e de todos saberem sobre ela.

— Grávida. — Ele sussurra.

— Me desculpa não contar antes. — Oliver volta os olhos para ela. — Eu estava assustada, com medo..., mandamos Willian para Central City, e... tudo para que ele tivesse uma vida normal.

— Não te culpo por esperar para me contar. — Ele sussurrou, colocando a mão de volta no rosto dela. — Eu entendo. Eu só... — De repente, Oliver se lembra do gás. – O gás, Felicity.

— Eu estou bem. — Ela diz rapidamente, para que ele se tranquilizasse. — A Dra. disse que eu estou bem e o bebê também. Estamos os dois bem. — Oliver suspirou aliviado.

— Foi sobre isso? O pesadelo? — Felicity assentiu.

— Eu levei um tiro na barriga. — Ele levou a mão cuidadosamente até a barriga dela. — E senti que estava perdendo-o.

— Não vou deixar que nada aconteça com vocês.

— Isso..., quer dizer que está feliz? — Ele sorriu.

— É claro que eu estou, amor. Como não poderia estar? Nós vamos ser pais. — Felicity sorriu, aliviada, feliz. — Você vai ser mãe, e eu pai, novamente. — Acariciou o rosto dela, ainda o sentindo molhado por causa das lágrimas. — Eu não vou mentir, eu me preocupo com vocês. Com esse bebê que está carregando. — Os olhos pousaram onde a mão estava. — Mas eu não vou deixar que ninguém machuque ele.

— Ou ela. — Ele sorriu, olhando nos olhos verdes.

— Ou ela. — Repete. — Eu vou contratar alguém para te proteger o tempo todo.

— Fiquei com medo de que me mandasse para longe. Para nos proteger... — Ela levou os olhos a barriga mais uma vez naquele dia.

— Eu sei que você não iria aceitar, e eu conheço minha esposa. Ela é teimosa. — Felicity não pôde deixar de sorrir. — E também, eu não quero ficar longe de vocês. Dessa vez eu vou poder... acompanhar de perto. — Ela colocou a mão direita sobre a dele. — Nosso filho.

— Nosso filho. — Ela repete, em um sussurro, emocionada.

— Eu te amo.

— Eu também te amo. — Ele a beija, suave, e ela corresponde, colocando a mão livre nos cabelos loiros, emaranhando-a neles.

Eles tinham sim preocupações. Tinham problemas para resolver, mas fariam isso no dia seguinte. Naquele momento, tudo que importava para eles, era o bebê que crescia no ventre de da loira. O filho que apesar de ter vindo em um inesperado momento de desespero, medo e tensão, era muito bem-vindo, e era desde já muito amado.