Eu tive um sonho, em que o mundo
rejeitou o imundo, e não se abraçava o
silêncio dos tristes moribundos.
Eu tive um sonho, em que a saudade não
era a pior maldade, e a rainha do meu
consolo, não se fez longe do meu colo.
Eu tive um sonho, este, amarrei nos meus
punhos, neste, os céus beijaram a terra,
sua luz a iluminou, e das suas sombras
escapou.
Eu tive um sonho, debaixo dos céus, a
humanidade redirecionou os passos seus,
e suas viúvas removeram seus véus.
Eu tive um sonho, este, foi um pouco
medonho, lá, eu vi um fim, e não se via
nada até o confim, gritei em silêncio, mas
o mar mergulhou-me no esquecimento.
Eu tive um sonho, em que o sistema
estelar faliu, e o universo de escuridão se
consumiu.
No último dos meus sonhos, estranhos
sonhos, a máscara dos céus caíram, as
nuvens sem sinfonia foram consumidas
pelas terras ressequidas, e a humanidade
retornou às suas investidas.
