Give Up - One Shot - Concluída

Give Up

• Point Of View Carol •

Hoje faz três meses que eu e a Day namoramos. Eu estou muito feliz, mas ao mesmo tempo triste. Eu queria tanto que ela conseguisse alguém melhor que eu sabe? Eu sou cheia de problemas, de traumas, de paranóias. Ela merece alguém mais feliz, para botar sempre um sorriso no rosto dela e no momento eu sinto que só posso tirá-lo dela.

- Amor você só está cansada, não fica assim. Pensa que no final de semana que vem, vamos nos ver.

Estávamos em uma vídeo chamada.

- Eu não aguento mais minha mãe, Day.

- Aguenta só até Fevereiro. Eu te tiro daí, você sabe. Eu já estou falando para minha mãe que eu vou me mudar.

- Mas ainda é Outubro e eu sei que você me tira daqui, eu só não sei se aguento.

- Vai passar rápido ruiva. E você precisa aguentar por nós.

- Hoje eu cheguei em casa e ela começou a gritar comigo, por que eu não fazia nada em casa. Por que eu não ajudo ela.

- Você trabalha pra caralho, paga todas as contas de casa sozinha e atura ela todo dia. Isso não tá bom?

- Pra ela não.

- Relaxa tá meu amor?

- Tá.

- Preciso ir pra escola, quando eu chegar eu te ligo pra gente dormir junta tá?

- Tá bom.

- Se acontecer qualquer coisa me liga, tá?

- Tá, não se preocupa.

E assim ela desligou a ligação. Quando ela estava ali era bem mais fácil, quando ela não estava parecia que toda a dor do mundo entrava em meu peito. Seria tão mais fácil se ela não morasse no interior. Pensando nisso também, eu comecei a chorar desesperadamente.

As vezes eu tenho a impressão que minha mãe queria que eu fosse diferente, penso que ela não me ama, que só me atura por que não tem como largar de mim. Fico mal com isso, mas não posso chegar nela e falar nada. Se não ela iria me xingar ainda mais.

Aqui estou eu novamente, arranhando todo o meu corpo, para ver a angústia e a dor passam. Estou tão acostumada que já nem sinto tanta dor. Eu prometi para minha melhor amiga, corrigindo, minha irmã e para a Day que não faria mais isso e que também não me cortaria mais. Mas as vezes é a única coisa que me acalma, que alivia a dor que sinto no peito.

Algumas horas se passaram e eu já tinha me acalmado, agora eu estava me preparando para dormir com a Day, claro que por chamada de vídeo.

- Como foi a escola hoje, baby?

- Ah foi tranquilo, como sempre. E como foi ficar sem mim?

- É sempre difícil. - Me lembrei do que tinha feito e um nó se formou em minha garganta.

- Hey, pequena. O que aconteceu?

- Você vai brigar comigo?

- Não. O que aconteceu?

- Eu me arranhei de novo.

- Só se arranhou né?

- Sim.

- Você prometeu amor.

- Desculpa. - Tentei segurar, mas as lágrimas começaram a rolar pelo meu rosto.

- Hey pequena, está tudo bem. Só por favor, quando acontecer de novo me liga.

- Tá bom.

- Para de chorar. Odeio te ver assim e estar longe.