palavras.

quando bate aquela saudade

- Eu mudei por você, eu mudei. Fiz tudo isso pensando em nós, e você agora quer simplesmente...ir? Pra onde? Pra longe de mim? – Praticamente grito para Mônica. Ela não pode fazer isso comigo.

- Eu não quero te magoar Adam, eu...eu prefiro ir, do que sustentar uma mentira. Eu não quero te magoar, anjo. Eu te amo...

Limpo meu rosto molhado, me olhando no espelho e vendo o que restou de mim. Mônica levou tudo, tudo que eu era. Sinto mais lágrimas vindo, e me sento no chão, escorado na parede. O que eu vou fazer agora? O meu peito dói, e eu quero gritar para tentar tirar essa dor de mim. Como eu pude deixa-la ir? Como? Mônica era meu sol, meu conforto, meus dias felizes e minha tempestade de verão.

- E os nossos planos? Nossas viagens? Nosso futuro juntos? Mônica, podemos fazer essa relação funcionar. Podemos tentar de novo e fazer diferente. Eu prometo nunca mais brigar com você, é sério, eu prometo tudo...

- Shhh, Adam. – Ela me interrompe – Não faça isso. Você sabe, meu anjo, que sabemos trazer a felicidade, tanto quanto sabemos machucar um ao outro. Você vai ficar bem, eu prometo.

Não Mônica, eu não vou. Faz uma semana que você foi, e a única porra que eu fiz foi chorar por você. Eu sinto tanto a tua falta, que reviver nosso último momento juntos se tornou motivo de conforto para mim. Como vou sobreviver sem tua presença? E se ninguém mais gostar de mim?

O ar já tinha sumido dos meus pulmões, e quando vi Mônica passar pela porta da nossa casa, tudo caiu. Eu chorei, desabei. Deitei no chão e mergulhei em toda a tristeza que havia se instalado dentro de mim. Era real, tudo isso estava mesmo acontecendo. Me permiti lembrar de todos os momentos que passei ao lado dela, de tudo que enfrentamos, planejamos e sonhamos. E de como ela havia arrancado isso de mim com algumas simples palavras.

Passo a mão pelo meu cabelo, sabendo como a noite iria terminar. Levanto, me olho no espelho mais uma vez e caminho para a cozinha em busca de vinho. Pego uma taça, e logo depois já estou saboreando o vinho mais barato que encontrei. Sento na bancada, sentindo um arrepio na minha espinha ao notar o frio que fazia lá fora. Automaticamente, minha mente me trai trazendo mais memórias tuas. Sinto uma lágrima descer pelo meu rosto ao pensar no momento em que te conheci. O que você fez comigo, princesa?