Recomeço

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A pequena casa de dois andares fica em frente a seis hectares de terra. É feito de tijolos naturais, areia de rio e argila. Quando Jimin pôs os olhos nele pela primeira vez, ele sabia que seria dele. Não era apenas o exterior com seu telhado vermelho inclinado, os painéis solares no topo e a varanda aberta que o chamavam, o interior da casa tinha alma.

Depois, há a terra. O pedaço de terra que ele chama de seu, ele mesmo ara e labuta, o sol em suas costas, encharcando-o com sua luz vivificante. As coisas que ele cultiva e extrai da terra e as coisas que ele deixa crescerem selvagens, elas o nutrem. Eles o ensinam sobre coisas que ele esqueceu, que permaneceram adormecidas nele. A boa terra vermelha que ele lava todos os dias apenas para ser pintada de novo no dia seguinte. Tudo isso preenche partes dele que ele não sabia que eram vazias, vazias de qualquer coisa significativa.

Park Jimin decide que esta  é sua casa, sentindo-se muito forte enquanto caminha pela terra que ama.

O sol está mergulhando no horizonte quando ele assobia para Smelly. Uma cadela esguia com  longas e poderosas pernas e com um padrão tigrado corre até ele, vindo de trás da casa.

"Aí está você, menina. Vamos para casa".

A cadela segue o homem e corre para o lado dele para colocar o focinho em sua mão. Jimin para de andar e se agacha para cumprimentar seu cachorro adequadamente.

"Oi minha linda menina. O que você estava fazendo hoje, hein?". Ele olha em seus gentis olhos castanhos. "Eu gostaria que você pudesse falar comigo".

Smelly funga alegremente em seus braços e coloca a cabeça sobre seu ombro, enquanto ele coça seus lados e costas vigorosamente. Esta é uma de suas horas favoritas do dia. Quando o trabalho do dia termina e ele é saudado por este puro feixe de amor.

"E onde está Ganso hein?", Ele murmura. As orelhas de Smelly se animam com a menção de Ganso, e ela o olha de lado. "Danadinha" ele ri.

Eles caminham para casa, homem e cachorra, com Jimin chamando "Ganso" algumas vezes. Ela corre na frente e entra pela porta que ele instalou quando a adotou.

"Traidora" ele sorri para o cão desaparecido.

Assim como está prestes a abrir a porta, um borrão branco voa para ele, na altura do quadril. Ele se acomoda aos seus pés e começa a bicar suas calças. Jimin sente os golpes afiados até mesmo através do material.

"Ai... Ganso... pare com isso". Ele tenta afastar o pato e abre a porta. Ganso dá um último beijo afiado e entra reclamando em voz alta.

"Bastardo mal-humorado" Jimin diz com carinho, certo de que Ganso foi em busca de Encardida.

Ele tira as botas e vai direto para o banheiro, tirando a roupa rapidamente. Fica sob o jato quente, a mente maravilhosamente em branco, deixando seu corpo falar por ele. Ele passa a mão pelo corpo, ao longo da leve camada de pelos do umbigo até os espessos pelos púbicos, ao redor do pênis flácido. Ensaboa as coxas, salientes com músculos grossos, panturrilhas e pés fortes. O banho acaba mais cedo do que ele gostaria, mas passou a ter o cuidado de não usar muita água.

Enquanto se seca, ele se olha no espelho instalado sobre seu armário. O vapor embaça o vidro, e enquanto esfrega para limpá-lo, seu rosto fica claro. Jimin sempre pensou que tinha traços regulares comuns, o tipo de rosto que se inclina para o mais fofo do que bonito, mas ainda assim normal. Ninguém vai dar uma segunda olhada nele.

Normal.

Era assim que seu ex o chamava.

Ele bufa em sua linha de pensamento. Isso está no passado. Pare de pensar nas palavras injustas e venenosas de um ex.

O perfume dos Limões • JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora