Capítulo 11 - A garota e a lembrança

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Doni Potter estava em êxtase.

Nada poderia fazer aquele momento se tornar menos especial e mágico. Ela tinha esperado durante anos e agora ela sabia que todo o sacrifício estava valendo a pena.

- Conseguimos. – comemorou o jovem herdeiro – Nós encontramos o feitiço.

Eles tinham passado três dias tentando encontrar o feitiço e a jovem sabia que a cada momento o risco de alguém encontrar ela aumentava. E ela tinha certeza que os conhecidos perigosos de Bellatrix Black estavam a procurando sem parar.

- Não podemos parar agora. – Doni reconhecia que aquele era o começo de algo maior que ela e que agora ela teria que lutar ainda mais – E eu vou precisar de você ainda mais.

Chuck Ignis estava pronto para lutar ao lado dela e ainda mais pronto para ajudar a jovem Potter alcançar o seu potencial.

- Mas você sabe que eu jamais vou conseguir ajudar você sem saber de toda a história, não é?

A jovem pensou em ignorar o que ele tinha falado, contudo, não tinha como negar que o jovem herdeiro estava certo.

- Não é uma história doce. – a voz dela estava ácida e seus olhos castanhos pareciam ainda mais sombrios.

- Eu não estou atrás de uma história doce.

Chuck a observou engatinhar em sua direção como um felino e duvidou que existia uma garota mais bonita do que ela. Ela parou em sua frente e os olhos ligeiros entregou que ela estava sentindo prazer com a dor que causaria nele.

- O que você vai fazer? – ele franziu a testa estranhando os dedos frios ir de encontro com suas têmporas.

Ela sorriu com a desconfia dele e se preparou para mostrar como tudo aconteceu.

- Eu vou fazer algo melhor do que contar minha história. – ela olhou nos olhos dele e o pobre jovem corvinal declarou naquele momento que a jovem Potter seria seu fim – Eu vou mostrar ela.

Ela fechou os olhos por alguns segundos e quando abriu novamente ele testemunhou o castanho intenso se transformar em um mar branco. E junto com o testemunhar do mar branco, ele sentiu a cabeça doer e o mundo a sua volta ficar negro.

Doni Potter lembrava do último jantar em família e de como seus pais pareciam felizes aquela noite. Ela lembrava dos cabelos loiros e compridos de sua mãe balançando de um lado para o outro e do riso malicioso de seu pai.

Eles eram lindos juntos.

Ela recordava do gancho que seu pai usava e de como ele ainda parecia pertencer a vida do crime. Ele era um homem perigoso e belo.

Os cabelos negros sempre rebeldes e os olhos castanhos esverdeados pareciam um portal para outro mundo. Ele era estupidamente corajoso e qualquer um diria que a jovem tinha herdado a coragem e os múltiplos sorrisos do pai.

Aquele foi o último jantar em família e sua mente mórbida não a deixava esquecer que eles morrerem na noite de aniversário de doze anos de casamento. E ela tentava acreditar que aquela noite especial tinha tornado a morte menos pior.

Doni Potter lembrava do vizinho nascido-trouxa presenteando seus pais com uma garrafa de vinho e deles bebendo o vinho enquanto dançavam. E lembrava ainda mais  dos minutos seguintes em que o corpo deles caíram no chão completamente apagados e da casa sendo incendiada.

Ela ainda conseguia sentir o cheiro da fumaça e a sensação ardente em sua garganta por não conseguir respirar. Ela tentou arrastar os pais pela casa, mas seu corpo miúdo de uma criança de onze anos não conseguiu aguentar o peso. E então ela teve que escolher entre vingar os pais ou morrer junto com eles.

CRUCIO • A JORNADA DE UMA POTTER •Onde histórias criam vida. Descubra agora