Capítulo 5

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A noite estava calma e fria. Serena e estrelada. O lugar para onde o portal me levou era montanhoso,  haviam rochas enormes e fendas estreitas. Quando averiguei o perímetro e senti que estávamos apenas eu e Valente, permiti deixar as lágrimas saírem, mas não ao ponto de soluçar.

Meus pais seriam vingados e meus irmãos encontrados. Eu mataria todas as 14 bilhões de pessoas dessa dimensão, e todas as outras que eu precisasse. Traria eles de volta a todo e qualquer custo.

Sinto gotas de chuva tocarem minhas costas agora nuas. Meu vestido perfeitamente pensado, virara trapos rasgados e cheios de sangue, minha coroa não estava na minha cabeça mas meu medalhão continuava comigo, tirei o colar e os brincos chamativos e os joguei fora enquanto Valente trotava atrás de abrigo. Desfiz meu penteado e esfreguei o rosto tirando maior parte da maquiagem. 

Paro quando vejo uma caverna apta para dormir. Desço de Valente e deixo minha magia entrar primeiro e testar as assinaturas de calor. Não tinha nenhuma então adentramos a mesma e viramos um "corredor" para que a tempestade não nos congele. Com a magia desgastada que eu ainda tinha, conjurei fogo, água, algumas frutas e um cobertor grande o suficiente para Valente que tremia um pouco.

Para não utilizar magia trazendo mais cobertores, dormi em forma lupina, aquecida com meus pelos e sendo ameaçadora sem estar consciente. Assim passamos a noite.

Dormi rapidamente como pedra, sonhei com tudo que havia presenciado. Acordava com meu pai morto em meus braços. A noite passou rápido quando eu finalmente dormi sem sonhar.

 A noite passou rápido quando eu finalmente dormi sem sonhar

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Acordo com pássaros gritando do lado de fora da caverna, vejo que Valente não estava mais comigo, apenas seu cobertor permanecera ali. O guardei em uma mochila depois de voltar a forma humana usando um vestido simples, curto e confortável cor de vinho e um par de coturnos pretos.

Saio da caverna e encontro Valente comendo algumas maçãs no chão, mas antes que eu saísse da caverna, vi um homem encapuzado passar a mão em sua crina. Preparo minha magia e  saio.

-Quem é você? - digo alto o bastante para que ele ouvisse.

-Seu salvador, criança - ele diz nos mesmo tom. 

O homem tira o capuz revelando seu cabelo extremamente preto e um rosto cheio de cicatrizes, um dos olhos era claro demais para ser saudável e o outro era azul escuro.

-Eu quero um nome - exijo.

-Me chamo Malvon de Guarves - ele diz com uma leve reverência com a cabeça - e você é a mais nova princesa híbrida de Sargenis.

-Como sabe essas coisas? - pergunto firme.

-Seu pai me deu todas as informações que eu precisava para encontrar você e a ajudar caso acontecesse qualquer coisa, como aconteceu, cá estou para ajudá-la com o que precisa.

Escolhida para lutarOnde histórias criam vida. Descubra agora