Malditos meio sangue

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Eu apaguei e voltei varias vezes, sentia que estava sendo carregado mais não conseguia ver quem, minha visão estava turva, ouvia varias vozes uma claramente feminina e as outras duas masculinas, não conseguia entender bem oque eles discutiam, só pesquei uma frase antes de apagar de vez, "não podemos leva-lo para a vila é muito arriscado".
Quando acordei, olhei em volta estava no meu quarto?? Como seria possível?
Meu corpo doía demais como se tivesse sido espancado, minha visão ainda estava meio turva, mas eu enxergava bem o suficiente para notar que eu estava acorrentado a minha cama.
Acorrentado? Oque estava acontecendo? Milhões de perguntas me vinham a mente, uma sensação de peso e sufoco me tomavam, eu estava literalmente surtando, eu estava a milhão e não podia controlar o pulso de energia que vinha subindo pela minha espinha, como um arrepio, quando de repente reparo a minha volta os moveis começaram a tremer a mesma medida que meus braços começaram a esquentar, pequenos fachos de luz surgiram  serpenteando ao redor do meu braço, estava tudo tão intenso e confuso, foi quando de repente eu desejei com muita força que tudo parasse, oque aconteceu me deixou em desespero, uma onda de energia se originou partindo de dentro de mim, se expandindo por toda extensão do quarto e queimando oque via pela frente, as correntes que me prendiam se despedaçaram instantaneamente, como se fossem papel, eu estava tão confuso e acelerado que só peguei um casaco qualquer e sai na rua atônito.
Vaguei pelas ruas da cidade sem rumo por horas, passei por um painel e vi a data haviam se passado três dias, eu tinha dormido três dias, sentei num banco de uma praça, tonto e confuso quando tive um estalo, o ataque, levei a mão ao ombro para ver o estrago que havia causado, mais no lugar de um curativo havia só uma cicatriz, eu estava cada vez mais confuso.
Tentando clarear as ideias comecei a prestar a atenção nos pedestres que vagavam pela calçada, foi quando notei algo esquisito havia um espaço entre dois prédios com um portão aberto, muito convidativo mais as pessoas passavam como se não houvesse nada ali, depois de observar por mais de quinze minutos decidi ir ate o lugar, para matar a curiosidade e tentar esquecer a loucura que estava sendo acontecendo, atravessei a rua e cheguei perto, observei o portão, ele era feito de ouro adornado com dois dragões chineses de prata, fiquei perplexo, acho que observei durante uns bons minutos, enquanto isso várias pessoas passavam e me olhavam como se eu fosse louco... Bem, talvez não fosse tão mentira assim, já que eu mesmo estava achando que estava ficando louco.
Decidi entrar, dei um passo em direção a escuridão que era através aqueles portões, não se via um palmo na frente do nariz, andei uns cem passos por intuição, no meio da escuridão, estava quase desistindo e voltando quando avistei uma luz ao fundo, acelerei o passo em direção aquela luz, e dei se cara com o impossível e incrível ao mesmo tempo, eu me deparei com uma vila ao estilo nórdico inteira no final de um corredor, nevava naquele local, o mais absurdo foi que eu havia acabado de sair de um calor escaldante de 30 graus, parecia ate que eu havia saído do meu mundo e estava em uma realidade totalmente diferente, fiquei tão atônito com aquilo que paralisei, mas fui tirado do estupor quando um anão ruivo trombou em mim e saiu murmurando algo como "Malditos, meio sangue, mestiços imundos!" resisti ao impulso de rir.
Por um lado aquele evento inesperado foi bom, pois me tirou da paralisia, comecei a andar e explorar aquele lugar ali era estranho e familiar ao mesmo tempo, como se eu sempre tivesse pertencido aquele lugar, o mais incrível e que todos naquele lugar pareciam ter saindo de um baile a fantasia ou o livro do Harry Potter, vi homens e mulheres Com orelhas pontudas e juro que vi asas em uma ou duas pessoas eu estava por ali, e o estranho é que isso nem me incomodou, havia algo que fazia tudo aquilo parecer normal, comum, como se tudo pertence-se aquele mundo.
Andei uma boa meia hora sem rumo, ate que uma placa me chamou a atenção, estava escrito “Meio sangue” não sei porque aquilo me impressionou tanto, deve ser por causa do xingamento do anão, decidi espiar lá dentro, cheguei na porta e levei a mão para bater, quando ouvi vozes de dentro da casinha.
-Será que ele acordou? -Perguntou uma voz grave com certeza pertencia a um homem.
-Depois daquele ataque é uma supressa que esteja vivo. -Retrucou uma voz delicada e grave que não discerni se era de homem ou mulher.
-O que acha disso nadine? -Falou a voz grossa
-Você sabe oque eu acho David! devíamos tê-lo levado para o instituto na hora, no estado em que ele está, pode ferir qualquer um! -Falou uma voz feminina .
-Nad ele tem família não podemos tirar o Noah de lá assim, ele iria surtar -Falou a voz pertencente ao tal David.
Ao ouvir meu nome eu entrei em pânico e fiz a coisa mais idiota da minha vida, invadi a sala, mas na minha mente eu iria entrar e falar algo do tipo, “Quem são vocês?” “Oque querem comigo?”
Mas quando eu entrei e me deparei com aquela deusa grega ruiva, sentada numa caixa, vestida de couro, com uma faca na mão, me olhando com aqueles olhos frios, tudo que eu consegui dizer foi:
-Oi -Não me julguem não e todo dia que uma garota daquelas olhava para mim, nem que fosse com um olhar assassino eu estava estático olhando para ela, quando senti uma pancada na parte de trás da cabeça.
                    Nadine
Eu estava cansada de surpresas nesses três últimos dias, minha vida havia sendo um susto atrás do outro, num momento eu estava no meu quarto me preparando para dormir, no outro estava caçando lobisomens rebeldes pelo mundo humano no meio da noite. AAA como eu odiava aquilo, o mundo humano me enojava, eles eram um bando de alienados vivendo sem proposito, pareciam insetos vagando sem rumo.
Eu perseguia uma fêmea e estava determinada a não deixar ela escapar viva dali, quando escutei gritos histéricos, vindo de alguns metros a oeste da minha posição, pelo jeito era um grito feminino, ouvi dizer que as humanas eram um bando de molengas assustadas, mas como minha missão era matar os lobisomens e aqueles que eles transformassem, achei justo matar um lobo e uma recém transformada, e no meu íntimo sempre quis matar um humano, concentrei toda minha energia magica restante e conjurei um teletransporte rápido para o local do grito, como de praxe senti meus átomos se desfazerem e se reconstruírem em outro local, estava a 200 metros de mim um lobo cinza que arrastava sua vitima que esperneava pela lama tentando se soltar, concentrei minha energia nas pernas e saltei brutalmente para cima do lobo, quando ele deu por si minha faca já avia atravessado seu pescoço que jorrava vermelho, retirei a faca e o monstro caiu inerte ao lado do corpo da vitima, empunhei a faca pronta para aniquila-lo, mas quando vi que ele estava deitado sofrendo, senti dó, ele certamente não merecia ser desintegrado eu estava presa na minha indecisão, quando ele tossiu uma quantidade enorme de sangue, droga, ele havia sido contaminado, nesse estagio demoraria apenas dias para ele se tornar um licantropo, um ser muito perigoso e agressivo, tudo isso veio a minha mente, mas eu sabia qual era minha missão e qual era o meu dever, eu devia aniquila-lo antes que a infecção criasse o mecanismo de regeneração que tornava os lobisomens vulneráveis somente a uma coisa, prata, isso era oque eu deveria fazer eu estava convicta do que eu devia fazer levantei meu punhal e apontei para o coração, me preparei para desferir o golpe letal, mas ao ver aquele rapaz tão vulnerável e simples, tinha algo no modo como ele era comum que me atraia, então deixei a espada de lado e notei que saia fumaça do braço do garoto que estava moribundo a minha frente, no seu braço brilhava em azul uma tatuagem de mago, como era possível? Aparentemente ele era só um humano, mas oque aquilo fazia ali . 
-Merda -Exclamei em choque.
-Aaaaaaaaa -O garoto gritou apavorado vendo a mordida no braço.
-Sam -Gritei a caçadora que estava a uns metros de mim, acudindo outro humano.
-Porque não executou ele? -Disse a menina depois de tirar o capuz e observar o ferimento do garoto.
-Olha essa Tatuagem -Apontei o braço do garoto.
-Que droga esse garoto faz no mundo humano? -Sam revirou os olhos.
-O que fazemos? -Questionei.
-Entra em contato o Bill ele está por perto. -A garota respondeu.
Mentalmente procurei a energia vital dele o encontrei e chamei mentalmente.
-Bill??
-Estou ocupado! -Foi a resposta.
-Tem um humano com tatuagens de mago aqui, desmaiado. -Avisei.
-Como assim? -Ele perguntou.
-Ele foi atacado -Falei em desespero -Vem para cá agora -Completei.
-Já senti sua localização estou chegando e o David esta indo junto. E eu senti que a comunicação mental havia sido desligada.
-E você porque não executou o garoto? -Perguntei a Sam que a segundos acudia um garoto a metros de mim.
-Ele não foi mordido, só machucado, muito machucado! -Respondeu -Vou ter que leva-lo para vila e da um jeito de apagar tudo que ele viu hoje. -Ela saiu andando em direção ao corpo.
-Vou ficar esperando o David e o Bill. -Gritei enquanto vi ela abraçar o garoto.
-Boa sorte -Ela sorriu, abriu as assas e voou.
Foi quando lembrei que David estava vindo junto, Droga, ele certamente iria aniquilar o cara ali deitado conhecendo o temperamento dele, e a dificuldade que ele tinha em lidar com surpresas. Me ajoelhei ao lado dele invoquei todo meu poder e comecei a projetar minha energia para ele, dando ordem para que as células de carne, nervo e pele, crescerem de novo meu plano era curar totalmente a ferida antes de do Bill e David chegarem e ate lá inventar uma versão da historia que explicasse aquele rapaz caído sobre uma quantidade gigante de sangue. Estava me perdendo nesses devaneios quando escutei a ultima voz que queria escutar naquele momento bem atrás de mim. Me virei e vi David em pé, com um olhar de preocupação.
-Se afaste agora -Falou firmemente -Me afastei, já me preparando para presenciar a morte daquele humano, não sei o porque mas eu não queria vê-lo morrer, me afastei e me coloquei ao lado do Bill que estava tenso.
-Oque você estava fazendo? -O pensamento de Bill invadiu minha mente na hora, com um tom de urgência.
-Tentando cura-lo! -Respondi, já esperando a bronca que viria a seguir.
-Sadie ele é um lobisomem agora, ele é perigoso. -Seja lá oque for que viria a seguir ele cortou a conversa na metade pois presenciamos uma cena no mínimo curiosa, David avançou para o garoto mas ao invés de vaporizado ele, o pegou no colo e falou uma única palavra.
  -Vamos.

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⏰ Última atualização: Apr 26, 2020 ⏰

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