As 13 Bruxas

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Helena era uma contadora no seu escritório, tinha uma vida monótona tinha a mesma rotina de sempre, fazia as mesmas coisas todos os dias, acordava, tomava banho, fazia café, trabalhava, voltava pra casa tomava mais um banho, jantava, assistia TV e ia dormir.
Ela não tinha nada de melhor para fazer, seu apartamento era pequeno mas chamar de pequeno era um baita eufemismo, ela queria viajar, viver a vida, aproveitar os gozos da vida, ser viva! Pois ela literalmente parecia ser morta por dentro, sempre dava respostas vagas ( como ah, a, ahm?, sim, claro, não ou de jeito nenhum) sempre tinha enormes olheiras que praticamente chegavam a bochecha.
Helena só queria ser mais viva, se livrar das roupas cinzas, da vida cinza e de sua personalidade Bleh.
E qual era a melhor maneira de fazer isso do que revitalizar todas as suas energias com uma viagem!
Helena correu para seu computador e ficou horas e horas procurando um lugar interresante para viajar, Paris, NY, México, Chile, Roma, Austrália, tantas cidades tantos países para ir, e ela teve que escolher o lugar onde iria morrer.
A própria Helena teve uma coceira na sua carne, algo pinicava dentro dela, suas entranhas se retraíram ao ver o nome daquele lugar Le Corbeaux uma pequena cidade francesa famosa por seus corvos, pássaros era um de seus hobbies mas corvos? Isso não importava para Helena ela gostava de todo tipo de pássaros mesmo que para a maioria dos lugares ele representa a morte. 
Ela preparou suas malas, ligou para o trabalho, comprou as passagens e alugou um quarto de solteiro em um apartamento da cidade por 1 semana.
No aeroporto ela passou por todos os prossedimentos padrões, não passou por nenhum problema com os cachorros e policiais. Graças a Deus.
E foi para o lugar de embarque, demoraria ainda umas três horas para entrar no avião 666 ( e não, a idiota da Helena não sentiu nem uma gota de suor frio) comeu a comida cara do aeroporto, mecheu no celular e ficou obviamente ansiosa com sua viagem para França mesmo que não tenha sido para Paris.
No avião havia crianças catarentas e irritantes e é claro algumas turbulências mas nada demais. 
Assim que ela chegou na França pegou um Taxi para Le Corbeaux, a cidade tinha um aspecto decadente, grades enferrujadas, casas com a tinta desbotada e descascando, corvos voavam no céu nebuloso e eram lindos, algum pousavam no capo do taxi mas logo o motorista batia no vidro para expulsar-los, a cidade realmente tinha um aspecto deprimente com suas ruas de basalto mas ela não se importou tanto assim.
O apartamento alugado onde ela iria ficar era perto da floresta com seus grandes e grossos pinheiros, o vento os balançavam e era como se descem um tchau para ela.
Seu apartamento tinha uma grandr varanda uma pequena sala com TV de tubo e um sofá velho com cheiro de naftalina, havia um único quarto com uma cama de casal e um armário também com cheiro de naftalina, um pequeno banheiro com uma linda bancada de mármore e um chuveiro com o box de vidro e por fim a cozinha que também era uma bancada de mármore com uma mesinha de vidro de três pernas e uma geladeira vazia.
Helena foi assistir TV e para sua sorte ela sabia francês e viu os canais de televisão sem o menor problema, passava uma novela que era normal era sobre uma empregada doméstica que trabalhava numa mansão, tinha que lidar com os abusos e se apaixona por seu chefe o galã que nem é tão bonito assim.
Depois de um tempo ela decidiu fazer algumas comprinhas para a geladeira.
No mercado enquanto passava os produtos uma gentil senhora veio puxar papo.
- Olááá mocinha tudo bem?
Falou ela com aquela voizinha meia falhada e gaguejada de idosos mas mesmo assim calma e paciente.
-Oh olá senhora, estou bem sim como você vai.
Respondeu mais animada mas também educada, desde pequena foi ensinada a respeitar os mais velhos.
- Estou ótima, sabe eu nunca vi você aqui.
Respondeu cética.
- Sou apenas turista senhora, por uma semana.
- Péssima escolha.
Ela respondeu sombria e logo em seguida sai dali deixando Helena confusa.
Chegou em seu apartamento e fez um sanduíche pensando no que aquela velha senhora havia dito “O que será ela quis dizer com aquilo?” aquilo a deixou bastante intrigada.
Um pequeno corvo pousou em sua sacada e ela imediatamente começou a desenharlo tentando capturar o máximo o possível da essência dele, uma das coisas Helena se orgulhava tanto era de como ela conseguia desenhar bem, cada detalhe, cada pena, as sombras, as luzes, o bico, os olhos, tudo com a máxima perfeição, o corvo parecia a analisar tanto quanto ela o analisava, assim que terminou o desenho o pássaro saiu voando piando exatas 13 vezes.
Ela deu algumas voltas na cidade, tirou fotos dos corvos eram os mais belos e mistériosos que já vira na vida.
A noite ela teve o pior pesadelo se sua vida, estava presa a um toco no meio de uma fogueira, 13 mulheres estavam envolta dela todas nuas, no céu trovões ressoavam e faziam a terra tremer, ela estava tremendo de medo e então as 13 mulheres ergueram as suas mãos, em uma segurando uma adaga de aço afiado e na outra com a mão livre, todas cortaram a palmas se suas mãos e gritaram.
- Louvado seja Satã.
Um trovão de céu a terra a acertando pela cabeça e incendiando a fogueira.
Helena acordou suando frio cheia de tremedeira, suas peles eram de silicone não conseguia se manter em pé, sua garganta estava tão seca que estava se fechando ela foi até a geladeira e encheu seu copo com a água fria, começou a tomar os goles da água que arranhavam a sua garganta seca enquanto desciam, Helena estava tomada pelo.
Era possível ver lá fora uma terrível ventania que derrubou as árvores mais fortes, e então um trovão caiu perto da varanda fazendo o vidro explodir em uma explosão de cacos de vidro.
A Helena não estava pensando em sua plena sanidade saiu correndo do quarto em direção ao bosque que começou a queimava no fogo do trovão, Helena estava tão desesperada e ficou ainda mais assustada ao perceber que ninguém sequer ligou as luzes para ver o que havia acontecido, o silêncio a deixou ainda mais pertubada.
Ela adentrava pela floresta em que as árvores eram assustadoras, rostos apareciam nas árvores como se pessoas estivessem presas dentro da árvore, não como se as pessoas fossem as árvores.
Helena nesse pequeno devaneio do que seriam as árvores tropeçou em uma raiz para fora da terra e rolou um pequeno barranco que a levou para uma clareira aberta, lá haviam 13 mulheres as mesmas de seu sonho em roda de uma fogueira acessa todas com longas capas de negras feitas de seda, então elas dessamararam um pequeno lacinho deixando que o caouz caisse e ficassem nuas.
A que parecia ser a mais velha tinha por volta de 40 mas parecia ter 20, Helena de alguma maneira sabia que não era realmente 20 que ela tinha e então ela gritou tao alto que fez os corvos se assustarem e deu eco por toda a clareira.
- AMALDIÇOADA SEJA A BISNETA DE CAÇADORES.
- AMALDIÇOADA SEJA.
- SALVE O ANTIGO COVEN SALVE SATANÁS, SALVE AS ANTIGAS GERAÇÕES SALVE SATANÁS.
E todas as outras a acompanharam, as 13 bruxas ergueram suas lâminas e Helena tentou fugir, mas um murro de raízes grossas surgiu, e vinhas tão negras quanto carvão e tão grossas quanto as árvores amarraram seus pulsos e tornozelos, as raízes apertaram tanto que os quebraram fazendo Helena sentir uma dor aguda e gritar alto, todas as bruxas começaram a falar o que parecia ser um feitiço.
- Que essas raízes se incendeem com as chamas do Apocalipse e a tragam a dor de ser queimada na fogueira 100× mais forte.
E assim aconteceu chamas roxas começaram a queimar, aquele fogo não a queimava mas a fazia sentir a sensação de ser queimada, muito mais forte do que o fogo comum, Helena gritou tanto que suas cordas vocais se romperam e ela não pode mais gritar, ela começou a se afogar com o
seu próprio sangue estava se engasgando com ele, e a dor estava tão forte que ela não conseguiu mais ver nada, estava tudo embaçado, e ela só sentia aquela terrível dor, e ouviu as bruxas gritarem mais uma vez.
- Amaldiçoada seja essa puta!
- Sofra pela eternidade caçadora!
Mas Helena não sabia o que elas estavam falando, ela começou a sentir o que parecia ser facadas em sua barriga, ombros, e peito, doia muito mais não tanto quanto as chamas roxas, as bruxas riam e celebravam enquanto se banhavam do sangue quente de Helena.
A última coisa que ela se lembra foi das raízes a cobrindo e formando uma carcaça de madeira e se tornar o que parecia ser uma árvore. Para sempre.

User: Snicket345
Snicket345

Seres Místicos - ColetâneaOnde histórias criam vida. Descubra agora