Back to Paradise

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Park Jimin corria desesperadamente, sem ao menos ver para onde ia, queria apenas fugir daquele grande monstro de metal que o perseguia. 
Mesmo que os passos do animatrônico fossem um pouco lentos, as curtas pernas de Jimin não conseguiriam chegar na porta à tempo. Se continuasse correndo em linha reta, logo seria pego. Olhou para o lado, tentando encontrar alguma porta entreaberta naquele corredor interminável, mas só o que conseguiu foi escorregar nos próprios pés. 
O menino caiu, arrastando seu rosto no chão e rolando um pouco mais até finalmente parar. Quando percebeu o que havia acontecido, tentou se levantar rápido, mas o animatrônico já estava em cima dele. Foxy abriu levemente sua boca e ergueu o braço que possuía um pontudo gancho, então deixou o braço pender até o gancho fincar na pele do menino. 
Jimin acordou assustado e demorou um pouco para diferenciar a realidade do sonho que acabara de ter, mas então lembrou-se: “Esse sonho também é a realidade”.
O garoto passou os dedos pela cicatriz que tinha no braço e se deitou novamente, pressionando o travesseiro contra o rosto. 
Estava atordoado, não tinha pesadelos com aquele incidente haviam anos. Por que teria voltado a ter um tão repentinamente? O som do seu despertador o lembrou, e ele soltou um longo suspiro, se levantando para desligar aquele barulho alto.
Se levantou preguiçosamente e foi até o banheiro, onde o seu reflexo acabado no espelho lhe trouxe totalmente à realidade. 
– Não acredito que vou ter de voltar à Paradise – O garoto pensou alto e soltou um longo suspiro. 

Jeon Jungkook sentiu um arrepio ao passar pela placa que indicava sua chegada à Paradise. Por um instante considerou a ideia de dar meia volta e voltar para casa, mas desistiu logo dessa ideia. O motivo de estar ali era para prestar seu luto por Hoseok, coisa que não pôde fazer quando criança porque não tinha ideia da magnitude do problema.
Sem contar que teria uma chance de rever os amigos outra vez. Ele tinha medo de ser rejeitado por eles depois de tantos anos, o dia da separação do grupo continuava fresca em sua mente, mas agora eles eram praticamente adultos, agiriam com mais maturidade em relação ao que aconteceu na Freddy Fazbear’s aquele dia. 
Absorto em pensamentos, não percebeu o quão próximo estava da rua que levava à sua antiga casa. Engoliu em seco, pensando em visitar a casa para ver como ela estava. 
Dirigiu cuidadosamente pela cidade, tentando acompanhar os detalhes, e ele percebeu que muita coisa tinha mudado, mas ao mesmo tempo tudo continuava igual. Paradise, em certos pontos, parecia uma cidade presa no tempo, mas então chegava em áreas de comércio e nem parecia mais a cidade na qual Jungkook tinha crescido. 
Estacionou o carro perto do meio-fio, à frente da garagem da casa e se conteve novamente para não voltar atrás, ao sair do carro, percebeu que a casa não estava cem por cento conservada, mas continuava da mesma forma que ele se lembrava, com algumas pequenas exceções. A casa mantinha sua pintura azul jazz, embora estivesse um pouco desbotada, os acessórios de jardins estavam lá, destruídos e sujos, mas estavam lá no centro daquele matagal, que chegava nas canelas de Jeon. Seus tios tinham pagado a hipoteca da casa, então ela ainda os pertencia e ninguém mais poderia entrar ali além deles. 
Jungkook parou à frente da porta e tirou do bolso o molho de chaves que carregava com ele. Assim que a porta se abriu, sentiu um forte cheiro de mofo uma onda de ar quente o envolveu. A casa tinha ficado fechada por muito tempo. 
Parou no meio da sala, olhou em volta e sentiu um pouco de nostalgia, mas também uma pontada de nervosismo. 
Depois que tinha crescido o suficiente para entender o que aconteceu no Freddy’s, tentou reprimir todos as lembranças que tinha daquele lugar, e em algum momento conseguira fazer isso, mas agora, parado no centro de sua antiga sala, tudo aquilo que tivera trabalho em esconder no fundo de sua mente, voltava como um enxame de abelhas. 
Fechou os olhos por um instante e então tentou deixar aquilo de lado. Já fazem anos. 
Virou-se e seguiu até às escadas. Percebeu que tinha uma poça de água no pé da escada, olhou para cima e uma gota de água suja caiu em sua testa. Ele secou com a manga da blusa e subiu as escadas, tomando cuidado pois a madeira já não era tão resistente. 
Sorriu por um breve momento ao encarar o corredor que levava ao seu quarto e ao quarto do pai, estava se encaminhando para o seu velho quarto quando algo lhe chamou a atenção. Parou e olhou pela fresta que tinha entre a porta do quarto do pai e o batente. Seu coração deu um salto dentro do peito e ele sentiu todo o corpo se arrepiar. Havia uma corda presa ao teto, com um tipo nó na ponta, com a abertura perfeita para que alguém a colocasse no pescoço, e…
Jungkook agarrou a maçaneta e fechou a porta com força, depois desceu as escadas sem olhar para trás. Tinha sido uma péssima ideia voltar ali. 

One hour at Freddy's • JIKOOKOnde histórias criam vida. Descubra agora