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Alugamos um carro e fomos para a casa nova, e no caminho notamos que mesmo sendo um bairro que poderia ser categorizado como movimentado, estava totalmente o oposto.

- Nossa esse povo não sai de casa não? Ver gente, pegar um Sol na cara, nada? - Xander expressa nossos pensamentos, mesmo que com palavras diferentes.

Rimos e não penso muito sobre, deve ser devido o dia de semana.

Quando o caminhão encosta, seguimos e descemos, a casa era de andar único, mas o que não tinha em comprimento, compensava em largura, com 3 quartos e 2 banheiros, o que já é luxo pra mim.

Enquanto descarregamos os objetos, percebo que estamos sendo encarados e vejo um grupo bebendo e fumando na entrada da casa, humm não vou reclamar da paisagem de homens malhando sem camisa ne.

Continuamos e Ravier dá a caixinha de som para o irmão que já coloca "Balança" e tira a camisa. Não reclamo, por que quem reclama de Pedro Sampaio nem gente é.

Me arrependo de ter colocado o moletom e o tiro, ficando de top, além de me render assovios e "hola mami", rio e ignoro levando as caixas para dentro.

Quando tiramos tudo, e o caminhão vai embora, toca " Ao som do 150" e Xander perde, é a música da semana, já que recentemente platinou o cabelo e sou morena, o ignoramos rindo e terminamos de levar tudo para dentro.

Ravier comenta que está com fome e sai com Xander para fazer compras enquanto tento deixar a casa habitável.

Enquanto me estico na esperança de encaixar a cortina no lugar, a campainha toca e desço xingando os gêmeos por não levar a chave, mas conforme me aproximo, escuto uma discussão sussurrada:

- E se eles forem dos Santos? Nos seríamos só dois idiotas recebendo alguém que já morava aqui..

- Cara, minha mãe me mandou aqui e se voltar com isso, não só eu, como ela vai vir conosco e se a vizinha for bonita, eu quero uma chanc..

- Interrompo? - pergunto

Os dois me encaram com olhos arregalados e sem graça, um baixinho com cabelo em um topete de quase um palmo, e o outro, alto e com cabelo raspado.

Continuo os encarando esperando, e o mais alto pega uma cesta da mão do outro quase jogando em mim.

- Hum, ok isso não foi uma apresentação mas aceito mesmo assim - tento falar sem piorar a situação

O pequeno se apresenta, como Ruben e pisca, enquanto começo a rir, o outro rebate dizendo que seu nome é na verdade Ruby e o seu Jamal, e estavam ali para me receber na vizinhança.

Os convido para entrar e digo que os gêmeos estão chegando com o almoço, e os dois começam a me ajudar com a arrumação, Ruby me encarando e piscando constantemente, me fazendo passar mal de rir com suas cantadas e Jamal com suas teorias da conspiração.

- Olha eu sei que você não vai gostar, mas Xander começou a conversar com umas meninas que estavam no mercado e ficou por lá, disse que liga quando for embora - Ravier chega e grita enquanto tira as coisas da sacola

- Ah claro, quem vai buscar ele? Eu tenho que devolver o carro, não quero pagar mais um dia por causa do seu irmão - me irrito esquecendo de apresentar Jamal e Ruby

- Eu falei que diria isso, mas respondeu que pagaria do próprio bolso

- A tá, que do meu não ia sair.

Ravier se joga no sofá finalmente percebendo, se apresenta e vou fazer o almoço enquanto os três conversam.

Enquanto comemos, Jamal pergunta se sou dos Santos

- Dos o quê?? - pergunto rindo

- Los Santos, você tem essa cruz no braço, que todos eles tem, não exatamente no braço, mas enfim, todos tem

- Então a cruz é propriade privada agora? Não sabia que tinham monetizado Jesus - digo rindo com Ravier, que faz comigo um high five

Os dois nos olham como se fossemos idiotas e falam quem são, sua briga com os "Profetas" e como são respeitados e temidos pela maioria

- E dai? - Ravier pergunta fazendo Jamal quase engasgar

- "E dai?" E dai que vocês moram em frente a casa do líder deles.

- Cara, a gente morava no Brasil - respondo rindo e levantando para lavar a louça

- Ela tem um ponto - Ruby olha para Jamal

- Ou, não é assim também não - Encaro Ruby - Só quem é, pode falar mal

Ravier não comenta, porém acente.

Jamal olha o relógio e diz que os dois tem que ir, Ruby tenta me cantar enquanto os levo para fora e o beijo no rosto, me levando a rir por sua cara.

Um dos caras que estavam malhando, olha e grita que também quer um beijo e claro que não nego, e beijo meu dedo médio antes de apontar e bato a porta enquanto seus amigos riem.

Quando entro, Ravier debocha:

- E a creche, vai abrir cedo ne

Rio e o bato, indo para o meu quarto descansar.

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Obrigada por ler ♡








My best partOnde histórias criam vida. Descubra agora