Capítulo 3

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Alguns minutos caminhando naquele solo rochoso, e quente causavam vários cortes nos pés da bruxa, mas a mulher não reclamava, havia aprendido a controlar a dor, o rastro de sangue que deixava para trás, era absorvido pelo chão, enquanto uma fumaça...

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Alguns minutos caminhando naquele solo rochoso, e quente causavam vários cortes nos pés da bruxa, mas a mulher não reclamava, havia aprendido a controlar a dor, o rastro de sangue que deixava para trás, era absorvido pelo chão, enquanto uma fumaça vermelha subia de onde estava seu sangue, como se surgisse do nada um castelo apareceu diante seus olhos.

Era uma construção sombria e negra, uma energia fantasmagórica emanava dele, uma muralha parecia envolver toda a área que fazia parte do castelo, uma porta de madeira abaixou presa a grossas correntes, um homem veio recepcionar seu amo, trajava um terno, mas alguma coisa nele não estava certa. Ao se aproximar e olhar atentamente percebeu que o homem era na verdade um esqueleto, e a forma que parecia possuir era translúcida, como uma camada holográfica, sobre o esqueleto, o mesmo não falou nada apenas guiou o mestre para dentro do castelo enquanto Tenebrosa o acompanhava de perto, dando graças a Deus, apesar de irônico a expressão, se sentiu aliviada em deixar aquele solo que parecia se divertir em rasgar sua carne, mas o que poderia esperar do inferno, tudo ali era feito para torturar e causar dor, talvez aquele modo de libertação fosse apenas uma forma diferente e cruel de fazê-la sofrer.

Diferente do solo infernal, a construção que contemplava toda a área do castelo, era fria, de tal forma que jamais poderia dizer que estavam no inferno, chegando ao salão principal, Tenebrosa viu um trono, feito de ossos e pedras preciosas, a visão a fez lembrar-se das histórias que ouvia sobre o trono do próprio Lúcifer, e começava a se perguntar se aquele seria ele... Mais se fosse onde estava todo o resplendor e beleza, daquele considerado o mais belo dos arcanjos, conhecido como a estrela da manhã? Será que aquela aparência foi o preço por ter sido banido do reino dos céus, ou o confronto com seu irmão Miguel? A bruxa começava a repensar tudo que acreditava uma vez que estava presenciando tudo com seus próprios olhos.

O ser com o manto caminhou até seu trono e se sentou, enquanto a mulher apenas observava a beleza mórbida daquele lugar, parecia ser feito de mármore negro, com várias ranhuras brancas, o servo se posicionou ao lado direito dele observando o nada como se fosse um zumbi, por vezes era possível ver no fundo do seu olho atravessando a camada translúcida e ver o negro do fundo de seu crânio.

― Tenebrosa... É um ótimo nome este que adotou lá em cima. ― Apontou para o alto. ― Muitos temiam você, mas aqui embaixo você não passa de mais um prisioneiro, uma alma para ser torturada. ― Falou Sinistro tranquilamente enquanto segurava seu cajado.

― Não posso dizer o mesmo do seu... ― Provocou a bruxa.

― O meu é conhecido, porém, apenas onde realmente importa, mas estamos aqui para falar de você, sua raiva e fúria me chamou atenção, me fazendo ir até você, pensei que iria sucumbir, nos primeiros anos, ou esqueceria quem era, mas seus sentimentos, e rancor a deixaram lúcida, se é que podemos dizer que alguém como você é lúcida.

― Podemos deixar esta enrolação, de lado e partir para o que realmente importa? ― Interrompeu seu salvador.

― Este é um dos seus defeitos, mesmo tanto tempo presa em uma rocha e anos em sofrimento constante, continua apressada, não aprendeu que tudo tem seu tempo, talvez por isso falhou em seu objetivo... ― Os olhos dele brilharam por sobre a máscara, a bruxa sentiu um calafrio subir por sua espinha.

― Como sabe de tudo isso? ― Controlou mais o seu tom de voz, era irritante ter que se submeter a tal coisa, era os outros que deviam temê-la, não ela temer alguém.

― Minha cara, eu sei de tudo! Apenas não posso interferir, pelo menos não diretamente, sem muito que fazer por aqui, gosto de ver como os humanos se perdem de si mesmo, como se afastam do que acreditam, de como sucumbem aos desejos carnais ou riquezas, sendo capazes, de matar, roubar e até mesmo enganar, você é um desses humanos interessantes que me entretém pelo menos por um tempo, por mais que queira dizer que é imortal, ou que não é mais humana nós dois sabemos que não é bem assim.― Bateu o dedo indicador de leve no cajado, fazendo o pequeno barulho ecoar pelo salão.

― Então sabe o que quero... ― Falou quase como um sussurro.

― Quer o que todos de sua espécie querem. ― Respondeu de forma fria e sem emoção como se aquela conversa o entediasse.

― Sei que meus poderes aqui estão limitados, quero saber como escapo daqui. ― Tentou tirar alguma informação útil.

― Seus poderes aqui não passam de truques de criança, não podem fazer mal a ninguém, nem mesmo a si própria, o encanto lançado em você é poderoso mais tem uma falha mortal.

― Qual seria? ― A cada momento se sentia mais intrigada com aquele ser.

― Para onde foi enviada? ― Respondeu com outra pergunta.

― Não faço ideia... Um lugar de tortura? ― Tenebrosa achava tudo aquilo uma idiotice.

― Você esta no sexto ciclo do inferno, dedicado àqueles que não acreditam em nada, ou melhor, dizendo em Deus, mas conhecendo o inferno e sofrendo as torturas no campo de punições, isso mesmo que inconscientemente foi mudando sua percepção, por isso conseguiu resistir todo este tempo.

― Porque meus poderes estão reduzidos? ― Fez a pergunta novamente.

― Irei saciar sua curiosidade, seus poderes foram exauridos, tentando manter você viva, não o corpo, mais a consciência e espírito, toda fonte de poder é como uma bateria precisa ser recarregada as vezes.

Tenebrosa nunca pensou muito sobre seus poderes, apenas que eles eram parte dela, e que aumentaram consideravelmente, quando conheceu a magia negra, graças a isso conseguiu sobreviver a sua quase fogueira.

― Sabe da onde vieram, os poderes da magia negra que conseguiu na terra? ― A pergunta era quase uma afirmação, como se fosse obrigada a saber disso.

― Do inferno? ― Chutou sem ter uma resposta de verdade.

― Sim e não, ela veio de um demônio que vive no inferno, então sua resposta esta parcialmente correta, sei que não sabe quem é, pois ficou feliz em apenas conseguir tal poder, mais todo poder que existe, tem sua marca e mesmo que tenha se misturado com sua essência, consigo sentir quem lhe concedeu este poder. É quase como reconhecer alguém pelo nome, digital, ou marca de nascença, use qualquer analogia que queira para entender aonde quero chegar.

― E como recarrego? ― Perguntou vendo uma chance de conseguir alguma coisa que realmente valesse apena.

― O poder uma vezconcedido, não desaparece, ele apenas enfraquece se não usar por um tempo, serecarrega sozinho, mas caso se desgaste é o mesmo que quebrar a ligação que não pode serrestabelecida, você pode ficar aqui se quiser e recuperar seu poder, ou posso conceder um pouco domeu poder, isso vai quebrar seu pacto com quem quer que tenha feito parareceber este poder, sabe que ao fazer isso terá consequências, porém, terá um poder ainda maior doque antes estando atreladaa mim... ― Por alguma razão aquelas palavras ecoaram no interior de Tenebrosacomo um mau agouro.

 ― Por alguma razão aquelas palavras ecoaram no interior de Tenebrosacomo um mau agouro

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SINISTRO  - (Volume 2)  ( CONCLUÍDA!!)Onde histórias criam vida. Descubra agora