20.Literalmente.

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Priscila:- Eu quis dizer literalmente.- disse rindo.

Eu:- Para de palhaçada, isso é sério.

Priscila:- eu também falo sério, pelos bagulhos que você me contava e conta... os olhares, o jeito que ele fala com você... ele pode te querendo e não tentou nada porque não sabia se tu queria tambem, aposto.

Eu:- ou ele vai me pôr pra fora por cogitar quebrar uma regra. Ou ele vai me dar um esporro por ser antiprofissional... puta merda.

Priscila:- Sei não, tenho sexto sentido pra essas coisas. Além disso olha pra você, mulherão da porra, quem não quer.

Eu:- Não acredito que eu sendo a surtada preocupada e você a que leva na boa.

Priscila:- Amiga, pensa bem. Você fez merda pior. Ele quer você , se não quisesse você teria ido no dia do incidente do banho, ou até antes. Relaxa.

Eu:- Vou ver esses bagulhos. Tchau

Ligação off:

Só me faltava essa agora. Eu fui em direção à cozinha pra chama-lo e quando tava chegando perto eu o vi bebendo Whisky e saindo da cozinha.

Eu:- Sr. Cro- fui interrompida por Cloe que entrou igual um furacão, estava irritada e chorando. Não olhou pra gente e subiu correndo.

Oliver:- Cloe!!- a chamou mas ela não deu bola.

Eu:- Deixa isso comigo.- Eu ia subir as escadas mas ele segurou minha mão o que me fez olhar para seus olhos.

Oliver:- Se a Maluca da Camila fez alguma coisa com ela eu quero que me diga o mais rápido possível.- Meu coração bateu forte com o modo como ele me disse isso, disse que sim com a cabeça e ele me soltou então eu subi para falar com a Cloe que estava sentada na cama chorando.

Eu:- Meu amor, o que houve?

Cloe:- Luna, agora não.

Eu:- Conversa comigo, vai.- ela me olhou com os olhos cheios de lágrimas eu sentei do lado dela. E aparentemente bastou para que ela caísse aos prantos e me abraçasse forte.

Cloe:- Eu sinto tanta falta dela, Lu.  Tanta, tanta. Essa saudade nunca foi embora, mesmo que eu fosse nova, ainda dói tanto.

Eu:- Aconteceu alguma coisa pra isso transbordar agora?- ela balançou a cabeça dizendo que sim me apertou mais forte.- acha que consegue me contar o que foi?

Ela me soltou mas não conseguiu falar, então deitou e apoiou a cabeça nas minhas pernas. Comecei a mexer no cabelo dela e aos poucos ela foi se acalmando.

Cloe:- A Camila- tinha que ser- nunca apoiou a ideia do Oliver de assumir minha guarda. Ele era muito novo na época, tinha 19 anos, era casado a pouco mais de um ano e a Camila tava pra ter o Theo. Eu não tinha com quem ficar, Lu. Não conheçi meu pai e meus avós não queriam uma criança em casa. Ele foi minha salvação. Mas ela não gostava da ideia de ter uma garotinha de 6 anos correndo pela casa enquanto ela tentava manter um recém-nascido calmo. Eu admiro e amo muito o Oliver por ter se disponibilizado como figura paterna e ter me acostumado à isso, mas a Camila sempre batia na tecla da tia. "Nunca me chame de mãe, eu sou sua tia." "me chame de Camila" "Tia ca", Luna, eu era uma criança e tinha acabado de perder a mãe, sabe? Eu só queria um conforto. Mas fui crescendo e ela continuou com isso, sempre. Ela nem mora mais aqui mas continua me tratando dessa forma, eu não sei o que foi que eu fiz pra ela, eu realmente não sei. Hoje, ela nos levou no shopping, não sei porque ela faz tanta questão de que eu vá se ela não faz nada pra mim ou por mim. Hoje não foi diferente, ela ficou esfregando na minha cara o quão bom é ter os filhos dela e dizendo que lamentava por eu não ter passado por aquilo, e começou a falar muito sobre isso, muito. Eu não aguentei, eu explodi com ela. Disse que não sabia o porquê dela fazer tudo isso comigo, que não era justo já que eu nunca fiz mal pra ela ou pros filhos dela, pelo contrário, eu amo aqueles dois mais que tudo. Mas o que me fez vir correndo pra casa foi ela ter dito que a minha mãe era uma vagabunda traiçoeira e que eu não era diferente.- Eu fiquei em choque enquanto processava as palavras de Cloe, sinceramente, que tipo de monstro trata uma criança assim?- Eu não tenho muitas lembranças da minha mãe, Luna, mas eu tenho certeza que ela não era isso. Eu só queria que ela estivesse aqui agora, sabe? Eu queria dar um abraço nela, queria ouvir a voz dela, queria ouvir suas histórias e contar minhas histórias... queria ir ao shopping com ela e experimentar roupas bobas só pra não comprar nenhuma. Queria que ela soubesse do meu primeiro beijo, que conhecesse meu primeiro namorado, que estivesse na minha formatura...- Eu comecei a chorar nessa hora.

Eu:- Sabe, C. Eu também não tive mãe...

Regra Número 4 - A BabáOnde histórias criam vida. Descubra agora