(7) NAMOROS CLANDESTINOS

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CAPÍTULO SETE

– Ela é simplesmente perfeita, sério! – Romeu fala de uma forma apaixonada – Pra melhorar tudo ela desenha, sempre quis ter uma namorada com um dom especial.

Namorada? Qual capítulo eu perdi dessa trama?

– Ela sabe que é sua namorada? – Ergo uma sobrancelha.

– Bem... – Ele coloca a mão na nuca e dá de ombros.

Não é novo ver Romeu gostando de alguém, até mesmo porque eu fui uma das garotas em que ele se apaixonou, mas éramos pequenos e tudo não passava de uma brincadeira para mim.

Quando nos aproximamos mais e fomos ficando mais velhos, percebi que Romeu realmente nutria sentimentos mais do que amigáveis por mim. Meu erro foi achar que poderia deixa-lo nutrindo isso sem cortar.

Aos quatorze anos a minha autoestima era uma merda, não que seja perfeita hoje em dia, mas naquela idade com a puberdade e um milhão de espinhas na cara nada fazia com que eu me sentisse bonita. Romeu nunca pareceu ligar para minha aparência, por isso não cortei o sentimento. Me impressionava o fato de que mesmo ele sendo tachado do mais bonito da turma pelas meninas, ele tinha olhos para mim e isso fazia meu ego crescer absurdamente. Saber que Romeu gostava de mim elevava minha autoestima, me arrependo de ter deixado esse sentimento subir a cabeça.

Ele sofreu poucas e boas gostando de mim. Meu primeiro beijo foi com ele e foi tão estranho, mas bom, ainda sim eu não conseguia sentir nada além da nossa amizade. Foi quando Casey decidiu abrir o jogo com ele e contar que eu estava fingindo que gostava dele, naquele dia eu senti tanta raiva que se eu pudesse bater nela, bateria. Romeu ficou praticamente três meses sem falar comigo, foi também o mesmo tempo em que parei de falar com Casey.

Felizmente, minha melhor amiga não é rancorosa e com conversas meio manipuladoras conseguiu juntar o trio novamente. De primeira o clima ficou estranho, mas com o tempo aprendemos a nos sentir confortáveis na presença um do outro.

A certeza que eu tenho é que quando Romeu gosta de alguém, ele gosta mesmo! Com todo coração, ele se joga de cabeça sem medir esforços pela outra pessoa. Às vezes isso me preocupa, não quero que ele esbarre com uma versão antiga de mim por aí, Romeu é incrível demais para passar por essas merdas.

– Acho que tem que conversar com ela e falar sobre seus sentimentos – Tamborilo meus dedos na caixinha de suco que estou segurando. Romeu me olha e dá de ombros – Tem medo?

– Não – Fala rápido e ajeita a postura no banco do pátio – Só não quero falar agora e fazer ela recuar. Gosto dela, mas quero ter certeza dos sentimentos dela por mim também, não to afim de passar pelo bobo da história.

– Entendi – Tomo meu suco – Hum, mas e quando eu vou conhecer ela? – Mudo o rumo do assunto. Meu melhor amigo balança a cabeça e sorri perverso.

– Pode conhecer ela esse final de semana, mas não sei se vai gostar da ideia... – Termina a frase falando baixo. Semi-cerro meu olhar para ele que faz uma carinha de inocente.

– O que é?

Pega o celular do bolso e desbloqueia o mesmo, mostra a tela para mim e eu fico com cara de interrogação.

Tem uma publicação no instagram de um pub em uma área mais reservada da cidade, ao sul da floresta fox e quase no limite do município de Daleville. É bem afastado das moradias, mas próximo das duas únicas casas noturnas de Daleville. Eu ja ouvi falar, dizem que a entrada de menores é proibido, mas todo mundo sabe que isso é uma mentira deslavada. O dono do pub está pouco se importando se menores vão entrar, contanto que não atraia atenção da polícia.

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