Prólogo

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— Jimin! Vamo na farmácia. – Gritou minha mãe do outro lado da casa.

Não é que nossa casa seja tão grande assim, mas é que eu não sou muito chegado de gritos, sabe? Sou mais calmo. Acho que sou uma pessoa que nunca sairá da adolescência.

Dizem que adolescentes amam ficar quietos em seus cantos. Mas a pergunta é: quem não ama?!!

Minha adolescência inteira - desde os treze - foi basicamente: acordar, limpar a casa, comer, ir pra escola, voltar e me trancar no quarto, aturar minha irmã mais nova, brigar com meu padrasto - na verdade eu só escutava todos os gritos dele e acabava chorando no fim - escutar kpop, vestir preto, fazer amigos, estudar, fazer merda, jogar de vez em quando e estar de fone em todo momento possível.

Na verdade, acho que todo adolescente escuta música, usam preto e choram.

"Aí, eu não sou assim", bom meu caro ou cara amiga, sinto em lhe dizer que você está sendo adolescente de uma forma errada.

Ah, já ia me esquecer... Mas todo, todo mesmo, vou colocar um TODO maiúsculo pra chamar atenção... Voltando, TODO adolescente usa all star. Falsificado ou não, todos usam.

Eu realmente não sei o porquê que estou falando essas coisas em meus pensamentos enquanto coloco o meu all star preto - que não é falsificado. Caro pra porra - nos pés.

Saindo do meu quarto e andando pelo corredor largo, paro no hall de entrada da minha casa, para esperar minha mãe.

Passando meus olhos brevemente sobre a sala de estar, vejo os dois sofás de cor cinza - que estão em posições contrárias -, o tapete totalmente preto que tem no meio do cômodo. O piso totalmente branco - limpei muito essa merda -, a televisão consideravelmente grande pendurada na parede, a janela grande que tem a cima de um dos sofás e, por último, as três saídas de portas: a principal, a que vai para o corredor, e a área aberta que vai direto pra a cozinha. Uma sala simples.

E sim, eu ainda estou esperando a minha mãe. Ela é o tipo de gente que diz: "vamos filho, da tchau pra sua tia, nós estamos indo". E no fim, sempre faz com que eu me despeça de todo mundo, para ficar mais uma hora no portão da casa dessa tia, esperando elas se despedirem. E isso demora...

Isto foi só um exemplo do que está acontecendo neste exato momento. Espera, olha que tri, acabei de rimar uma coisa. GENIAL!

— Hmmm, tá rindo por quê? Emmm? – Ah, essa pentelha que tá me olhando com um sorriso totalmente malicioso.

Baixinha, com 1,48. Cabelos curtos e bem cacheados na cor castanha, corpo magro, mas bem distribuído. Sorriso enorme, olhos medianos e bochechas grandes.... Izadora Garcia Silva.

E antes que você se pergunte o porquê do sobrenome dela ser diferente do meu, eu te digo. Somos irmãos apenas, da mesma mãe.

Entretanto, não é como se fizesse diferença. Não querendo desmerecer alguns pais que prestam por aí, mas normalmente, os pais - homens - sempre deixam os filhos para trás na primeira oportunidade. Isto é um fato.

E bom, amor de mãe é um amor totalmente inexplicável. Camila sempre deixou isso bem claro. Oh sim, vocês não sabem quem é Camila, me perdoem.

Camila é a razão do meu viver, literalmente, pois foi ela quem me trouxe ao mundo. Esta é a minha mãe.

Sim, a mãe que gritou que nós íamos na farmácia e agora está lá, conversando com Carlos na cozinha.

E Carlos é o merda do meu padrasto. Mas isso é assunto para outro capítulo.

— Porque eu quero, cacete. – Respondo a menina do onze anos, mais conhecida como: minha irmã.

— Owwwn! – Ela exclama apavorada, enquanto coloca as mãos em frente à boca. Ela está realmente chocada, tadinha. Mas isto não a impede de se aproximar e sussurrar: — Vou falar pra mãe.

De Férias no Interior dos Pampas  {Jikook}Onde histórias criam vida. Descubra agora