Errato

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er.ra.do

adj; em que há erro, errôneo.

— Olha, eu sabia que vocês tavam de papo e tal, mas isso...? – E o queixo de Ino caiu, pois ela estava claramente chocada.

— "Isso", o que? – Sasuke perguntou, levantando os olhos do hambúrguer que tinha comprado na cantina. Tinha o cenho franzido para os dois loiros, Naruto levemente mais bronzeado que Ino, à sua frente, ambos de olhos arregalados e boca aberta, como idiotas.

— Cara! – Naruto soltou, tendo largado o refrigerante. – Vocês tão ficando! Você e a Hinata! Ficando!

Sasuke fez uma careta.

— Dá para parar de gritar isso, animal?

Ino balançou a mão no ombro de Naruto, cutucando-o sem deixar de olhar Sasuke; ela tinha comprado só um sanduíche natural, mas todo o apetite tinha sumido.

— Não, ele tá certo! Vocês estão ficando messsmo! – e aí ela tampou a boca. – Meu Deus! Como isso aconteceu, assim, só para saber?

— Não estamos ficando – Sasuke resmungou, desviando o olhar. Tinha aproveitado o fato que Sakura não veio para a escola para contar aos dois amigos sobre o encontro com Hinata, três dias atrás. Agora quase se arrependia disso, pois obviamente Ino tentaria tirar cada gotinha de história que ele pudesse dar... Aí Sasuke franziu o cenho. – Quer dizer, eu acho que não. Só nos beijamos uma vez. Já estamos ficando...? – E ele olhou diretamente para Ino, pois Naruto obviamente não saberia dar a resposta.

O loiro, porém, ergueu as sobrancelhas de forma sugestiva, soltando um risinho pervertido.

— E aí, virjão, você pegou nos... – e, com as duas mãos, ele apalpou algo invisível na altura do seu peitoral.

Antes que Sasuke pudesse socá-lo, Ino, que estava bem do lado do Uzumaki, puxou a orelha dele com força, fazendo uma careta.

— A sua sorte é que a testuda não tá aqui, Naruto! – Ela disse, vermelha, soltando a orelha dele quando o loiro começou a choramingar de dor. – E todo mundo aqui é virgem, seu idiota, o que você tá falando? – Ai, cruzando os braços, ignorando os gemidos de Naruto, que parecia um cachorrinho machucado, Ino voltou a olhar Sasuke. – Bem... Na verdade você tem que perguntar para ela, né, não pra gente.

Sasuke fez outra careta, pois não conseguia se imaginar pedindo para ficar com Hinata. Não parecia que ela gostaria disso, também, Hinata tinha mais cara de quem a gente pede em nam...

Namo-?

Oroman – arrá! Essa eu posso escrever de trás para frente; chupa essa, Sasuke Uchiha!

Bom, fato é que Sasuke não estava conseguindo pensar na palavra mágica, pois ela vinha interligada, por fios invisíveis, à palavra com P – não, não essa, sua pervertida. Sasuke estava meio encabulado de pensar em qualquer uma das duas, apesar de seu encontro com Hinata ter sido... Nossa... Só de pensar nisso ele sentia vontade de sorrir.

Tinha sido muito divertido. Bem mais do que só falar de trabalho, embora falar do trabalho fosse divertido com ela, também.

Depois do cinema, eles tinham ido até o fliperama-parque do shopping e jogado em várias máquinas diferentes, como as de tiro – em que Hinata era ridiculamente ruim –, na de dança – em que Sasuke era ridiculamente ruim –, em martelar o sapo – em que os dois eram ridiculamente ruins – e até num simulador de basquete – em que, pasmem! até que os dois eram bons. Eles foram até num mini barco viking e montanha russa e, ao contrário do que Sasuke tinha pensado, Hinata não era nem um pouco medrosa. Para ser sincero, considerando que ele estava tentando manter a pose de maioral e tal, provavelmente a menina era bem mais corajosa que ele...

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