Capítulo 1

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Está tudo muito claro eu só preciso ir até Tony, não pode ser tão difícil. E se ele não corresponder. E se ele rir de mim. E se... "Chega, Bonnie! Vai dar tudo certo!"
Ok você pode estar se perguntando o que está acontecendo. Como explicar isso? Eu estou botando meu plano de beijar o garoto pelo qual eu sou apaixonada, há, deixa eu ver, muito tempo! Em ação.
Eu posso parecer louca, mas meu plano é um dos mais sensatos que eu já tive: é muito simples, chegarei até sua mesa no pátio da escola, onde ele sempre está sozinho lendo alguma coisa e começarei uma conversa. Ele nunca irá desconfiar da minhas intenções até que eu diga que estou a fim de beijar alguém. Logo em seguida vou começar a me aproximar e bum!!! Estará feito.
Eu sei, eu sou um gênio. Meu melhor amigo acharia essa ideia idiota, por isso a melhor coisa é não contar a ele. Apesar dele saber que gosto de alguém não imagina quem é, morro de vergonha de revelar, provavelmente ele riria de mim.
Tony é lindo do jeito dele, mas as pessoas só vêem ele como o ser isolado que prefere não se comunicar muito, porém é o ser mais simpático que eu conheço.
Ok, essa é a hora, é a hora de atacar, de mandar ver.
Vou em direção a ele e começo uma conversa simpática, sem segundas intenções.
- Você está muito bonito hoje, Tony, fez algo no cabelo? - Certo, não era isso que eu tinha planejado falar, mas saiu, foi a única coisa que conseguia dizer antes de virar uma tagarela.
- Ah obrigado - Falou ele, mais seco do que o normal.
- Acho que hoje vai chover, o tempo está com uma cara terrível! - Aaaaaaa era só o que me faltava, eu começar a falar do Clima! Essa foi pior do que dizer "você gosta de pão?".
- Pelo jeito sim. E... você não vai sentar, por que está em pé? - Só nesse momento que percebi que estava igual a uma estátua em sua frente. De imediato sentei ao seu lado.
Conversamos por mais um tempo, puxava assunto a todo momento, impedindo ele de tentar sair. Assim que sentir estar pronta, finalmente, como uma cobra estava preparada para dar o bote.
Acabei de referir a mim mesma como uma cobra? Exato, o nervosismo faz coisas estranhas com as pessoas.
- Estou com vontade de beijar... - Falei, como se fosse apenas um pensamento aleatório. Eu estou apaixonada por ele, não queria apenas beijá-lo sem que ele nem soubesse disso, mas não via outra solução, essa era a melhor forma de saber se eu era correspondida.
- Hmmm - Solto ele, olhando para mim com uma cara qualquer. Provavelmente ele não entendeu a indireta, então é hora de dar a direta.
Comecei a me aproximar dele e coloquei uma mão em seu rosto, a qual logo desceu para a nuca a fim de aproximá-lo mais de mim.
Beijamos-nos, finalmente, beijamos-nos. Suas mãos foram para minha nuca também e continuamos.
Ele então começou a parar o beijo e olhou em meus olhos, não via nada de novo ali dentro.
- Agora me conte, por que fez isso? É para fazer ciúmes àquele menino, você sabe que eu não concordo com isso, né? - Sério? É sério que ele não entendeu?
Tá bom, provavelmente eu não disse antes, mas é que Tony, ele é meio que o meu melhor amigo, o qual falei antes.
Isso me sufocava, ter que estar perto dele e não demonstrar nada. Nunca entendi como ele não sentia nada por mim, mesmo às vezes nós dando-nos selinhos esporádicos e como um cumprimento íntimo.
Sabia que não era o certo a se fazer, não deveria ter passado dos limites invisíveis entre nós. Sabia que ele me acharia uma idiota. Por que eu fiz isso?
Vendo a minha cara de decepção e de choque ele fez uma cara de perdido.
- Bonnie, acho que é a hora de eu te falar a verdade. Deveria ter falado há muito tempo, desde quando eu descobri, mas não tive coragem, vejo que era para ter tido - Tony olhou para baixo e tentou continuar, mesmo tendo hexitado por um instante - Eu...

Tudo vai dar certo... Ou nãoOnde histórias criam vida. Descubra agora