Com os olhos castanhos cheios de lágrimas, Alice continuava tentando entender porque diabos aquele tipo de coisa sempre acontecia com ela.
A mulher de cabelos negros observou, com certo pavor, o pequeno pedaço de metal que fora enfiado em seu dedo por culpa de um simples descuido de sua parte e xingou a própria desatenção ao que realizava uma atividade tão costumeira quanto grampear alguns papéis, os quais deveriam ser entregues para sua chefe em poucos minutos. Deus, aquilo beirava ao ridículo!
Respirando fundo, a morena piscou rapidamente os olhos que ardiam pelas lágrimas e tentou ignorar o grampo preso à sua pele por alguns segundos, apenas para voltar a tocar no maldito assassino de dedos - cujo qual alguns também chamavam de grampeador -, organizar novamente as folhas do relatório que - graças ao Pai - não tinham sido feridas em meio à toda aquela confusão e, por fim, completar seu serviço; apenas então Alice pode voltar a choramingar enquanto lutava para retirar o metal fino e reluzente de seu dedo.
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Copa Dos Contos - Edição A (2020)
ContoColetânea dedicada à Copa dos Contos (Edição A - 2020) 1 - O gramado e o dedo (Microconto) 2 - Enfermagem - uma escolha (Conto relâmpago escrito em parceria com @000vitor)