The man in purple

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Jimin e Jungkook tiveram certa dificuldade em empurrar a enorme prateleira para longe da porta, já que estavam só em dois.
Quando entraram, nem acenderam as luzes do salão principal, não ficaria por muito tempo, só o necessário. Com a lanterna em mãos, Jungkook foi na frente, quase correndo em direção ao escritório, com Jimin em seu encalço.
No entanto, como estavam enxergando apenas o que a luz da lanterna os permitia, acabaram não notando um detalhe importante.
No palco do salão principal, sentado próximo aos três animatrônicos estava um homem. Um homem fantasiado. Um homem rancoroso. Um homem que os olhou com um sorriso de orelha a orelha, e não era um sorriso de felicidade.

»Kim Dahyun«

– Isso aqui é muito tedioso – Reclamei.
– E temos outra escolha? – Mina retrucou. – Vamos, pense em algo que possamos usar para encontrar a matéria certa.
Estávamos numa pequena saleta no interior da biblioteca central. A bibliotecária havia nos levado até lá e nos ensinou a usar a enorme máquina que projetava na parede manchetes antigas. Que era uma forma de preservar aqueles jornais, como a bibliotecária havia explicado.
– Eu não lembro a data exata em que ocorreu – Resmunguei. Abaixei a cabeça e comecei a fazer as contas mentalmente. Eu tinha quantos anos? Quase dez, eu acho… Não, acho que eu tinha acabado de fazer nove anos. Então… – Tente dois mil e onze.
Mina discou o número na máquina, o que já tirava da lista diversos jornais e facilitava nossa busca.
Um barulho me chamou a atenção e vi Lukas sentado no chão, com um enorme tubo de plástico, estava tentando tirar a tampa do tubo, sem muito êxito.
– Cuidado com isso – Alertei, mas ele nem ligou.
– Você acha que vai estar na primeira página? – Mina indagou, passando os olhos nas imagens reproduzidas na parede e depois trocando para a próxima imagem.
– Hum, pessoas desaparecidas, primeiro caso de polícia realmente perigoso na cidade, pessoas fofoqueiras e teorias de conspiração – Soltei uma risada curta. – Provavelmente está na primeira página.
Mina revirou os olhos e continuou sua busca.
Eu desviei o olhar dos jornais antigos e comecei a olhar em volta, a sala era pequena e me senti nervosa por um momento. Sempre odiei lugares fechados, ainda mais se estivesse sozinha, mas Mina e Lukas estavam ali, então não poderia correr o risco de ter um ataque de histeria. Respirei fundo e voltei minha atenção para os jornais.
– Encontrei algo! – Mina anunciou, de repente. Tanto Lukas como eu nos levantamos e nos aproximamos da mais velha.
E realmente estava na primeira página, com um título um tanto pretensioso: “Desastre na pizzaria”.
Haviam fotos da pizzaria e do menino desaparecido, Jung Hoseok, e das crianças que estavam com ele no momento do ocorrido, nós. Claro que nossos rostos estavam borrados, mas da mesma forma me senti violada. A maioria das coisas eram relatos dos vizinhos, que começaram a ouvir barulhos altos vindo da pizzaria, mas pensaram que estavam dando uma festa lá, já que o lugar era bem famoso para ser um salão de festas também, e a cidade inteira fazia fila para realizar os aniversários dos filhos ali. Mas não foi nada disso, pensei.
Estávamos todos do lado de fora da pizzaria naquele dia, apenas Jimin e Jungkook se encontravam lá dentro. De repente o salão principal começou a emitir sons altos, várias caixas de música tocavam coisas diferentes e as luzes coloridas começaram a piscar de maneira psicodélica. Ouvimos o grito de Jimin e Hoseok, que sempre fora mais protetor com os amigos mais novos, correu para dentro para ajudar o amigo, Taehyung logo correu atrás dele para trazê-lo de volta, mas se atrasou com algo no salão principal, e perdeu Hoseok de vista. A partir daquele momento, nunca mais o vimos.
No jornal também havia um debate entre dois policiais, que afirmavam que Hoseok deveria ter caído no encanamento de esgoto, mas isso era ridículo. Eles afirmaram isso com base em uma câmera desfocada, e o ambiente também não ajudou em nada. Pelo o que eu entendi, eles o viram indo em direção que levava aos encanamentos através de uma câmera, mas depois perderam ele de vista, porque havia algo tapando a câmera seguinte… Ou alguém. Claro que ninguém da cidade acreditou nisso e começaram a pedir respostas, principalmente os pais de Hoseok, que nunca puderam ver o corpo do filho outra vez.
– Tem as manchetes sobre as outras crianças desaparecidas? – Indaguei a Mina e ela assentiu, passando duas matérias inúteis até chegar na que queríamos.
A Freddy’s ainda não havia sido confirmado como uma cena de crime, já que Hoseok poderia muito bem ter saído pelas portas dos fundos e ter sido sequestrado lá, o que também constava na câmera de segurança da qual os policiais tiraram a hipótese do menino ter caído no esgoto. Então o lugar continuou aberto e pessoas continuaram a ir lá, e aí houve mais um desaparecimento.
Dessa vez a distração não foi as luzes ou o som, mas sim os animatrônicos, com começaram a se movimentar de maneira estranha, todos tendo espasmos no mesmo instante. E isso foi o suficiente para a atenção de todos ir para o palco do salão principal, e uma garotinha chamada Kimberly desapareceu, com apenas oito anos de idade. Senti um aperto no peito ao ver o rosto sorridente da garotinha na foto, e tentei ao máximo não pensar em o que o sequestrador podia ter feito com ela.
Os outros três sequestros não ocorreram na Freddy’s, porque o lugar já estava fechado e era considerado uma zona perigosa, mas foi próximo ao restaurante, então obviamente os policiais associaram à Freddy Fazbear’s.
Me senti triste por Dae-Ho, o pai de Jungkook e dono do restaurante. Ele foi levado involuntariamente para toda aquela bagunça, algumas pessoas o culpavam, final o restaurante era dele… Então, com tantas acusações, a culpa acabou o matando. Literalmente.
Estremeci ao pensar nisso.
– Ah! – Pulei de susto quando uma música começou a tocar próxima de mim.
Me abaixei para pegar o celular que eu havia deixado no chão e o atendi.
– Alô?
– Dahyun, você está com a Mina e o Lukas? – Franzi o cenho ao perceber a urgência com a qual Taehyung disse aquilo.
– Sim, estou.
– Ótimo, nos encontre na Freddy’s imediatamente! Já estamos indo para lá.
– Ei, ei – Reclamei. –, calma aí, explica isso direito, camarada.
– Descobrimos quem é o culpado pelos sequestros na Freddy’s – Arregalei os olhos ao escutá-lo dizer isso, mas não o interrompi. – É o segurança do shopping! Jimin e Jungkook estão lá, temos que ir alertá-los agora! Não consigo ligar para eles porque na Freddy’s não tem sinal.
Eu estava pasma, abria e fechava a boca mas não saía som algum.
– C-certo! – Gaguejei ao recuperar a fala, enfim. Mina olhava para mim com expectativa, já que não escutara minha ligação com Taehyung. – Temos que ir agora, explico no carro.
Ela me olhou sem entender, mas ao ver a expressão no meu rosto, concordou sem fazer mais objeções.

One hour at Freddy's • JIKOOKOnde histórias criam vida. Descubra agora