Lenny LeGume.Sabe quando sua alma está tão aflita e ansiosa que respirar se torna um desafio e seu corpo não consegue relaxar por nenhum minuto sequer? Pois bem, eu estava assim. Nem ao menos o pão que comprei eu consegui comer, e nem a xícara onde estava o delicioso chá que Lefou havia preparado para mim eu consegui segurar. Haja paciência! Lefou disse que qualquer garota no meu lugar estaria do mesmo jeito, mas tenho minhas dúvidas. Sempre tive um problema para interagir com pessoas novas, tenho muito medo de não gostarem de mim, e isso acaba me fazendo agir esquisito com todos! Foi inclusive por esse motivo que Bella se ofereceu para me dar aulas particulares em sua casa, o jeito que as outras crianças me tratavam. Lesquisita... Esse era meu grande apelido.
- Ainda nervosa? - Meu pai perguntou entrando na cozinha da humilde cabana em que moramos. Estava apenas com suas calças, tinha acabado de acordar depois de uma longa cura de sua ressaca. Já se passava do meio dia.
- Não há necessidade de ficar tão nervosa querida. Vai dar tudo certo! - Lefou disse, calmo e gentil, se virando para Gaston e fechando a cara. - E coloque uma camisa, Gaston! Tenha respeito!
O grande homem bufou voltando para seu quarto, enquanto eu não pude evitar rir. A relação deles era no mínimo interessante. Lefou sempre fora o fiel escudeiro de Gaston, meu pai, mas quando ele caiu daquele penhasco, minha... Minha mãe o achou e cuidou dele, até que Lefou encontrasse os dois. Eu não tenho memórias da minha mãe. Depois que Mary nasceu, ela decidiu que não queria mais ser mãe, e saiu porta a fora. Pelo menos Lefou ficou para cuidar de nós. Um homem magro, baixo, de cabelos curtos e cara de cansado, mas sempre gentil; isso foi o que sobrou dele depois de anos cuidando de nós. Meu pai me conta histórias da juventude dos dois, onde Lefou segundo as próprias palavras era tão gordo quanto um barril de vinho inchado. Queria tê-lo conhecido nessa época.
- Não estou com muita fome. - Disse ao pequeno homem na cozinha, enquanto terminava de juntar os cacos, colocando-os num pote. - Vou caminhar um pouco. Espairecer.
- Você quem sabe querida, mas pelo menos coma uma fruta, sim?
- Bem, irei até o pomar então. - Eu me apressei para calçar as botas na entrada.
- Oh, leve sua cesta e me apanhe algumas maçãs, vou preparar algo para você levar.
- Pode deixar! - Disse batendo a porta.
Eu corri o mais rápido que pude e entrei na floresta. Precisava encontrar com ela, pelo menos uma última vez. Vê-la, abraçá-la, dizer que a amo e sentirei saudades! Então eu corri pro nosso lugar seguro o mais rápido que pude, com Puma ao meu lado.
(...)
Ao chegar em casa novamente eu apenas dobrei o papel em minhas mãos e o coloquei por dentro da blusa. Ela foi embora também, mas me deixou uma carta com suas doces palavras, e sua péssima caligrafia. Aparentemente há algo acontecendo aqui, mas eu não farei mais perguntas em casa. Eu iria para a tal "Casa Dos Herdeiros" daqui a algumas horas, apenas o suficiente para que Mary terminasse sua mala. Não me pergunte como, eu nem quero saber. Sempre tive medo de portais e pretendo dormir o máximo que eu conseguir nessa viagem.
Eu, como sou bem organizada, arrumei todas as minhas coisas assim que soube que partiria, embora na verdade eu ainda não tenha me conformado direito. Acariciava Puma para me acalmar, suspirando e olhando em volta. Nosso lugar secreto agora já não passava de uma casa velha e cheia de musgo em meio ao vale. Puma ronronou. Eu não poderia levá-la, sei disso.
- Vou sentir sua falta... - Eu sussurei para ela, sentindo a primeira lágrima descer da minha bochecha.
(...)
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The Heir's House
Fanfiction𝐴 𝑐𝑎𝑠𝑎 𝑑𝑜𝑠 𝐻𝑒𝑟𝑑𝑒𝑖𝑟𝑜𝑠. ° ᴱˢᵗᵃ́ ᵉ́ ᵘᵐᵃ ᶠᵃᶰᶠᶤᶜ ᶜᵒᵐ ᵇᵃˢᵉ ᶰᵒˢ ᵖᵉʳˢᵒᶰᵃᵍᵉᶰˢ ᵈᵃ ᴰᶤˢᶰᵉʸ˒ ᵉᶰᵗʳᵉ ᵒᵘᵗʳᵒˢ ᶜᵒᶰᵗᵒˢˑ [...] Após a rachadura na barreira, todos estavam preucupados. Segredos foram revelados no paraíso, após o felizes para sempre; se...