Capítulo 20

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Poncho acordou em um hospital, Angélica estava ao seu lado, o sorriso doce da irmã o fez chorar, era um alívio a recolher, saber o passado, lembrar de suas brigas. Das implicâncias de crianças a proteção de adultos.

— Ei! Calma, não chore, não vai morrer – Considerou a moça de forma doce e brincalhona o acariciando o rosto, secando as lágrimas do irmão – Se sente bem? – Questionou puxando a cadeira para mais perto.

— Eu não sei – respondeu sincero. Os dois se olharam e Angélica notou que havia algo errado – Você também mentiu para mim? – Questionou com a voz embargada e Angélica entendeu, ele havia se recordado de algo. Angélica lamentou a mágoa que via em seus olhos.

— Eu soube a pouco tempo que ela estava na sua vida, mas ela tem um motivo para ter escondido – A decepção era notória, não era um sonho, era tudo verdade, Anahí então havia mesmo mentido. Poncho negava com a cabeça enquanto deixava as lágrimas caírem, a sensação de traição era grande, ele havia sido tolo, os sentimentos enganados, era um fantoche para todos – Alfonso a muita coisa que precisa saber, considerou – Antes de conhecer tudo é melhor não julgar, porque eu fiz isso por você e depois entendi – Ele continuava negando.

— Me deixa por favor – pediu e Angélica saiu, não poderia contar tudo naquele momento, precisava que ele se recuperasse da primeira queda para aquela outra que poderia ser ainda mais alta.

Do lado de fora Anahí andava de um lado ao outro, fazia horas que eles haviam chegado e nada dele acordar, Angélica e os médicos não sabiam explicar o que poderia ter acontecido, por isso a afastaram dele, mais uma vez ela estava longe, mais uma vez ela não poderia estar com ele.

Quando Angélica saiu contando que ele se recordava, Anahí sentiu seu mundo desabar, sua vida dependia da compreensão dele, dependia do perdão.

— Ele não vai me perdoar por mentir – Considerou chorosa.

— Ele vai conhecer os motivos – Argumentou Angélica – Dê tempo a ele Anahí – pediu e Anahí caiu no choro.

— Não entendo o que ela faz aqui – Disparou Nilton mais uma vez.

— Cara, fica quieto pelo amor de Deus – pediu Christopher se irritando.

— Sua mãe não a quer perto dele – Devolver incisivo.

— Ele é maior e agora pelo jeito maior e com todas suas faculdades de volta – Lembrou Natalia.

Os dias se passaram e Alfonso não queria ver ninguém, teve alta e se trancou em seu quarto, mal se alimentava, tudo que queria era lembrar de seu passado, pensar, avaliar tudo e todos, perguntas se formavam em sua mente.

Ruth teve alta e estava de volta, sabendo de todas as novidades em torno do filho, o medo da verdade que a condenava era motivo de briga entre ela e o outro filho. Christopher queria a verdade, repetia que havia chegado a sua hora, mas havia Nilton e Dulce que a apoiava e os dias se passavam.

Anahí tentava sem sucesso suas explicações, não contava a ele sobre a verdade, não porque não quisesse que ele não soubesse, mas por acreditar que ele precisasse de um tempo, ele precisava acreditar primeiro em seu amor, precisava confiar que ela não faria isso para brincar com seus sentimentos e depois não queria que ele sofresse ainda mais naquele momento.

Alfonso olhava aquelas mensagens com dor no coração, não que não a amasse, a amava tanto que o coração se apertava a cada nova mensagem, mas precisava de um tempo sozinho, precisava ser ele mesmo antes de ser o amor de alguém, o irmão ou o filho de alguém.

— Posso entrar meu filho? – Pediu Ruth em mais uma tentativa e dessa vez Poncho a deixou, assentiu se sentando na cama, já havia se passado quase um mês e agora ele precisava de algumas respostas. Ruth precisava ser questionada afinal. – Se sente melhor hoje? Já está a muitos dias trancado nesse quarto – Considerou se acomodando ao lado do filho.

Jamais Te Esquecerei - AyAOnde histórias criam vida. Descubra agora