part 1

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   A cabana abandonada fazia parte de um terreno com aparência grotesca.
Nele havia um cão que guardava aquele área. A cabana, bem como o terreno, ficava no alto de uma rua que subia à colina. Os cães de rua que procuravam atormentar o cachorro que ali vigiava nunca se aproximavam, pois o animal inferia certa imperatividade.
  Mas um dia, ao entardecer quando eu caminhava por ali percebi quando cães de rua tentavam chegar perto da cabana algo curioso aconteceu. A verdade era que não era o animal que impunha o medo nos outros cães. No alto da cabana surgiu um ser de aparência nefasta, pelos sujos e longos cobrindo todo o corpo e da sua cabeça despontavam um par de chifres não muito grandes. Foi desta criatura que os cães de ruas, assim como qualquer outro passante que se atrevia chegar perto, dava meia volta e desistia de se aproximar daquele lugar.
    De alguma forma eu sabia que tinha o controle do cão vigia, então segui até o terreno. Ao me aproximar a criatura no telhado não se escondeu. Estalei os dedos algumas vezes e o cachorro de pelagem caramelo claro veio até mim abanando o rabo. Ele gostava de mim e me conhecia a muito tempo pelo visto.
Olhei de volta ao telhado e vi a criatura ainda à me observar, mesmo que eu não conseguisse ver os seus olhos.
   Por impulso tentei fazer contato com aquilo e direcionei algumas palavras:
- O que é você?
   A criatura emitiu alguns sons abafados como se saíssem de uma boca que não se abria.
- Que cabana é essa?
    Mais uma vez os sons sem adicção nenhuma.
    Dei uma volta pela casa antiga e caindo aos pedaços. Era uma cabana de madeira escura bem judiada.
Pelos fundos vi que o quintal,quer dizer, um quintal tinha um limite e aquilo ia além, tinha eucaliptos e outras árvores, todas secas e de aparência pútrida porém ainda rígida. Todo o cenário terminava em um bosque lá em baixo onde subia de volta até a colina do outro lado.
    Observei os detalhes e percebi uma placa acima da porta dos fundos. Havia  algo escrito, não dei muita importância.
    Continuei a volta na casa até parar no lado direito da grande cabana olhando para a criatura em cima do telhado. Foi então que o cachorro se pôs a me olhar sentado como se quisesse me dizer algo.

A maldição de DandaraOnde histórias criam vida. Descubra agora