Capítulo 28

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— Eu sinto muito por ter te deixado irritada, eu só queria te ajudar. — Joe disse quando Demi adentrou na cozinha. Ele estava sentado em volta do balcão tomando seu café da manhã apesar de ser mais de duas horas da tarde. — Eu vi como você ficou abalada depois da ligação dele.

— É exatamente isso o que eu queria evitar, Joseph. Esse olhar de pena que eu recebo das pessoas quando eu falo que a minha mãe faleceu ou quando elas sabem que meu pai é um viciado, as pessoas estão sempre pensando que eu preciso de ajuda.

— Eu não ofereci ajuda para você pensando "nossa coitada, deixe-me ajudá-la." Eu te ofereci ajuda no sentindo "eu quero ajudar a pessoa que eu amo porque não quero vê-la mal." Você levou as coisas para o lado oposto. Nós somos um casal em todos os sentidos, não apenas quando estamos andando de mãos dadas, nos beijando ou transando.

— Eu não levei nada para o lado oposto, Joseph. Eu convivi com esses olhares boa parte da minha vida, eu sei muito bem quando as pessoas me olham com pena. Esse é um dos motivos pelo qual eu não queria te contar sobre o meu pai, eu sabia que você não ia entender, ninguém entende.

— Eu posso não entender, mas eu quero te apoiar, estar do seu lado e cuidar de você, mas eu não posso fazer isso se você não me deixar. Às vezes pedir ajuda não é sinal de fraqueza, o dinheiro que você fez questão de me pagar da viagem para praia está guardado, eu posso...

— Joseph eu já disse que não. — Demi colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha e suspirou.— Eu estou indo para casa, eu estou morrendo de dor de cabeça e acho que se eu continuar aqui nós vamos acabar brigando.

— Eu pensei que passaríamos o final de semana juntos. — Ele não queria que ela fosse. Queria passar o dia com ela, nem que fosse deitados abraçados sem fazer nada.

— Eu preciso descansar, amanhã eu vou acordar cedo. — Demi disse, ela pegou a mochila que estava jogada no canto da escadas e se aproximou dele. — Eu não quero brigar com você, nós podemos ficar juntos mais tarde. — Ela deu um selinho nos lábios dele e se afastou. — Você pode passar mais tarde na casa dos meus tios.

— Quer que eu te leve? — Demi negou com a cabeça e recebeu de bom agrado o selinho que ele lhe deu. Eles se despediram e Demi seguiu para casa dos tios. Ela cumprimentou Eddie que estava na varanda regando as plantas, ele a recebeu com um breve beijo na testa e Demi adentrou na casa.

— Oi querida. — Dianna sorriu quando Demi adentrou na cozinha, ela estava preparando uma sobremesa. — Achei que você chegaria só amanhã. — Comentou observando Demi beber água.

— Eu achei melhor vir para casa. — Deu os ombros. — Eu vou subir para o meu quarto, se precisar de mim pode me chamar.

— Está tudo bem? — Dianna perguntou preocupada. Demi assentiu com a cabeça e sorriu numa forma de tranquilizar a tia. Demi subiu as escadas em direção ao quarto, fechou a janela e deitou-se na cama, tudo o que ela queria naquele momento era dormir e esquecer de todos os seus problemas.

***

— Demi ainda está dormindo? Eu até estranhei ela bebendo tanto ontem, ela sempre disse que odiava bebida alcoólica. — Kevin disse jogado no sofá sem tirar os olhos da televisão. Joseph fez uma careta e deitou no outro sofá observando o amigo jogar.

— Ela foi embora. — Deu os ombros e encarou o amigo. — A gente meio que discutiu, eu queria ajuda-la com umas paradas e ela disse que eu queria ajuda-la por pena porque ela não tem mãe e o pai dela parece que é viciado em drogas.

— Eu não sabia disso. — Kevin disse e fez uma careta. — Ela me disse uma vez que tinha problemas com o pai, mas nunca entrou em detalhes.

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