Nós os pobres

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Somos um conjunto de sorrisos nos
rostos cobertos de tristeza da nossa
amada e lamentável proeza no
âmbito da discórdia do dia.

Também não entendi, sou pobre a
minha língua vendi, somos escravos
suavizados pelo salário, e
queimados pelo sol monetário das
bancadas desses adeptos arbitrários.

Miserável? Não... Apenas pobre, sou
aquele a quem meu sofrimento o
rosto cobre. Revivo meus dias sob
batalhas e envestidas, e ao matar o
dia, me conforto na minha cama fria.

Revolucionário? Não... Sou kunanga,
vivo sob esperança de ter minha
grana, sem ser rico, até tudo fazer
sentido, enquanto isso, vou escrever
os meus artigos.

(kunanga ou Cunanga: gíria angolana para se referir à pessoa desempregada)

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